No Curta!On, 'O Filme Perdido de Nuremberg' conta a história do documentário que confirmou crimes nazistas

Divulgação/Curta!On

Um novo mundo nasce dos escombros da Segunda Guerra Mundial. Nele, os Aliados — países vencedores do conflito — estão focados em punir os nazistas por seus crimes contra a humanidade. Para isso, a cidade alemã de Nuremberg foi escolhida para sediar os julgamentos que seriam decisivos para o século XX.

Hoje, mais de 75 anos depois, o Curta!On apresenta o documentário ''O Filme Perdido de Nuremberg'', inédito no Brasil, que conta uma parte dessa história.

Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, os jovens irmãos Stuart e Budd Schulberg, filhos de um dos patrões da Paramount, foram recrutados pelo famoso diretor John Ford - na época, responsável pela documentação visual da guerra por parte dos norte-americanos - e aceitaram a missão de partir para uma Alemanha completamente devastada e capturar provas dos crimes nazistas através da coleta e do restauro de fotografias e vídeos, como os arquivos originais dos filmes que registraram encontros e discursos de Hitler e seu séquito e, também, cenas aterradoras dos campos de concentração.

Os julgamentos de Nuremberg foram um grande marco: pela primeira vez, um Estado soberano seria julgado e, também pela primeira vez, uma tela de cinema usada para a apresentação de evidências. Através das chocantes imagens coletadas pelos Schulberg, foi possível identificar e provar a ligação de suspeitos com o partido nazista, além de dar uma dimensão mais exata do terror promovido por Hitler e seus apoiadores e, assim, ajudar a fundamentar as acusações. A montagem realizada com tudo o que fora coletado tornou-se um filme de pouco mais de três horas.

Essas imagens unidas às do próprio julgamento compuseram outro filme “Nuremberg: Uma Lição Para o Mundo de Hoje”, dirigido por Stuart Schulberg, que seria lançado nos cinemas com objetivo de educar a sociedade para, assim, prevenir o ressurgimento de horrores semelhantes. Porém, com o início da Guerra Fria, a divisão da Alemanha em dois blocos e a tentativa de restaurar a economia europeia para fortalecer o lado capitalista, os Estados Unidos não tinham mais interesse na divulgação daquelas imagens, pois os antigos inimigos poderiam vir a se tornar aliados com a mudança do panorama geopolítico. Assim, o lançamento do filme nos Estados Unidos foi cancelado por decisão de Washington e se perdeu até ser restaurado pela filha de Stuart, Sandra Schulberg, em um árduo trabalho realizado muitos anos depois.

O documentário mescla entrevistas atuais com imagens dos julgamentos, além de apresentar uma parte dos arquivos dos Schulberg. Entre os entrevistados, está o filho de um dos nazistas julgados, Hans Frank, acusado de ser responsável pelo assassinato de milhões de judeus. Ao analisar o registro da reação do próprio pai, diante das imagens de campos de concentração apresentadas na tela do julgamento, Niklas Frank comenta: “Tenho quase 100% de certeza de que meu pai nunca tinha visto isso, porque ele não queria. Ele sabia exatamente o que estava acontecendo com todas aquelas pessoas inocentes, mas assistir em uma tela, em uma sala como esta, foi algo realmente novo para ele”.

Produzido pela ARTE France, ''O Filme Perdido de Nuremberg'' foi dirigido por Jean-Christophe Klotz, e está disponível exclusivamente através do Curta!On, o novo clube de documentários do canal Curta! no NOW, da NET/Claro. O filme tem estreia marcada no canal Curta! no dia 2 de abril e, em breve, estará disponível na Tamandua TV. 


Outras produções do Curta!On para quem se interessa pela Segunda Guerra Mundial:

Minha Vida Na Alemanha de Hitler – A minissérie de Jérôme Prieur teve como base cerca de 20 mil depoimentos encontrados nos arquivos da Universidade de Harvard, escritos por alemães exilados, incluindo judeus, protestantes, católicos e oponentes políticos. Além dos relatos dessas pessoas comuns sobre a vida cotidiana em um país que estava prestes a deflagrar (em 1939) a Segunda Guerra Mundial, a minissérie mostra e explica fatos relevantes na escalada de violência dos anos 1930 e na trajetória de Hitler até chegar ao poder. O primeiro episódio cita os acontecimentos cruciais que permitiram a ascensão do Führer, como o incêndio do Reichstag, a prisão de seus primeiros opositores, a progressiva perda de direitos civis e a construção dos primeiros campos de concentração.

Rastreando Klaus Barbie - Conhecido como “Açougueiro de Lyon”, Klaus Barbie foi um oficial de alto escalão da organização paramilitar nazista SS e, posteriormente, chefe da unidade da Gestapo (a polícia secreta de Hitler) em Lyon, na França. Durante a Segunda Guerra Mundial, enviou mais de 7 mil judeus para campos de extermínio e ficou conhecido pela brutalidade com que torturava seus prisioneiros. Depois do fim da guerra, fugiu para a América do Sul e se tornou espião dos Estados Unidos durante a Guerra Fria. O documentário “Rastreando Klaus Barbie”, de Christophe Brulé e Vincent Tejero, retrata a trajetória e o julgamento do líder nazista. Em foco, o julgamento de Barbie e a proteção que ambos os serviços secretos, da Alemanha e dos EUA, ofereceram a ele, ainda que em períodos diferentes. Sua produção baseou-se em pesquisas realizadas pelo historiador alemão Peter Hammerschmidt e em arquivos históricos.

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