Com investimento de longo prazo, TV paga aposta em recuperação ainda este ano


"A gente não cresce mais a dois dígitos, mas a gente não enterrou ainda essa ambição", disse José Felix, presidente, América Móvil em painel na ABTA 2016 nesta quarta, 29. Segundo ele, Net, Claro e Embratel seguem trabalhando, embora com com menos recursos para investir. "A gente estava acostumado a taxas de crescimento muito altas, tanto de receita quanto física. Momentaneamente, temos que nos adaptar a taxas bem menores. A parte dolorosa é que para manter a margem, necessária para uma companhia que investe o que a gente investe, temos que mexer na despesa", explicou. No entanto, o executivo comemora que a base de cabo da Net segue crescendo, enquanto a Claro HDTV apresenta, a cada mês, um resultado "menos ruim". "Rapidamente vamos zerar a fatura e retomar o crescimento".

Além de Felix, o painel recebeu três programadores da TV paga: Fernando Medin, VP executivo e diretor-geral da Discovery Networks Brasil e Cone Sul; Gustavo Diament, gerente geral da Turner no Brasil; e Manuel Belmar, diretor de gestão da Globosat.

Segundo Belmar, a crise política e econômica e a mudança conjectural da mídia como um todo são os principais desafios da maior programadora brasileiro. "Quanto à crise, estamos acostumados e vamos sair dela. Nosso foco está nas mudanças na mídia", disse. No entanto, o executivo apontou que o impacto da crise fez o grupo retroceder à posição que tinha dois anos atrás, o que precisa ser recuperado."Estamos trabalhando com a perspectiva de relativa acomodação esse ano. Olhando pelo lado do copo meio cheio, é uma notícia boa. Há um rosário de indústrias que voltaram 10 anos no tempo e vão levar cinco a sete anos para ter uma perspectiva de retomada", disse.

Audiência

Fernando Medin comemorou o recorde de audiência do conteúdo da TV por assinatura. "Virou hábito consumir TV paga. A classe C já tem alguns anos na TV por assinatura. Nesse sentido, é difícil falar em crise. É um grande sucesso", disse.

Mesmo assim, para Medin, a crise é a única culpada pelo retrocesso na base de assinantes do setor, embora se fale muito na migração de assinantes para serviços over-the-top. "Não há nenhum dado que comprove a migração para a OTT. Pelo contrário. o que se consegue apurar é que há uma dificuldade em pagar, por conta da crise", disse.

O executivo da Discovery aposta que o setor voltará a alcançar a base de 20 milhões de assinantes, lembrando que o Brasil tem menos de 30% de penetração.

Longo prazo

Segundo Gustavo Diament, a Turner tem um compromisso de longuíssimo prazo com o Brasil e a crise não vai afetar isso. "O Brasil é o primeiro mercado fora dos EUA para a Turner. Em um universo onde a gente não enfrenta as mesmas taxas de crescimento, temos que lutar de outra maneira", disse. Para o executivo, o setor como um todo tem dificuldade em "colocar o consumidor no centro das decisões". Segundo ele, essa deve ser a estratégia do grupo de mídia no Brasil, o que se reflete na entrada no disputado mercado de esportes, com a compra do Esporte Interativo. "Estar presente com relevância e com conteúdo que o nosso consumidor espera é muito importante. O investimento é de longo prazo. O momento é de pensar em futuro e em investimento", disse.

Olimpíada

Os Jogos Olímpicos do Rio são um bom exemplo do investimento ainda realizado pelo setor no País. "Não tem crise. A indústria está investindo em levar o conteúdo de melhor qualidade para o consumidor final", disse Diament. A Turner fará a cobertura jornalística do evento, pois não compartilha os direitos. "Tem um investimento muito grande na produção de conteúdo jornalísticos para os meios digitais e os canais de televisão", disse o executivo.

Já a Globosat, detentora principal dos direitos de transmissão, contará com mais que mil pessoas trabalhando na cobertura, conta Manuel Belmar. Além de 16 canais lineares, a programadora contará com 40 canais na Internet. "É um projeto ambicioso que nos empurrou para um salto de inovação tecnológica muito grande nos últimos meses. Além da transmissão das modalidades e da cobertura, a programadora contará com vídeos complementares, contando a vida dos atletas, grandes recordes, histórias de superação etc. "Não seria possível sem o apoio de todas as operadoras, que investiram para tornar possível", disse.

A América Móvil – com as marcas Net, Claro e Embratel – é patrocinadora oficial de serviços de telecomunicações dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. As marcas são responsáveis por toda infraestrutura de serviços de telecom que dará suporte ao evento esportivo.

A base de telecomunicações do Rio 2016 será o backbone da Embratel. A rede terá velocidade de 40 Gigabits por segundo, conectando mais de 60 mil pontos de acesso à rede, distribuídos em mais de 100 venues (locais relacionados ao evento, de competição ou apoio).

A Embratel fornecerá, ainda, a rede de fibra óptica que captará os sinais de vídeo de todas as competições esportivas do Rio 2016, nos distintos locais onde se realizam, entregando-os ao centro de transmissão IBC – International Broadcast Centre – de onde sairão imagens para canais de 200 países.

O Universo da TV

O Universo da TV é o site perfeito para quem quer ficar por dentro das últimas novidades da TV. Aqui, você encontra notícias sobre TV paga, programação de TV, plataformas de streaming e muito mais. É o único site que oferece uma cobertura completa da TV, para que você nunca perca nada. facebook instagram twitter youtube

Postar um comentário

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do O Universo da TV.

Postagem Anterior Próxima Postagem

Formulário de contato