Em 'Arcanjo Renegado', Ronaldo Leitão denuncia ação truculenta liderada por Mikhael

Divulgação Carlos Fofinho/Globo

Ronaldo Leitão (Álamo Facó) gera enorme repercussão com a matéria publicada no canal “Rio Sob Custódia” em uma rede social. Na denúncia, o jornalista e ativista político questiona a legitimidade da operação liderada pelo Sargento Mikhael (Marcello Melo Jr) na Maré. Ele também traz depoimentos exclusivos de moradores que relatam a noite de violência com várias trocas de tiros na comunidade. O terceiro episódio da série será exibido amanhã, quinta-feira, dia 18, logo depois do “BBB21”.

O vídeo viraliza e logo depois Ronaldo inicia uma série de outras matérias que expõem atitudes suspeitas do governador Custódio (Bruno Padilha). Durante uma coletiva de imprensa, o jornalista chega a questionar o governador, que desvia do assunto para não comentar as acusações. 

Como represália e para dar uma resposta ‘à sociedade’, Mikhael é advertido e obrigado a se afastar da equipe Arcanjo, do Bope. Levado para uma prisão administrativa, o sargento se revolta com a situação e acusa Gabriel (Leonardo Brício) de manipulação política. O episódio acaba colocando em risco a carreira de Mikhael dentro da corporação.

A série 'Arcanjo Renegado' é um thriller policial criado por José Júnior, com direção-geral de Heitor Dhalia e direção de André Godoi. Além de ser exibida às quintas-feiras na TV Globo logo depois do “BBB21”, está disponível na íntegra para assinantes Globoplay na plataforma. A obra é uma coprodução do Globoplay e do Multishow com a AfroReggae Audiovisual.

Entrevista – Álamo Facó
 
Como foi para você receber a notícia de que ‘Arcanjo Renegado’ seria exibida na TV?
Recebi com enorme satisfação! “Emprestamos nossas almas” para esses personagens contarem essa história, tão complexa e ao mesmo tempo, tão realista. Exibir na TV aberta possibilitará o alcance a essa história por pessoas que não conheciam o produto.
 
Qual o diferencial da série? Que elementos e temáticas fazem de ‘Arcanjo’ um produto especial?
É a guerra do Rio de Janeiro contada por uma pessoa preta, carioca, que trabalha com pessoas que estiveram em situação carcerária, nascido em Ramos e criado na Lapa. O fato de o José Junior ter convivido com policiais e ex-traficantes, formadores de opinião e jornalistas possibilitou que essa história fosse contada por alguém que conhece esse universo por dentro e por vários ângulos. E Heitor Dhalia, um dos principais cineastas do Brasil, veio fazer a sintonia perfeita com José Junior.
 
Como você define Ronaldo Leitão e como foi o trabalho de composição para viver essa personagem? 
Ronaldo Leitão é um jornalista investigativo, ativista político, altamente comprometido com as lutas sociais da sua cidade e no combate à corrupção. Fiz laboratório, sim. Fui às comunidades em conflito, passei um dia com uma família no Complexo da Maré, e nos falamos até hoje. Convivi com pessoas que já estiveram presas, jornalistas e também com empresários acusados de corrupção. O laboratório não parou até hoje. Me tornei uma pessoa ainda mais engajada por essas causas e ainda mais corajosa para combatê-las. 
 
A série é bastante realista e aborda muitas ações recorrentes nas comunidades do Rio e nos bastidores da política. Você teve alguma inspiração para ajudar a compor o perfil do Ronaldo, que é um jornalista investigativo?
Sim. Eu me inspirei em muitos jornalistas que estão na ativa, tratando de casos como o do assassinato da vereadora Marielle Franco. Também me inspirei no novo jornalismo que nasceu em 2013, quando os próprios criadores de conteúdo jornalístico começaram a acompanhar os conflitos com câmeras de celular e relatar os episódios de dentro de esconderijos na favela.  
 
Ao se deparar com o noticiário diário é possível traçar um paralelo com o trabalho realizado pelo seu personagem na série?
Com certeza. O papel do jornalista é fundamental para levar os fatos à casa das pessoas da forma mais transparente possível. Eu crio esse paralelo o tempo todo com o jornalismo do ‘Voz das Comunidades’, por exemplo, cuja equipe teve o celular quebrado por um policial, exatamente como meu personagem.
 
Além de ‘Arcanjo’, você também participou de ‘Tropa de Elite’. Produções de ação no Brasil com foco nas questões sociais são bem características e únicas. A que você atribui o interesse do público por este tipo de produção? 
É o gênero que o brasileiro mais gosta, dizem as pesquisas. A vida do brasileiro é um filme de ação. Quando se mora em uma região de vulnerabilidade social, quase todas as pessoas já viram alguém morrer ou perderam um parente pra essa guerra.  Poder ver sua realidade representada na tela é o que precisamos para refletir e torcer para que essa guerra acabe definitivamente. 
 
Quais são seus planos e projetos para este ano?
Pretendo gravar a segunda temporada de ‘Arcanjo Renegado’ e a primeira temporada de ‘O Jogo Que Mudou a História’. Estou escrevendo uma peça chamada “O Caminho da (Re) Volta”, sobre a minha ancestralidade, que vai para diversos lugares do Mundo, do indígena ao alemão, como a de muitos brasileiros e a tentativa de entender realmente o que houve nessas terras no passado. Depois de estudar os historiadores a antropólogos, tentarei trazer o olhar do artista sobre o que chamamos América Latina.

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