SBT, Record e RedeTV dizem que não há problema em se tornar canais A la Carte na TV paga

SBT, Record e RedeTV adotam discurso alternativo para convencer operadoras de TV paga.
(Imagem/Divulgação)
O presidente Marco Gonçalves, da Simba, joint-venture criada pelo SBT, Record e Rede TV para negociar a programação destes canais junto às operadoras de TV paga, diz que a empresa poderá entrar, no futuro, na disputa por conteúdos relevantes, como direitos esportivos. "Isso vai depender da viabilidade financeira. Veja o que aconteceu no Atletiba (Atlético Paranaense vs. Coritiba), que só passou no Youtube. Nós podíamos ter negociado e transmitido. Queremos nos posicionar de uma forma a ser uma competição e baratear os custos, porque vai ter mais gente competindo", diz o executivo. "Queremos que os operadores tirem vantagem da nossa entrada. Quero nos colocar no mercado como uma concorrente, um contraponto à Globosat, para baixar o preço do conteúdo. Há muitas coisas benéficas que podem acontecer com a nossa chegada. Ela (a Simba) vai ter dinheiro em caixa porque 20% do que eu receber fica na programadora". A Globosat, vale lembrar, tem 25 anos de relacionamento com a maior parte das operadoras e hoje distribui 24 marcas e quase 40 canais.

Segundo Gonçalves, a Simba não tem nenhuma restrição a entrar no modelo à la carte. "Não temos problema nenhum (em ser à la carte), mas acho que quem tem problema com esse modelo são as operadoras, que deveriam dizer quanto custa cada canal e deixar o assinante escolher, mas duvido que eles façam", provoca. "Se elas quiserem nos incluir no pacote básico ou premium é uma decisão da operadora, quem vende é ela. Eu vou dizer quanto eu custo. Podemos discutir se vai ter mais canal, se vai ter mais conteúdo, se vai ter carência, isso tudo a gente discute, mas eu não vou entrar na cozinha dele para fazer o peixe".

Segundo Gonçalves, as emissoras Record, Rede TV e SBT estão há 10 anos pedindo para cobrar o sinal digital. "As operadoras diziam que iam passar o analógico com imagem pior, por isso cedemos os sinais de graça. Globo e Band já haviam embutido seus canais nos pacotes e eles nunca reclamaram. Nós estamos pedindo há 10 anos, desde que eles cobravam R$ 100 pelo ponto digital".

Segundo ele, as conversas com a Vivo estão mais avançadas. Ele lembra que a empresa vai se beneficiar da melhor negociação. "A condição das grandes eu tenho que garantir para ela. O deal que eu fizer com a Vivo não preciso falar para ninguém, mas o deal com a Net sim, e a Vivo vai ter sempre essa condição se for melhor. O mesmo vale para a Oi".

Em relação ao status das conversas depois que os sinais foram interrompidos na semana passada, ele diz que há evolução. "Estamos conversando com a Vivo, que é quem está mais avançada, mas temos reuniões agendadas com a Oi e com o grupo Net/Claro. Só não temos com a Sky. Não estou entendendo a postura da Sky porque a única coisa que ela oferece é TV por assinatura, é monoproduto, e ela não quer conversar. Só posso entender que ela acha que o conteúdo não é para o público dela. É uma opção dela, mas me parece uma postura empresarial equivocada diante da dinâmica desse setor, streaming etc", diz o executivo.

Seis canais

Ele reitera o que já havia dito a este noticiário: nas conversas que vem mantendo com as possíveis compradoras está sendo colocada a possibilidade de mais conteúdos. Agora, ele fala em até três canais adicionais aos canais de TV aberta existentes hoje. "Vamos ter pelo menos mais três canais. Posso ter o equivalente a um canal Viva, de acervo, para cada uma dessas emissoras. A gente quer negociar um pacote que inclua novas inserções de conteúdo ao longo do tempo, um período de carência. Não é uma negociação pura e simples pelo sinal digital", diz Gonçalves

Ele rebate ainda a polêmica sobre o valor pedido, de R$ 15 por assinante. "Vemos da seguinte forma: uma tarifa de ponte aérea custa R$ 1,6 mil o trecho, mas ninguém paga isso. Vamos dizer que a gente tem uma tarifa, mas é algo negocial, mas não existe esse valor pré-estabelecido. A gente imagina que haverá uma carência, ramp-up (evolução  progressiva) de preço, ramp-up de conteúdo".

Afiliadas

Outro desafio da Simba é como negociar os canais das três redes sendo que cada uma delas têm um conjunto de afiliadas locais, que podem querer ter seus sinais locais distribuídos. "Estamos negociando o sinal nacional. Mas, de outra forma, quem tem o sinal local e quer colocar a programação local poderá transmitir. O que não haverá é diferença de preço. O DTH que é nacional, por exemplo, vai dizer o que ele quer vender ou o que ele vendeu para o assinante dele. O cliente da Simba não vai ter que negociar com a afiliada. Vai negociar comigo", diz. Ao ser questionado sobre como as afiliadas seriam remuneradas, ele disse que esse modelo ainda não foi previsto "porque elas (afiliadas) não fazem parte da Simba" Segundo o executivo, "a gente negocia e depois o repasse vai ter que ser visto caso a caso. Essa cozinha a gente lida dentro de casa mesmo".

Sobre a incerteza em relação aos conteúdos de Record e Rede TV, que têm grandes parcelas de sua programação arrendadas para igrejas, ele diz que isso não passa pela Simba nem pelas negociações. "Não existe ingerência nossa. Não estou negociando canal a canal. Estou negociando o pacote, com os três canais, por isso não interferimos no conteúdo das redes". Com informações Telaviva. 

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