Geriatra fala sobre solidão na terceira idade no Impressões deste domingo na TV Brasil

Divulgação TV Brasil
Para orientar os idosos sobre os cuidados importantes que devem ser tomados durante a pandemia do novo coronavírus, a jornalista Katiuscia Neri entrevista o médico geriatra Thiago Póvoa no programa Impressões deste domingo (10), às 22h30, na TV Brasil. A conversa está no aplicativo EBC Play.

A partir das dicas do especialista, a atração jornalística destaca uma série de recomendações sobre o que cada pessoa pode fazer para amenizar a solidão dos que têm mais de 80 anos e precisam de carinho, mas, sobretudo de cuidados redobrados.

A produção mostra que 11% da população brasileira é composta por pessoas na terceira idade. Elas devem evitar ao máximo ir para praças e mercados ou sair às ruas para encontrar os amigos e familiares. Nesse cenário, as pessoas se deparam com o desafio de driblar ímpetos e convencer a seguir as orientações para se preservarem na expectativa de dias melhores

Thiago Póvoa alerta sobre os cuidados com essa parcela da população mais vulnerável à doença. "Os pacientes dividem-se em dois grupos: o grupo dos que estão extremamente temerosos e trancados em casa, e o grupo de pacientes que acha que não é com ele, que já passou por muita coisa nessa vida e podem sair e fazer de tudo", afirma o médico.

Na conversa com a jornalista Katiuscia Neri, o presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Distrito Federal, Thiago Póvoa, explica que uma das poucas certezas que se tem sobre a doença é a vulnerabilidade dos idosos aos sintomas do vírus. Por terem saúde mais frágil, em função do tempo de vida, são os idosos que mais sofrem as consequências do Covid-19 em caso de contaminação.

"Eu costumo comparar nosso organismo às engrenagens de um veículo. Com o passar do tempo, as peças vão tendo mais dificuldade de se encaixar. As respostas do corpo ficam mais lentas e precárias", explica o especialista.

Segundo Póvoa, com uma resposta mais lenta e inadequada a doenças, a tendência é de maior sofrimento. "A gente percebe que o organismo do idoso, mais fragilizado por doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, é mais suscetível às formas mais graves do Covid-19", ressalta.

No entanto, ele chama atenção para os cuidados que vão além da pandemia. "A gente tem que ficar atento, porque o mundo continua girando além da Covid". O médico lembra que os idosos continuam adoecendo por conta de outras enfermidades físicas e psíquicas. "As pessoas não deixam de infartar, de ter derrame de ter infecções por conta da pandemia", adverte.

É preciso estar atento a qualquer sinal de problemas na saúde. "A gente tem orientado que as pessoas não devem procurar o hospital sem necessidade. Mas infelizmente as estatísticas mostram que aumentaram os riscos de um AVC em casa, de um infarto em casa que poderia ser tratado no hospital", constata o geriatra. "Então, eu peço que as pessoas prestem atenção a outros problemas", recomenda. 

De acordo com o entrevistado, os idosos estão sofrendo muito com a pandemia. O médico trabalha constantemente para que o idoso seja incluído na sociedade, mas, diante do problema que acomete o mundo inteiro, as recomendações, por ora, são contrárias às orientações da especialidade.

"Agora temos que buscar afastá-los", lamenta Thiago Póvoa. Segundo o convidado dessa edição do programa Impressões, é importante a compreensão de que o distanciamento social não precisa significar um afastamento afetivo.

A interação com os parentes é essencial. "Nós, como familiares, devemos guardar um distanciamento social, mas o distanciamento afetivo não deve existir. Aquela ligação de assistência, para perguntar se está tudo bem", sugere o médico.

Outra dica importante é a manutenção de uma rotina diária básica para assegurar os níveis de imunidade e equilíbrio emocional. "Manter uma rotina fora do caos - alimentar-se bem, procurar dormir adequadamente, manter atividade física e procurar o amparo das pessoas que você ama", enumera o médico.

Outra recomendação do especialista é garantir o banho de sol do idoso. "Respeitando os limites da quarentena, isso é sanidade mental. Se a gente não tomar essas atitudes nós não teremos idosos saudáveis do ponto de vista psíquico no momento que a gente sair do isolamento", analisa.

Quando o caso é de idosos que sempre contaram com a ajuda de cuidadores, Póvoa não hesita em lembrar da importância desses profissionais ou dos familiares que assumem essas tarefas. Segundo ele, se os cuidados não essenciais podem ser dispensados, o auxílio na higiene e na administração de medicamentos são indispensáveis.

"É aquela pessoa que ampara nos cuidados, auxilia na medicação, no banho. Os cuidadores agora são muito mais importantes e devem receber as orientações para que não sejam veículos de contaminação", lembra.

Mesmo diante do cenário de contaminações pela Covid-19, Thiago Póvoa se mostra esperançoso. "Não é porque essa pandemia está acometendo diversos países, é que será assim no nosso país. Nós temos que nos cercar de cuidados para que isso não aconteça dessa forma".

Aos familiares de idosos e para aqueles que se encontram isolados, o geriatra arrisca um conselho. "A primeira orientação que a gente tem a dizer é que vai passar. Isso vai passar. Historicamente, as pandemias, elas passam", defende.

"Infelizmente para muitos de nós, (alguns) conhecidos vão sofrer. Muitos vão adoecer, poucos vão até vir a falecer. Mas isso vai passar. Logo vamos poder abraçar as pessoas que a gente ama. Então aqueles que estão angustiados com esse passar dos dias e a ausência desse contato, tenham tranquilidade em seus corações, porque isso vai passar", conclui. 

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