Canais cobram livre concorrência de TV paga, após mudança dos números


São canais que na recente mudança de numeração feita pela Net, a maior operadora de TV paga do país, acabaram escondidos na grade. 

Ou canais que não conseguem sequer um lugar na gade das duas grandes operadoras, Net e Sky, que juntas alcançam 83% dos 18 milhões de assinantes brasileiros. 

Ou são serviços como HD (alta definição) e "TV everywhere" —este de acesso ao canal por outras plataformas, como tablets— que demoram a ser aceitos pela operadora.

É longa a lista das queixas de programadoras, que fazem os canais, contra operadoras, que oferecem os pacotes. Só uma falou abertamente, outras pediram anonimato. 

A programadora Esporte Interativo, que tem como sócia a Time Warner e está fora de Net e Sky, diz em suma que "é preciso que prevaleçam regras de livre concorrência". 

Seu presidente, Edgar Diniz, diz que ambas não oferecem contraproposta e sequer respondem a contatos. Aponta "interferência" de rival, referência à Globosat, que produz canais como o SporTV. 

A programadora da Globo tem contrato com Net e Sky, assinado quando ambas também eram controladas pelo grupo, que prevê tratamento específico para seus canais. 

Segundo Diniz, da Esporte Interativo, isso incluiria até "direito a veto", mas a crítica se estende à nova grade da Net, que concentra os canais Globosat no início e agrega os demais por tema. Para ele, é algo estranho à livre concorrência: "Não entendemos a lógica e não conhecemos outro exemplo no mundo". 

Já o diretor-geral da programadora Fox, de canais como Fox Sports e NatGeo, Gustavo Leme, questionado sobre a mudança na numeração, falou até preferir que os canais sejam agregados. 

"Ainda não tenho resultados de audiência, mas tenho certeza de que não haverá alteração", disse. Dias depois, procurado para comentar os primeiros resultados, Leme não retornou o telefonema.Enquanto canais como FX (Fox) e ESPN Brasil (Disney) caíram, concorrentes como Multishow e SporTV (Globosat) tiveram forte alta. 

O problema, destaca um executivo que não quis se identificar, é a concentração de mercado. Ele vê com esperança novas operadoras como GVT ou a americana Dish, que estuda entrar no país. 

O que une as programadoras contrariadas com Net e Sky é essa cobrança por maior concorrência. 

"Existem práticas que não parecem naturais num ambiente de livre competição", diz Diniz, acrescentando: "Não sabemos se é suficiente para que uma agência tome uma medida". 

Procurado, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) informou que "não há procedimento público em trâmite para investigar as práticas mencionadas", mas que, "havendo indício de infração concorrencial, poderá proceder à investigação". 

OUTRO LADO 

A Net diz que "negociou com todas as programadoras a mudança de posição dos canais" e que "ainda é cedo para avaliar o impacto na audiência". Acrescenta que "o contrato entre Net e Globosat tem cláusulas que regulam mudança de posição na grade, como outros contratos com demais programadoras". 

Sobre novos canais, diz que "a entrada envolve decisões com impactos de longo prazo na infraestrutura e no custo, o qual não pode ser repassado ao assinante". E que até agora não chegou a acordo com o Esporte Interativo "que permitisse a inclusão", mas ressalta que "já distribui oito canais esportivos".

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