''Resistência é a palavra motora do artista preto no Brasil'', diz a atriz Naruna Costa no Estação Livre

Divulgação Mariana Carvalho

O Estação Livre desta sexta-feira (8/10) fala sobre teatro. O programa faz um passeio pela história da arte teatral, remonta à criação do Teatro Experimental Negro e visita um dos bairros com maior concentração de teatros em São Paulo. No estúdio, Cris Guterres conversa com a atriz e diretora teatral Naruna Costa e com o ator Fabrício Boliveira, que aproveitam suas experiências no audiovisual para refletir sobre suas vivências no teatro. Vai ao ar inédito às 22h, na TV Cultura.

"O fechamento de teatros tem muito a ver com esse desgoverno nosso, que promoveu um desmonte da cultura", diz o ator Fabricio Boliveira sobre o cenário atual do teatro. E completa: "A gente falou muito de resistência e tem um lugar de sobrevivência que a gente não quer mais. A gente quer existência, a gente quer viver e não sobreviver".

Na edição, Naruna relembra que foi a primeira diretora negra a ser contemplada por direção teatral no Prêmio APCA e afirma: "O país, infelizmente, não prioriza a cultura, não entende que a cultura é um direito do cidadão e ela é tão básica quanto a educação, que também é precarizada, e a saúde, que também é precarizada".

Reportagens

O Estação abre o programa levando o público a conhecer o Teatro Vila Velha, patrimônio cultural e símbolo de resistência em Salvador. Entre outros grupos, abriga o Bando De Teatro Olodum, companhia criada em 1990 com o objetivo de colocar negros como protagonistas de espetáculos teatrais.

O Núcleo Bartolomeu De Depoimentos, que celebra 20 anos de trajetória como pioneiro da linguagem do teatro hip hop, também ganha espaço no programa. A edição ainda remonta à criação do Teatro Experimental do Negro, fundado por Abdias Nascimento, em 1944. Com exclusividade, o Estação Livre mostra imagens do documentário Ecos Do Teatro Experimental Do Negro, a ser lançado em 2022.

O bairro do Bixiga, na região central de São Paulo, é um tradicional reduto teatral da cidade: Oficina, TBC, Arena e muitos outros espaços culturais têm sede por ali. O ator, diretor e dramaturgo Jé Oliveira deu um rolê na região, para mostrar alguns espaços emblemáticos e as condições em que eles se encontram. A companhia Os Crespos, símbolo de resistência do teatro engajado em São Paulo, também marca presença na edição.

A dramaturgia teatral vem sendo renovada com o trabalho de jovens dramaturgos, que trazem um frescor sem perder as raízes. O programa conversa, então, com Johnny Salaberg, um jovem dramaturgo negro, nascido na zona leste de São Paulo, que reflete sobre a condição dos corpos negros brasileiros em sua dramaturgia.

Rumo ao final da edição, o programa presta uma homenagem à grande dama do teatro, a atriz Ruth de Souza, que teria completado 100 anos em 2021. Ex-integrante do Teatro Experimental do Negro, estrela de várias peças, filmes e novelas. A atriz inspirou o nome de um festival focado na produção negra: é o Dona Ruth - Festival de Teatro Negro de São Paulo, que chega à sua terceira edição neste ano.

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