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| Divulgação MBB |
Shows sob temperaturas extremas, cancelamentos de voos em aeroportos e histórias de vidas marcadas pela música: os bastidores frenéticos de cantores em turnês pelo país são tema de novo programa documental na TV por assinatura, intitulado ‘Na Estrada com o Music’. O episódio de estreia acompanha a banda Detonautas Roque Clube (assista teaser) em excursão comemorativa aos 20 anos de carreira, que coincidiu com a realização da Copa do Mundo no ano passado. O registro irá ao ar amanhã, dia 18, às 22h30, no canal Music Box Brazil.
Sinônimo de dinheiro, fama e poder, o showbusiness, como é conhecida a indústria de shows, é um mercado em que a variável sorte é tão importante quanto a habilidade artística. O inesperado surge a todo instante de diversas formas e diferentes situações para favorecer ou atrapalhar o trabalho desenvolvido por músicos. Mas nem só de controvérsias esse meio sobrevive. Os bons momentos também estão presentes. O programa ‘Na Estrada com Music’ captará esses dois paralelos.
A atração tem formato livre, isto é, sem pré-roteiros estabelecidos, em que os espectadores são convidados a assumir o ponto de vista dos artistas participantes. “São os próprios músicos que capturam os bastidores da rotina deles por meio dos próprios smartphones e câmeras profissionais. Isso faz com que eles se sintam mais à vontade para se expressarem, dando fluidez e veracidade à narrativa, o que não seria possível com um script estabelecido somando-se a presença de um câmera-man”, explica Márcio Mazzeron, diretor do programa.
Os cariocas do Detonautas passaram por várias cidades no ano passado, para promover o sexto álbum de estúdio, ‘VI’, que celebrou os 20 anos de estrada do grupo. A aceitação do público de estilos musicais variados com o rock alternativo e a música de protesto é um ponto favorável da banda. Tico Santa Cruz (voz), Renato Rocha (guitarrista), Fábio Brasil (baterista), Cléston (DJ e tecladista), Philippe (guitarrista e vocal de apoio) e Macca (guitarrista) transitam desde o ambiente sertanejo da Festa Nacional da Cachaça, em Santa Catarina, a pequenas e médias casas de espetáculos e baladas dos interiores do país.
As longas viagens terrestres entre cidades para a realização dos shows requerem bom preparo físico dos integrantes. O registro capta, por várias vezes, que o transporte em vans, as poucas horas que antecedem o início dos shows e depois das passagens de som são os momentos que os integrantes têm para dormirem. A resistência física é induzida no que os artistas consideram “drogas estimulantes”, a exemplo da cafeína. Para o sexteto, as madrugadas equivalem ao período diurno da maioria dos trabalhadores.
Lidar com atrasos de voos, mudanças de portões de embarque e fechamento de aeroportos tem o lado positivo. É que os encontros musicais costumam acontecer em algumas dessas ocasiões. Entre a correria para conseguir viajar, a banda tem encontro inesperado com o cantor e músico Wilson Simoninha e o guitarrista da banda Ira! Edgar Scandurra.
Durante cumprimento de agenda de atendimento à imprensa, Tico Santa Cruz diz que os Detonautas ainda não se adaptaram à era imediatista da indústria musical. “A dinâmica da internet mudou muito a configuração de lançamentos dos artistas. Cada mês estão estreando novos singles e essa velocidade nos assusta. A gente tem sempre essa necessidade de parar para criar e de ter um cuidado um pouco maior com nosso trabalho”, confessa. O músico acrescenta: “ainda não entramos nessa correria de lançar singles e discos toda hora”.
O respeito e a lealdade aos fãs são valorizados pelo sexteto. Atração de encerramento do festival Planeta Rock 2018, Detonautas teve o seu show atrasado em três horas pela organização do evento. "Estava previsto para a gente entrar às 1h45 da manhã, porém houve um atraso e a gente deve entrar mais ou menos às 5h. Vamos ver o sol nascer”, apressa-se Tico ainda no camarim, para comunicar aos fãs nos stories do Instagram da banda. Fazia nove graus durante aquela madrugada e o público permanecia para assistir à apresentação.
Em duas décadas de existência, Detonautas perpetua ao menos duas gerações de fãs: adultos, que em alguns casos tiveram primeiro contato com a banda na adolescência durante as décadas de 90 e 2000, e os jovens atuais. "Conheci meu atual esposo através da música 'Outro Lugar'. Estou emocionada e feliz de encontrar vocês", relata a fã Ivana em encontro com Renato Rocha, que conduz boa parte das filmagens. “Fui no primeiro show quando vocês vierem aqui. Tinha 16 anos e hoje tenho 30", conta outra fã durante passagem da banda por Mato Grosso do Sul.
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