TV paga: Netflix é só um 'cabrito na sala'. Há outros 'bodes' que incomodam mais


A Netflix incomodou, incomoda e é um 'cabrito na sala', principalmente por conta da não isonomia tributária, afirmaram executivos presentes à ABTA 2015, realizada em São Paulo, entre 04 e 06 de agosto, mas ela não é pior que existe, hoje. 'A Netflix não tira meu sono. Ela não corroeu a minha base. Mas há canais piratas à frente, que estes sim, tiram meu sono", disparou o diretor de Marketing da NET, Márcio Carvalho. Posição acompanhada pelos executivos das rivais Oi e Vivo. "Nós tivemos que mudar a maneira de entregar a TV para o consumidor. E o fizemos. Entregamos hoje o conteúdo linear e e não-linear", ponderou Bernardo Winik, diretor de Varejo da Oi.

A Netflix fez o sucesso que fez porque atendeu à um desejo do consumidor, admitiu Flávia Hecksher, diretora de Marketing do Telecine. E não por acaso, o conteúdo sob demanda só faz crescer.  Nos últimos quatro anos, até 2014, o canal somou 13 milhões de transações no conteúdo não-linear e apenas em 2015 o Telecine deve chegar a 9 milhões de transações. De acordo com a executiva, 20% da audiência de um filme no primeiro mês vem do sob demanda. A mobilidade mudou o cenário e o modo do brasileiro assistir TV. O aplicativo do Telecine Play soma 7 milhões de downloads, sendo 57% na plataforma Android. Mas são os clientes de iOS que consomem mais. 

A mudança imposta pela Netflix é clara: as programadoras e as operadoras de TV paga admitem que o modelo de aquisição precisa ser simplificado. " Exigimos muitos cliques. Estamos investindo para mudar. A TI está se enxergando como um OTT para nós", sustentou ainda Flávia Hecksher. Se a OTT é um 'cabrito na sala', há outros 'bodes' querendo entrar.

As operadoras insistem que é o momento de revisitar os acordos com as programadoras. O presidente da Vivo, Amos Genish, disse que, hoje, mais de 50% do custo do serviço é para pagar as programadoras. "Não sobra margem para a operadora, que ainda paga toda a tributação", sustentou. Posição também defendida por Carvalho, da NET. "Se negociarmos, a sala pode ficar mais ampla. Podemos criar pacotes mais básicos e atrair mais assinantes", projeta.

A possível cobrança dos canais da TV aberta com a digitalização por conta da TV digital - há essa intenção por parte da Record, SBT e Band - hoje o carregamento desses canais é gratuito - é outro 'grande bode na sala', mas poucos se aventuram a comentar. A Abras, que era a entidade que agregava essas três emissoras, foi incorporada pela ABERT. A Globo, grande campeã de audiência na TV aberta, não se pronunciou sobre a questão. Mas na América Latina, a tendência ganha corpo. No Paraguai, a Conatel, a Anatel daquele país, disse que os canais abertos podem, sim, começar a cobrar pela transmissão dos seus sinais por conta da digitalização.

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