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O Caminhos da Reportagem inédito que a TV Brasil exibe no domingo (18) revela como os atletas brasileiros se prepararam para os Jogos Olímpicos de Tóquio, que começam no dia 25 deste mês. A equipe de reportagem conversa com desportistas, técnicos e preparadores físicos sobre o desafio atípico de se treinar em meio à pandemia de Covid-19. O programa vai ao ar às 20h.
Desde os primeiros Jogos da Era Contemporânea, em Atenas (1896), este é o maior intervalo de tempo entre duas Olimpíadas: 1797 dias. Hiato semelhante havia acontecido durante a Segunda Guerra Mundial, quando as edições de Helsinque (1940) e Londres (1944) foram canceladas.
Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março de 2020, A pandemia de Covid-19 fez com que o maior evento esportivo do mundo fosse adiado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) por um ano. Isso alterou a rotina de treinos e as expectativas de muitos atletas brasileiros, que passaram por uma preparação fora do comum.
“No começo da pandemia, a gente não podia entrar aqui no centro de treinamento. Estava tudo fechado”, relembra a atleta do tiro com arco Anne Marcelle dos Santos, para quem a quebra de rotina foi também um desafio psicológico. “A gente tinha um único espaço em casa, de cinco metros, e não é a mesma coisa: de cinco metros, atirar 70 metros. Então, tinha dias que eu treinava, tinha dias que eu não treinava.”
O aspecto mental teve um peso significativo e mereceu atenção especial do Comitê Olímpico do Brasil (COB). A psicóloga Carla di Pierro, que atua no COB desde 2012, observa que a preparação foi especialmente difícil para a maioria dos atletas, profissionais que têm a vida pessoal planejada com rigor em função do calendário esportivo.
“Tem atleta que já se organiza para a aposentadoria, para ter filho depois dos jogos, para casar depois dos jogos”, explica a psicóloga.
Foi assim para a dupla do vôlei de praia Alison Cerutti e Álvaro Filho. Classificados desde 2019, eles puderam acompanhar de perto o nascimento dos filhos no período de isolamento. Por outro lado, tiveram que redobrar a atenção com a segurança da família. “Foi um processo, onde a gente estava um em cada tempo e depois a gente conseguiu alinhar os dois, e agora nós dois estamos entrando no nosso melhor mesmo. Então, acho que a gente vai chegar forte pra Tóquio”, afirma Álvaro.
Pepê Gonçalves, da canoagem slalom, teve sorte em poder contar com um centro de treinamento de ponta. No Parque Olímpico de Deodoro – legado dos Jogos do Rio 2016 –, ele conseguiu se preparar e está otimista quanto à sua participação.
“Se hoje eu tô sonhando e indo buscar minha medalha olímpica em Tóquio, é tudo graças ao canal de Deodoro”, revela o atleta. “Lá, a gente podia ficar totalmente isolado de todo mundo, seguindo as restrições. E enquanto muitos centros de treinamento estavam fechados, o nosso estava aberto.”
Apesar de toda adversidade, a expectativa de fazer o melhor em Tóquio é o que tem motivado os atletas brasileiros para essas Olimpíadas. Único representante do remo brasileiro, Lucas Verthein resume o sentimento dos atletas brasileiros: “É uma Olimpíada histórica. É uma Olimpíada que vai ficar marcada pro resto da nossa história como uma Olimpíada atípica e, ao mesmo tempo, uma Olimpíada que simboliza a vida (...) simboliza a nossa volta por cima em relação a um vírus que devastou o planeta inteiro.”
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