Telefônica não tem interesse em comprar a Sky Brasil, diz Genish

CEO da Vivo diz que não eles não querem comprar a Sky. (Divulgação)
Após adquirir a Time Warner nos Estados Unidos, a AT&T pode ser obrigada a vender ativos no Brasil, pois controla por aqui a Sky. A situação legal ainda deve ser resolvida nos órgão reguladores, como CADE e Anatel, mas já desperta rumores no mercado. Um deles apontaria a Telefônica Vivo como potencial compradora da Sky. Mas destacou que, no momento atual do mercado de TV paga e considerando a proposta de valor da infraestrutura ótica da empresa, adquirir uma operação de satélite talvez não seja o melhor caminho. Ele considera que investir em crescimento orgânico "é o certo" em vez de partir para aquisição em qualquer negócio de TV paga. "Temos todos os ativos que precisamos", declara.

O presidente da Vivo reforça que ainda não tem conhecimento se a Sky será, de fato, colocada a venda, mas lembra que a estratégia dependeria da disponibilidade econômica e que ainda é cedo para avaliar essa opção. Como esperado quando o assunto é consolidação, contudo, Genish deixou no ar a possibilidade. "Nunca diga nunca", disparou.

Genish lembra que a incorporação da GVT teve como um dos objetivos a redução de custos de programação para a operação de TV paga, uma vez que conseguiu maior volume e permitiu "ter uma redução final em custo na operação de TV. Estamos finalmente confirmando que acontece", declarou. Mas o executivo entende que a tendência é esse mercado cair em receita e base com o avanço das ofertas digitais. "Temos que ver aquisições focando em streaming: IPTV e OTT são a direção que gostaríamos de ir, e não DTH só pela escala", diz, referindo-se à negociação de programação.

Mas o atual CEO da Vivo, Amos Genish, fez questão de jogar um balde de água fria sobre tal expectativa. “O IPTV é a direção que queremos seguir. Não queremos o DTH apenas pela escala. Vemos um cenário mais racional neste ano, com foco em valor, não em volume”, falou, durante conferência com analistas nesta manhã sobre os resultados financeiros do terceiro trimestre do ano.

Segundo ele, haveria sentido em comprar a Sky para cortar custos com conteúdo. “Isso foi um dos motivos para a fusão entre Vivo e GVT. Então, porque não comprar também a Sky? Porque, apesar de isso potencialmente significar redução de custos de conteúdo, preferimos investir no nosso crescimento orgânico. Mais do que isso, há no momento uma queda no número de assinantes da TV, com o consumidor voltando seu foco a OTTs e vídeo por streaming”, disse.

A postura, no entanto, não é definitiva. Como “bons negociadores”, a Telefônica não deixará de avaliar em algum momento a compra de novos ativos, se ficar claro o retorno. “Se qualquer empresa como a Sky estiver a venda, claro que a Vivo vai avaliar. Mas há cálculos sobre o retorno do investimento, e ainda é muito cedo para entrar nesse tipo de detalhe”, disse.

O foco na entrega de TV por fibra tem uma razão: a receita líquida desse negócio aumentou 63,3% no terceiro trimestre comparado ao mesmo período de 2015. A base de IPTV aumentou 39% e totalizou em setembro 212 mil acessos. A receita média por usuário (ARPU) é de R$ 113,5, mostrando crescimento também: 12%, comparado a 2015.

Já com DTH a base caiu 8% e totalizou 1,550 milhão de acessos. Em termos de ARPU, a empresa obteve crescimento de 11%, totalizado R$ 89. No total, a base de TV paga da Vivo caiu 4% e fechou setembro com 1,762 milhão de linhas, com ARPU de R$ 92,6 (aumento de 12%).

Futuro

Os executivos da Vivo traçaram parte dos planos para o próximo trimestre e próximo ano durante a conferência. A ideia é ampliar sua cobertura em 4G, 3G, FTTC e FTTH. Também irá continuar o processo de insourcing, isto é, absorção de funcionários terceirizados, especialmente nos call centers.

De acordo com Christian Gebara, chief revenue officer da tele, a meta é instalar 200 mil pontos FTTC até o final deste ano, e chegar a 600 pontos com a tecnologia em 2017, tanto nas cidades onde já atua, como em novas praças – ao menos sete cidades fora de São Paulo receberão esta modalidade de banda larga neste ano, e mais 15 cidades serão ativadas no próximo.

“Vamos acelerar tanto o FTTC quanto o FTTH”, garantiu. O primeiro tipo prevê ligação com fibra até um ponto da rede, e entrega da banda larga por cobre à casa do usuário, o que resulta em velocidades menores, de em média 30 Mbps. A segunda usa fibra ponta a ponta, permitindo conexões de mais de 100 Mbps.

Genish voltou a elogiar a proposta de mudança no modelo de telecomunicações, em trâmite no Congresso. Apesar de não acreditar que a nova lei entre em vigor antes do segundo trimestre de 2017. “A lei vai na direção correta, permitirá flexibilização e resolverá a questão dos bens reversíveis. Poderemos vender ativos não produtivos para crescer”, disse.

Por fim, o futuro CEO da empresa, Eduardo Navarro, elogiou a gestão de Genish à frente da Vivo e se comprometeu a levar adiante a estratégia centrada em dados, desenvolvida pelo israelense. Afirmou que a transição de comando na companhia está acontecendo em ritmo bom. “Conseguiremos finalizar a transição até o final do ano”, falou.

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