Conheça a trama de 'Vai na Fé', nova novela das 7 da Globo

Divulgação Globo/ Ellen Soares

Confia, vai dar certo!’. 'Vai na Fé', que estreia no horário das sete, na Globo, em 16 de janeiro, conta histórias de pessoas que não esmorecem diante das dificuldades da vida, pois acreditam que, no final, tudo vai dar certo. Mesmo no ‘corre’ e nos perrengues do dia a dia, elas se cercam de esperança e coragem, na certeza de que o amanhã será melhor. Assim pensa Sol (Sheron Menezzes), protagonista desta trama criada e escrita por Rosane Svartman, com direção artística de Paulo Silvestrini. Mulher de fé, mãe, guerreira, moradora de Piedade, bairro tradicional da Zona Norte do Rio de Janeiro, vendedora de quentinhas no centro da cidade, Sol é como milhões de brasileiros que sonham, lutam e correm atrás.

‘Vai na Fé’ é uma história com temas contemporâneos, cheia de conflitos, humor e romance. "Busquei assuntos que estão presentes na sociedade e que sinto a necessidade de iluminar. Porque acredito que uma novela é sempre um grande diálogo com a sociedade. De análises de trabalhos anteriores, entendi que o público quer ver personagens mais próximos da realidade, com os quais ele se identifica, que erram, acertam, e que, às vezes, são também contraditórios”, conta a autora Rosane Svartman. A trama vai percorrer conflitos de diferentes gerações e camadas socioculturais, ambientada em uma Rio de Janeiro urbana, mas que, segundo o diretor Paulo Silvestrini, pode representar qualquer lugar do Brasil.  “O ambiente é essa cidade plural e misturada, onde as diferentes culturas e identidades sociais se confrontam e convivem, adequando expectativas e revendo valores”, explica Paulo.

Criada e escrita por Rosane Svartman, com direção artística de Paulo Silvestrini, ‘Vai na Fe´’ tem direção geral de Cristiano Marques e a direção é de Isabella Teixeira, Juh Almeida, Augusto Lana e Matheus Senra. A obra é escrita com Mário Viana, Pedro Alvarenga, Renata Corrêa, Renata Sofia, Sabrina Rosa e Fabricio Santiago, e a pesquisa é de Paula Teixeira. A produção é de Mariana Pinheiro e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.

De sol a sol

Mesmo enfrentando dificuldades no dia a dia, a família de Sol (Sheron Menezzes) se cerca de esperança, empatia e garra para encarar a vida. A casa dessa família em Piedade é como a de muitos brasileiros. Lá convivem três gerações: a mãe Marlene (Elisa Lucinda), a filha Sol e o genro, Carlão (Che Moais), além das netas Jenifer (Bella Campos), de 18 anos, e Duda (Manu Estevão), de 12 anos. Essa família central na trama é unida pelo amor, o respeito e a fé. Aos domingos, eles vão juntos à igreja do bairro, onde Sol faz parte do coral. Foi lá que ela, jovem, conheceu Carlão. Ele se apaixonou por Sol assim que a viu pela primeira vez e a conquistou com sua generosidade, dedicação e amor. A caçula, Duda, é o xodó de Carlão. Pai e filha cultivam uma convivência próxima e afetuosa. Ela herdou dele o gosto pela luta e os dois dividem momentos juntos treinando boxe na garagem de casa. Enquanto isso, Jenifer, a primeira universitária dessa família multigeracional, é uma jovem estudiosa que sonha ser advogada. Sua entrada em uma faculdade de prestígio, com bolsa de estudos, é um orgulho para toda a família. 

Junto com Bruna (Carla Cristina Cardoso), amiga de longa data, Sol bate o ponto no centro do Rio para vender as refeições que sua mãe, Marlene, prepara. Com o carro parado em uma vaga ‘cativa’, elas abrem o porta-malas recheado de quentinhas e com alegria e bom-humor anunciam para os clientes os pratos do dia no ritmo de paródias de músicas famosas. 

''Glamurosa, quentinha de frango, Poderosa, tempero radiante.''

Bruna e Sol são amigas desde a juventude, vizinhas em Piedade. Bruna conhece bem a amiga e está sempre ao seu lado. Teve a filha Kate (Clara Moneke), que cria sozinha, um pouco depois do nascimento de Jenifer. Com elas, o perrengue não é diferente, e Bruna se desdobra para sustentar a casa. Mas, ao contrário de Jenifer, Kate não se rende aos estudos e se aproxima de pessoas como Hugo (MC Cabelinho), um ex-namorado que escolheu entrar para o crime organizado.

Em um dia de trabalho no Centro, um cliente encomenda várias quentinhas para serem entregues em uma casa de show próxima. Sol é encarregada para a tarefa. Ao chegar lá, vê no palco Lui Lorenzo (José Loreto), cantor pop conhecido. Para a surpresa de Sol, Vitinho (Luis Lobianco), um amigo de longa data com quem perdeu contato, trabalha na produção do cantor. Na juventude, nos anos 2000, os dois, junto com Bruna, faziam sucesso nos bailes funks da Zona Norte do Rio de Janeiro, eram chamados o 'Trio do Poder'.

Sol encontra Vitinho passando um sufoco e tendo que resolver um problemão. Ele teve de demitir Érika (Leticia Salles), backing vocal da banda, porque ela traiu a confiança de Lui passando informações para o perfil de fofoca de Anthony Verão (Orlando Caldeira). Diante da situação, Vitinho vê em Sol a solução de seus problemas e a convida pra substituir Érika.

Em casa, o convite cai como uma bomba. A família tem dificuldade em lidar com a novidade, mas com os pagamentos dos boletos atrasados, qual seria a opção? E eles sempre resolveram suas questões com diálogo e afeto, então, depois do choque, a expectativa de Sol é que tudo se acalme. Na igreja, o Pastor pondera que o que a move é um motivo nobre e que Sol saberá se manter íntegra. Determinada, Sol enfrenta as críticas e se apresenta com o grupo. O fato também é que ela se sente feliz no palco e logo faz sucesso com Lui & cia. 

A reviravolta na vida de Sol faz com que ela reencontre Benjamin (Samuel de Assis), sua paixão na juventude, e Theo (Emilio Dantas), de quem guarda más lembranças. Os dois são amigos de infância da Zona Sul carioca e conheceram Sol no baile funk. Os caminhos deles se cruzam novamente quando o sucesso das apresentações de Sol ganha notoriedade nas redes sociais. Reviver esse passado traz consequências inimagináveis para Ben e Theo. Embora amigos de longa data, o tempo foi criando um abismo ético e moral entre os dois. 

Theo é um empresário de sucesso que esconde negócios escusos. Na juventude, curtia sair das festas da elite carioca para frequentar bailes funk. Por essas andanças conheceu Orfeu (Jonathan Haagensen), hoje seu “sócio oculto” na empresa de importação e exportação, que traz mercadorias lícitas pagando menos imposto, mas ninguém sabe disso. Nem sua esposa, Clara (Regiane Alves). Insegura, ela leva uma vida cercada de futilidades, mas precisará amadurecer e encontrar forças para lidar com as dores do filho Rafa (Caio Manhente), um adolescente melancólico. Clara se sente perdida, impotente. O casamento com Théo está longe de ser uma relação bonita e saudável, e ela não percebe os danos que ele lhe causa. As relações frágeis dessa família vão justificar as consequências às quais estão predestinados.

Ben se casou com Lumiar (Carolina Dieckmann), uma colega da faculdade de Direito e advogada respeitada. Construíram uma vida profissional bem-sucedida, dividida entre o escritório de advocacia que Ben herdou do pai e o tribunal. Advogado criminalista, Ben sabe que o rapaz que foi na juventude mal reconheceria o homem que se tornou. Decidiram juntos não ter filhos, preferem viajar pelo mundo, o que é um lamento para os pais de Lumiar. Dora (Claudia Ohana) e Fábio (Zé Carlos Machado), alternativos e antíteses da filha, reclamam da falta que netos fazem em seu sítio de terapia holística em Lumiar, Região Serrana da cidade, o Refúgio Paz de Lumiar. Controladora, pragmática e metódica, Lumiar se sente completa com a relação que construiu com o marido, o trabalho no escritório de advocacia e as aulas que ministra.

Professora de Direito na faculdade, Lumiar fica próxima de Jenifer, a filha mais velha de Sol, que, da mesma forma que seus colegas de turma Yuri (Jean Paulo Campos) e Bella (Clara Serão), entrou na faculdade pelo sistema de cotas. Neste ambiente universitário de festas e também de embates, o trio forma uma rede de apoio e segurança para os conflitos que se fazem presentes no convívio com outros alunos, como Guiga (Mel Maia), Fred (Henrique Barreira) e Otavio (Gabriel Contente), de realidades completamente distintas das deles. São jovens que carregam os sonhos de um futuro melhor e mais justo, e lutam por isso, sem nunca perder a fé.

Perto da universidade, está o bar de Simas (Marcos Veras), reduto dos alunos. Foi lá que ele conheceu sua namorada, Bia (Flora Camolese), uma estudante da universidade que vai trabalhar no escritório de Ben e Lumiar. Simas completa o trio de amigos com Ben e Theo, mas a sintonia que tinham quando jovens já não parece mais a mesma.

O clã Lorenzo

A chegada de Sol (Sheron Menezzes) ao grupo mexe com Lui Lorenzo (José Loreto). Ele fica encantado. Vira e mexe ela precisa fugir das investidas do cantor, sob o olhar atento de sua mãe Wilma (Renata Sorrah), que não acredita quando ele diz que, dessa vez, é mais do que atração. A mãe conhece bem o filho que tem. É um homem bonito e sedutor, e ele sabe disso. Infalível em suas conquistas, desconhece o que é o amor pulando de caso em caso. Isso até encontrar Sol.

Wilma passou a cuidar da carreira do filho depois que os convites para atuar desapareceram. Da carreira de grande atriz de teatro, cinema e televisão ficaram o ressentimento e as lembranças, pois com a idade, ninguém procura Wilma para novos trabalhos. Volta e meia, cita alguma fala de uma personagem que interpretou ou de um autor que admira. Lui também já não está mais no seu auge, foi-se o tempo em que enchia uma casa de shows. Hoje, só se apresenta em pequenos teatros, mas ainda é Lui quem garante o sustento da mansão em que vivem. E que mansão! Ele cresceu à sombra de uma mãe intensa e exuberante e sem a presença do pai, Fábio (Zé Carlos Machado). A fama veio após a participação em um programa de calouros, levado pela babá. Wilma, que é uma mulher egoísta, vaidosa e sem filtro, que tenta ser chique em meio à cafonice ao seu redor, nunca admirou o artista que tem em casa.

Além de Vitinho (Luis Lobianco), que também é compositor das músicas de Lui, o esquadrão do cantor é mesmo como o de um grande artista. A tiracolo estão a backing vocal Ivy (Azzy), o DJ Cidão (Alan Campos) e os seguranças Jairo (Lucas Oradovschi) e Naira (Tati Vilela). O núcleo promete tiradas de humor e descontração na trama. As músicas de Lui Lorenzo são composições originais, criadas para o personagem. A novela estreia apresentando ao público alguns dos hits da carreira de Lui, todas no estilo pop, e coreografias que fizeram sucesso na época áurea do cantor.

Passado e presente se fundem na produção de arte e cenografia

O processo de criação do conceito da produção de arte e cenografia de 'Vai na Fé' resultou em escolhas artísticas que trazem para a novela uma atmosfera vintage nas cores e ambientes. O passar do tempo, que tem papel importante na narrativa dos personagens, funcionou como grande fonte de inspiração. "O tempo, tão importante na história de 'Vai na Fé', nos inspirou em um conceito que reverencia e recicla o passado, assim como valoriza o presente, preservando o que ele tem de melhor. É uma estética lúdica e elegante, e ao mesmo tempo contemporânea e saudosista", explica a produtora de arte Carolina Pierazzo. Tanto a paleta de cores, quanto os objetos de cena se baseiam nas cores "setentistas" que, segundo Carolina, são as cores marrom, bege, vinho, laranja, mostarda e vermelho, que levarão o espectador para o imaginário da memória, das antigas paixões e das novas conquistas". Junto disso, misturamos em escala menor pitadas de uma paleta mais fria, com tons de azuis, turquesa e roxo, que embalam cenários mais pops/coloridos, como a casa de Lui Lorenzo (José Loreto). Achamos que essa combinação é a mais interessante para uma novela atual, moderna e divertida", revela Carolina. 

"Coração da novela", a casa de Sol (Sheron Menezzes), que na trama fica no bairro de Piedade, subúrbio do Rio, foi pensada nos mínimos detalhes. A decoração remete a um lar feliz, com muita vivência, forte presença dos pertences das mulheres da família - Sol, Marlene (Elisa Lucinda), Jennifer (Bella Campos) e Duda (Manu Estevão) - nos ambientes, como livros, cadernos, esmaltes e uma máquina de costura, e de Carlão (Che Moais), que tem uma diversidade de luvas de boxe. Entre os objetos de decoração, móveis antigos, que pertenceram a gerações anteriores da família, e relicários que guardam lembranças emocionantes, porta-retratos e bibelôs. Todo o instrumental de produção das quentinhas estará à mostra em diversas cenas, com a cozinha da casa sempre viva. "Tudo isso transforma o cenário em um verdadeiro lar, uma casa gostosa de entrar e estar, aconchegante, feliz", completa a produtora de arte. A parte externa da casa em que vive a família de Sol fica na cidade cenográfica, com todas as características de uma casa antiga do subúrbio - pé direito alto e presença da arquitetura neoclássica.  

Também na cidade cenográfica estão localizadas a casa de Bruna (Carla Cristina Cardoso) e Kate (Clara Moneke), e a igreja que a família de Sol e moradores do bairro frequentam. Em outro trecho da cidade, que representa a Zona Sul do Rio, ficam o bar do Simas (Marcos Veras), reduto dos estudantes, e a universidade ICAES, um dos cenários mais grandiosos da novela. É uma construção extensa e que simula um campus de universidade real. "Temos distâncias grandes entre os espaços, corredores, repetição de portas, uma escadaria grande, vegetação, espelho d'água, pilotis, tudo isso dentro de uma arquitetura modernista. Conseguimos dar uma amplitude ao cenário, com materiais reais, medidas reais, o que confere uma possibilidade para a direção e para os autores escreverem muitas cenas sem precisar sair dos Estúdios Globo, facilitando muito o dia a dia da produção", explica a cenógrafa Anne Bourgeois.

Outro cenário que promete chamar atenção na novela é a mansão de Lui (José Loreto). O cantor vive com a mãe Wilma (Renata Sorrah) numa casa luxuosa, com arquitetura exterior clássica, e no interior uma série de objetos que combinam com sua personalidade excêntrica, como um iluminado bar na sala de estar, fotos enormes de Lui e da mãe nas paredes, e plantas exóticas. O ambiente também traz instrumentos musicais e de ginástica, equipamentos de DJ, discos de ouro/platina, álbuns antigos dos anos 2000, entre outros elementos.  "A mansão de Lui Lorenzo tem inspirações na Gucci do Alessandro Michele, em casas contemporâneas icônicas de Milão, uma mistura dos estilos modernista e neoclássico. Também trouxemos o “setentismo” pop e boêmio para este ambiente, revisitando o passado elegante que nos interessa. O cenário foi desenhado para ser um ambiente divertido. Elementos contemporâneos ultramodernos se encontram com objetos de época divertidos e coloridos, em um ambiente quase monocromático nas paredes e profundidades", explica Carolina Pierazzo. A cenógrafa Anne Bourgeois complementa. "As cadeiras na sala de jantar são um acontecimento, elas têm três pés, que são pés torneados. Parece um trono indígena, são peças com características de design, peças contemporâneas. E tem outras, como um móvel chinês preto todo de pedra, que também diz muito sobre a estética dessa casa. As peças são chiques, mas o conjunto da obra choca um pouco, porque temos muita informação icônica no mesmo ambiente", conclui. 

Em contraponto ao luxo de Lui e também das moradias de Lumiar (Carolina Dieckmann) e Ben (Samuel de Assis), e de Theo (Emilio Dantas) e Clara (Regiane Alves), casais bem-sucedidos na trama, está a simplicidade do Refúgio Paz de Lumiar, centro de terapias holísticas onde vive o casal Dora (Claudia Ohana) e Fábio (Zé Carlos Machado). Uma pousada em Lumiar, região serrana do Rio de Janeiro, serve de locação ao Refúgio, e criar a ambientação do local demandou um trabalho de bastante pesquisa para as equipes de arte e cenografia, tanto para as cenas externas quanto para as gravadas em estúdio. "O Refúgio Paz de Lumiar é um espaço colaborativo de cura pessoal e integração com a natureza, de medicinas alternativas e autoconhecimento. Visitamos alguns centros holísticos para entender melhor a filosofia dos espaços e a imersão nesses ambientes. O mais interessante nas imersões que fizemos para a pesquisa foi entender sobre o dia a dia real desses centros: as alquimias feitas através de plantas, ervas, frutos, raízes, o dia a dia de trabalho colaborativo entre todos que estão hospedados - nos interessamos por espaços onde a diária é paga com trabalho colaborativo – seja nas hortas, na cozinha, cortando lenha para as fogueiras e lareiras, ajudando na produção de aromaterapia, com cursos, palestras, massagens, etc. Trouxemos isso tudo para o nosso centro holístico de Lumiar e para ações de Dora e Fábio", conta Carolina Pierazzo.  

Naturalismo e leveza na caracterização e no figurino

Como 'Vai na Fé' é uma novela urbana e contemporânea, a caracterização e o figurino buscam traduzir a realidade do dia a dia do Rio de Janeiro, mas sem deixar de mostrar a beleza dos personagens. A caracterizadora Lu Moraes conta que o objetivo é trazer ao elenco uma beleza natural, dentro da atmosfera solar da trama. "Eu busquei me inspirar nos próprios atores e personagens que eles já tinham feito, tentando não repetir o que já foi realizado. Busquei conhecer a vida real deles, como são na essência e trouxe uma versão do meu olhar, do que eu acho mais bonito para eles e mais real. E que, claro, conte a história da personalidade do personagem de cada um". Para Sol (Sheron Menezzes) e Lumiar (Carolina Dieckmann), que têm personalidades bem distintas, foi pensada uma forma de equilibrar o visual de cada uma de forma que haja uma harmonia. "Ludicamente falando, uma é o sol e a outra é a lua. Uma aquece e a outra ilumina. Para a Sol busquei um cabelo longo que nunca tinha visto na Sheron, respeitando o cabelo afro, o tipo de curvatura, a circunferência, o tipo de cacho que ela tem. Busquei especialistas no mercado. Eu queria deixá-la iluminada, então, o cabelo longo é para que pareçam raios de sol, ele tem a base mais escura e vai ficando iluminado no comprimento e nas pontas. Ficou bem natural. Em alguns momentos a gente prende, dependendo se ela está na igreja, se está no palco, se está vendendo quentinha, fazemos penteados diversos em cima desse cabelo", conta a caracterizadora. "Para Lumiar, eu quis mostrar a Carolina bem diferente dos últimos trabalhos, e como ela se entrega muito ao visual de suas personagens, eu pude ousar. Na maioria dos papeis anteriores ela tinha um cabelo mais praiano, quase sempre loiro, e agora ela é uma advogada e professora universitária, então combina um cabelo reto, curto, prático e mais escuro. Ela é uma mulher pragmática, que pensa muito no trabalho. É um cabelo na altura do ombro, que em alguns momentos está liso, em outros com um certo volume, mas naquele mesmo comprimento. Na maquiagem ela passa, no máximo, um blush, um rímel. A vaidade dela está em outro lugar e ela é naturalmente linda", explica.

No visual dos homens, Lu Moraes optou por colocar barba na maioria, entre eles Ben (Samuel de Assis), Carlão (Che Moais) e Theo (Emilio Dantas). "A barba é uma tendência forte, uma marca dos anos 2020, 21 e 22. Quando eu vi que todos os homens da novela estavam barbados, fiz uma paleta de desenho de barba para não repetir a de nenhum personagem, nem cor, nem forma. Criei um tipo de barba em cada um", explica. O cantor pop Lui Lorenzo (José Loreto), que também usa barba, é um personagem que amplia as possibilidades de criação, e a opção foi por um cabelo bem curto. "Eu tinha o desafio que era tirar o visual de 'Pantanal' do Zé Loreto, que acabou de sair da novela, e o Lui tem a dança, a água da piscina, então não ia funcionar um cabelo com topete esticado na escova estilo Elvis Presley, como pensei inicialmente. Decidi me inspirar no visual do cantor Maluma", revela a caracterizadora. No núcleo de Lui, a ousadia também está no visual de Ivy (Azzy), Vitinho (Luis Lobianco) e Wilma (Renata Sorrah). "Esse é o núcleo mais lúdico da novela, eles são uma trupe. É o núcleo que realmente dá para criar mais, para envolver mistérios, trazer mais elementos de maquiagem, cor e caracterização no geral. Para a Ivy, como a Azzy em si já é um personagem, chegamos no tom rosa do cabelo. Na paleta de cores deste núcleo, a Wilma tem os cabelos ruivos e o Vitinho, loiro branco. Ficou uma paleta superequilibrada", acredita.

Em tonal sintonia com a caracterização precisa estar o figurino dos personagens. A figurinista Sabrina Moreira também procura seguir ao máximo a realidade na composição das peças, mas pode brincar na hora de criar o figurino do grupo de Lui, que, durante os shows, é inspirado na proposta de cada apresentação. "Cada vez que tem um show a gente conceitua separadamente, para o primeiro foi conceituado um cenário de flores, então eu fiz para o Lui uma roupa preta, um visual meio toureiro, sem camisa embaixo e com muita aplicação. Botões dourados e uns bordados de flores vermelhas para acompanhar o cenário. Fiz uma pesquisa nos bordados da Dolce & Gabbana, que tem muita flor vermelha, muita pedra, cruz dourada e metal. Para o próximo show, já estou indo para um lado mais pop, com um figurino todo jeans com stretch", conta Sabrina. O figurino de Wilma também promete ser um destaque na trama. "Como ela já foi atriz, isso está traduzido no figurino. A Wilma se veste de acordo com o humor dela no dia, com a situação que está vivendo. Tem dias que ela usa mais estampas, outros ela está mais rock and roll. É uma mulher multifacetada, e isso é um barato porque a gente vai montando um look a cada dia, de acordo com o mood da cena, não temos uma silhueta específica". 

Influenciadora digital e fashionista, a personagem de Mel Maia, Guiga, também permite um trabalho mais elaborado de composição do figurino. "Não quis distanciar tanto e tirar a personagem do universo dos alunos da faculdade, que usam um visual confortável e despojado, mas é claro que ela está um tom acima de todo mundo. Estamos usando alfaiataria, fui para um lado bem patricinha, com muita peça de grife, usando "candy colors", tudo nesses tons quentes que estão super em alta. Ela tem bastante frescor, eu olhei muito a Chiara Ferragni, que é uma blogueira italiana, a minha primeira inspiração para a Guiga foi a Chiara, e daí parti para as alfaiatarias e calças wide leg que ela usa bastante, além de saia clochard", descreve Sabrina.  

Entrevista com a autora Rosane Svartman   

Rosane Svartman é uma autora, diretora e produtora. Formada em cinema pela UFF (1991), fez mestrado em Comunicação, Estética e Tecnologia pela UFRJ (2008) e doutorado em Comunicação - Cinema na UFF (2019). Como autora, assinou novelas como ‘Malhação - Intensa como a Vida’ e ‘Malhação - Sonhos’, ambas indicadas ao Emmy Internacional digital e ao Emmy Kids Awards, respectivamente; ‘Totalmente Demais’ – também indicada ao Emmy Internacional como Melhor Telenovela, e ‘Bom Sucesso’ – indicada ao prêmio europeu Rose D´Or. As três últimas obras foram escritas junto com o autor Paulo Halm. Na TV Globo, escreveu ainda as séries ‘Dicas de um Sedutor’ e ‘Guerra e Paz’, esta última como colaboradora de Carlos Lombardi. Dirigiu os humorísticos ‘Casseta & Planeta, Urgente!’ e ‘Garotas do Programa’. No cinema, dirigiu as comédias 'Como Ser Solteiro’ (1997); ‘Mais Uma Vez Amor’ (2005) e ‘Desenrola’ (2010). Estreou no universo infantil na direção do filme ‘Tainá - A Origem’ (2012) e, em 2022, estreou seu quinto longa-metragem, filmado debaixo d'água e em 3D, ‘Pluft, o Fantasminha’. Escreveu as obras literárias: ‘Onde os Porquês têm Resposta' (2003), ‘Quando Éramos Virgens’ (2006), ‘Melhores Amigas’ (2006), Desenrola’ (2011) e ‘Telenovelas and Transformation: Saving Brazil´s Television Industry’ (2021). E as peças teatrais: ‘Mais uma Vez Amor’ (2004), ‘O Pacto das 3 Senhoras’ (2011) e ‘Anjos Urbanos’ (2012). Rosane também dirigiu com Lírio Ferreira a adaptação para o teatro de ‘Eu Te Amo’, de Arnaldo Jabor, e é autora de ‘Musa Música’, a primeira série musical produzida pelos Estúdios Globo para o Globoplay e Gloob. 

Como você define a história de ‘Vai na Fé’?O título já diz muita coisa. 'Vai na Fé' fala de esperança e da fé que as coisas vão melhorar, que tudo vai dar certo, que é possível se reinventar, acreditar, com o forte sentido de positividade. É uma história repleta de conflitos, humor, romance, e que trata de temas contemporâneos que atravessam a vida desde os mais jovens aos mais vividos. Apresentamos personagens com mais camadas, menos maniqueístas, que acertam e erram, aprendem, erram de novo, mesmo tentando acertar...São personagens humanos, que muitas vezes se contradizem, se enrolam, enfim, como nós. E a obra fala de seguir em frente mesmo em meio às adversidades, acreditando num futuro possível, melhor.

Quais serão os principais temas abordados na novela? 

Estamos falando de uma novela contemporânea em que pretendemos, ao longo da trama, iluminar temas diversos que estão muito presentes nos dias atuais. Por exemplo, temos um casal de advogados, a Lumiar (Carolina Dieckmann) e o Ben (Samuel de Assis), que vai retratar a rotina dos tribunais. Justiça é um tema que permeia a novela. Temos o núcleo da universidade que trará a realidade das cotas, da diferença social, da meritocracia, entre outras temáticas que estão presentes na realidade dos jovens de hoje. Estes são dois exemplos de temas da atualidade abordados na novela. Enfim, serão sempre enfoques com perspectivas diferentes, considerando a vivência e a história de cada um, os personagens vão atravessando e vivendo conflitos que qualquer um de nós pode viver.

 Você conta com uma equipe de autores, uma pesquisadora e consultores. Como funciona a participação desses parceiros?Um roteirista quando escreve, o que ele faz é construir pontes de empatia. Para isso, conto com uma equipe talentosa e apaixonada pelo que faz: Mario Viana, Pedro Alvarenga, Renata Corrêa, Renata Sofia, Fabrício Santiago e Sabrina Rosa. Mas por mais que eu tenha uma equipe diversa, de idades, experiências e trajetórias diferentes, não conseguimos dar conta de todos os temas de uma novela através do ponto de vista de nossa própria experiência ou repertório. Então, a melhor forma de construir algumas dessas pontes é escutar alguém que tenha uma experiência diária num determinado tema, isso faz toda a diferença. São assuntos que vão permear a novela e conversamos com várias outras pessoas para escrever sobre eles, temos uma enorme consultoria de pesquisa, além do trabalho maravilhoso da nossa pesquisadora Paula Teixeira, que vai fisicamente nos lugares e faz com que a gente tenha acesso a pessoas que tem tudo a ver com os personagens. Além dela, consultores fixos como César Belieny e Dr. Carlos Lube.

Quais foram as referências e inspirações que a fizeram querer contar essa história?
São várias as minhas inspirações, mas especialmente busquei assuntos que estão presentes na sociedade e que sinto a necessidade de conversar mais sobre. Porque acredito que uma novela é um grande diálogo com a sociedade. De análises de trabalhos anteriores, entendi que o público quer ver personagens mais próximos da realidade, com os quais ele se identifica, que erram, acertam, e que, às vezes, sejam também contraditórios. Creio que o melodrama como narrativa passou a aceitar personagens menos maniqueístas. A mocinha não precisa apenas buscar o seu par romântico, o vilão não faz só maldade, existem várias camadas em cada uma dessas personas. Há uma aproximação maior dos personagens com a realidade.

 Como a novela não tem personagens maniqueístas, podemos dizer que o Theo (Emilio Dantas) é um antagonista da trama?
 Theo não é um vilão maniqueísta, ele é aquele cara que na juventude era muito gente fina, que resolvia tudo, tinha jogo de cintura, fazia favores, mas sempre com segundas intenções. Uma cara que sabia e queria levar vantagem em tudo. Mas, ao longo da vida, algumas dessas atitudes ganharam outro peso. Uma coisa é colar na prova da escola, a outra é falsificar um documento, por exemplo. O limite ético e moral de Theo foi ficando cada vez mais esgarçado. Theo se tornou um homem egoísta, com traços narcisistas e capaz de atrocidades.

A novela estará ambientada no bairro de Piedade, por que a escolha desse bairro?
Primeiro, o nome ‘Piedade’ tem muito a ver com a história da novela. Queríamos algum lugar na Zona Norte para fazer o contraponto com a realidade da Zona Sul, onde fica a universidade, além de outros territórios da novela. Tinha de ser um bairro operário, tradicional, que tivesse clubes, onde se realizavam eventos de bailes funk nos anos 2000, e identificamos em Piedade muitos pontos em comum com a novela. Além disso, Sol e Bruna trabalham no Centro da Cidade, bem no meio do caminho. O dia a dia de Piedade representa muitos lugares do nosso Brasil.

Como está sendo sua parceria com o diretor artístico Paulo Silvestrini? É a primeira novela em que trabalham juntos. 
Já tínhamos ensaiado trabalhar juntos outras vezes, mas não tinha acontecido...até agora. Paulinho me surpreende com ideias que não havíamos pensado na sala de roteiro e a gente comemora, ao mesmo tempo ele tem a escuta de entender que figurino e cenário têm a ver com construção de personagem, com a trama, e a gente troca muito sobre isso. Já vi algumas cenas da novela e fiquei muito feliz. Ele fez as cenas de humor ficarem mais engraçadas e as cenas dramáticas me fizeram chorar. Temos uma troca e escuta muito bacanas. Há um diálogo bem grande no tripé de autor, direção e produção, comigo, o Paulinho e a Mari Pinheiro, produtora da novela. Acredito que esse diálogo é fundamental para podermos contar essa história da melhor forma possível.

 O que o público pode esperar de 'Vai na Fé'? 

O que eu espero quando assisto a uma novela é, em parte, entretenimento e um pouco de fantasia e escapismo, então, queremos divertir e emocionar. Mas uma novela também ajuda a gente a refletir sobre o dia a dia, a se informar e se atualizar sobre alguns temas, ter assunto para dialogar dentro e fora de casa, especialmente se for uma trama com assuntos atuais. Uma novela das sete, especialmente, tem como ingrediente muito importante a mistura de gêneros, pois temos um público muito diverso, com adultos, crianças e adolescentes na frente da televisão nesse horário. Então, a história precisa ter um pouco de humor, de drama, de aventura, além de gerações diferentes retratadas para conseguir engajar todas as camadas do público.

Entrevista com diretor artístico Paulo Silvestrini 

Paulo Silvestrini tem quase 30 anos de carreira na Globo. Em 1997, comandou ‘Malhação’ e, de 1999 a 2002, esteve à frente da direção do seriado ‘Sandy & Júnior’. Em sua trajetória, constam trabalhos como diretor das novelas ‘Torre de Babel’ (1998), ‘Da Cor do Pecado’ (2004), ‘A Favorita’ (2008), ‘Avenida Brasil’ (2012), ‘Joia Rara’ (2013), ‘O Rebu’ (2014) e ‘A Regra do Jogo’ (2015). Em 2017, assinou a direção artística de ‘Malhação: Viva a Diferença’, que ganhou o prêmio Emmy Internacional Kids de melhor série (2019). Como diretor-geral e artístico também esteve à frente da série Original Globoplay ‘Eu, a Vó e a Boi’, lançada no final de 2019 na plataforma e em 2021 na TV Globo. 'Vai na Fé' é a estreia de Paulo Silvestrini como diretor artístico no horário das sete da TV Globo e a primeira parceria com a autora Rosane Svartman. Em comum, diretor e autora tem como marca em suas carreiras sucessos com o público jovem.

Qual a principal mensagem de ‘Vai na Fé’ que você gostaria de passar para o público?

É uma novela carregada dessa positividade tão característica do povo brasileiro, dessa certeza de que o amanhã será melhor. Nossos personagens seguem “no corre”, na luta e na fé. Acreditam que tudo vai dar certo.  É um olhar otimista pra vida, com esperança e vontade de ser feliz.

Quais os personagens você destaca como principais condutores dessa história?

Todos os personagens são realmente fundamentais pra nossa história. No centro estão Sol (Sheron Menezzes), Ben (Samuel de Assis), Lumiar (Carolina Dieckmann), Theo (Emílio Dantas) e Lui Lorenzo (José Loreto). 

Conte um pouco sobre o que motivou a escolha de Sheron Menezzes para viver Sol, protagonista dessa história.

Sempre quis trabalhar com a Sheron. Eu a conheci num workshop com Robert Castle, do actors studios, na Globo há anos atrás e fiquei muito impressionado com o brilho e carisma dela. Quando li a novela pela primeira vez pensei na Sheron imediatamente para interpretar a Sol. Ela tem a luz e o coração da personagem.

Você destacaria alguma outra escalação desse elenco?

Renata Sorrah interpreta Wilma, um personagem delicioso, inteligente e divertido. Regiane Alves é Clara, sensível e complexa. Em todos os núcleos conseguimos reunir atores e atrizes incríveis para personagens muito especiais.

A trama está ambientada em diversas regiões do Rio de Janeiro, o que pretende com isso?

Queria mostrar essa cidade plural e misturada, onde as diferentes culturas e identidades sociais se confrontam e convivem, adequando expectativas e revendo valores, mas compondo um único grande grupo, sem hierarquia, onde todos são importantes. A cidade é uma só. Nenhum grupo é mais legal que todos juntos. 

Onde você está buscando referências estéticas e como será a linguagem de direção em 'Vai na Fé’? 

Nunca elegi em meus trabalhos uma referência específica. São tantas! Nessa novela elenquei os personagens como o principal foco da realização, então é ao elenco que dedico minha maior atenção. Aposto na interpretação sincera e  na integração entre os personagens. Busco imprimir um pulso em suas ações e sentimentos pra que a novela imprima o ritmo da vida contemporânea. E tento contar a história com intensidade e emoção contando com o talento incrível desse elenco maravilhoso que fomos capazes de reunir.

Como está sendo realizar essa parceria com a Rosane pela primeira vez?

É uma parceria ensaiada há mais de 10 anos quando desenvolvemos um projeto juntos. A Rosane também é diretora, sua compreensão e colaboração são enormes, é sempre muito respeitosa com a realização. Defendo o texto com rigor, a novela é escrita primorosamente. É também uma relação cheia de afeto. Tem sido o melhor dos mundos, trabalhar com uma pessoa que eu gosto e  admiro.

Como está a elaboração da trilha sonora? E como será o estilo da música de Lui Lorenzo?

É uma trilha pop, divertida e heterogenia. O repertório do  Lui Lorenzo, um cantor pop de gosto duvidoso, é todo original, composto e produzido especialmente para o personagem. O José Loreto se dedicou muito e o resultado foi  sensacional. A Sol, personagem da Sheron, além de cantar como backing vocal de Lui, pertence ao coral da igreja então vai cantar música gospel também. A Sheron é afinada, possui um timbre lindíssimo e empresta muita emoção ao repertório.

Você está há quase 30 anos na Globo. Agora em ‘Vai na Fé’ é a sua estreia no horário das 19h como diretor artístico. Qual a sua expectativa com esse trabalho para sua carreira?

Televisão é a minha paixão. Gosto da experiência de criar com  a equipe e o elenco, da oportunidade de conviver com universos tão diversos, de aprender coisas novas. Respeito profundamente a relação do público brasileiro com as novelas da TV Globo. Estar à frente de um projeto como esse é uma enorme responsabilidade, mas é também um prazer inigualável.

Seu último trabalho em novelas foi ‘Malhação: Viva a Diferença', em 2017, que conquistou o Emmy Kids Internacional, e esteve à frente de várias temporadas do seriado Sandy & Junior. Como pretende explorar sua experiência com o público jovem para 'Vai na Fé'?

Tive a sorte de me relacionar com um público disposto a entrar em contato com o novo, jovens de todas as idades. Nossa novela está atenta às pautas e a agenda da sociedade contemporânea e buscamos lidar com elas de forma responsável e respeitosa. Estou sempre atento às questões sensíveis aos jovens e busco olhar pra elas com delicadeza.

O que o público pode esperar da novela?

O público pode esperar uma novela com muito humor, leveza e emoção. Tem relevância, contemporaneidade e informação. É uma história linda contada por personagens apaixonantes com os quais vale a pena conviver.

Perfil dos personagens 

A família de Sol 

Solange, a Sol (Sheron Menezzes) - É uma mulher guerreira, moradora de Piedade, subúrbio do Rio de Janeiro. Ela vende quentinhas no Centro da Cidade. Acorda, todos os dias, sempre com disposição e acreditando que tudo vai dar certo. Casada com Carlão (Che Moais) e mãe de Jenifer (Bella Campos), de 18 anos, e Duda (Manu Estevão), de 12 anos, ela trabalha com a amiga de infância Bruna (Carla Cristina Cardoso). Sol é filha de Marlene (Elisa Lucinda), uma grande referência da família, uma mulher que não se deixou abater quando o marido morreu. Marlene reagiu, se refez e continuou cozinhado todos os dias, investindo no negócio das quentinhas. Moram todos juntos na mesma casa, uma família feliz e unida que vive o dia a dia sempre com positividade. Aos domingos, a família se reúne na igreja da qual Sol faz parte do coral. Foi lá que ela conheceu Carlão. Na juventude, Sol já cantava no coral da igreja e gostava de ir, aos finais de semana, ao baile funk, sem o conhecimento dos pais. Ela era conhecida com a princesa do baile, a gata das gatas. O tempo passou, e Sol seguiu a vida sem nunca perder a doçura, valorizando as alegrias diárias, especialmente em família. Sempre com fé na vida, força e alegria, ela faz tudo com paixão e devoção. Agora, por um acaso do destino, ela vai parar nos palcos pra fazer algo que ama: cantar e dançar.

Marlene (Elisa Lucinda) - Mãe de Sol (Sheron Menezzes), ama incondicionalmente as netas, Jenifer (Bella Campos) e Duda (Manu Estevão). Perdeu o marido, Gonzaga, que sempre a acompanhava em uma de suas paixões de juventude: a dança. Quando ele morre, ela não se deixa abater e trabalha com a filha no negócio das quentinhas. Ao contrário da leveza com que Sol tenta encarar a vida, Marlene é mais séria, mas ao longo da novela ela vai se transformar.

Jenifer Daiane (Bella Campos) - Filha mais velha de Sol (Sheron Menezzes). Jovem estudiosa, sonha em ser advogada. Entra em uma faculdade prestigiada com bolsa de estudos, um grande orgulho para toda a família. Lá, ela vai conhecer um mundo diferente e se sentir desconfortável em alguns momentos e situações. Mas, aos poucos, Jenifer encontra sua turma. Vai se mostrar firme em seus posicionamentos, mas também capaz de ouvir os demais e entender que há outras perspectivas. Feminista e ativista, fica indignada com a apatia do pai Carlão (Che Moais) frente às tarefas domésticas. 

Maria Eduarda, a Duda (Manu Estevão) - Filha caçula de Sol (Sheron Menezzes). É a “menina dos olhos” do pai Carlão (Che Moais), a quem ama loucamente. É boa de briga e tende a ser agressiva com os colegas da escola e do bairro sempre que é contrariada. Vai amadurecer aos poucos e entender que nem tudo se resolve brigando.

Carlão (Che Moais) - Marido de Sol (Sheron Menezzes). Se apaixonou por ela assim que a viu pela primeira vez, cantando no coral da igreja. Carlão conquistou Sol com sua generosidade, dedicação e amor. Perdeu o emprego durante a pandemia. Antes paciente, ele se torna um homem irritadiço. Tenta retomar o trabalho de diversas formas até que encontra nos aplicativos de entrega de encomendas uma alternativa de rendimento.

Núcleo Lumiar e Benjamin

Lumiar (Carolina Dieckmann) - Advogada respeitada, conheceu o marido Benjamin (Samuel de Assis) na faculdade de Direito e juntos conquistaram o sucesso na profissão como advogados criminalistas. É feliz em seu casamento com Ben e se sente completa com a relação que tem com o marido, o trabalho no escritório e as aulas que ministra na universidade. Antítese de seus pais Dora (Claudia Ohana) e Fábio (Zé Carlos Machado), um casal neo-hippie, Lumiar é controladora, pragmática e metódica. Seu nome (que ela odeia!) é em homenagem à cidade onde nasceu, Lumiar, na Região Serrana do Rio. É lá que seus pais moram e mantêm o Refúgio Paz de Lumiar, um local de contato com a natureza, paz e renovação, mas a advogada não se identifica com nada ali.

Benjamin, o Ben (Samuel de Assis) - Advogado pragmático, Ben sabe que o rapaz idealista que foi na juventude mal reconheceria o homem que se tornou. Tudo mudou na vida de Ben quando o pai morreu. Da noite para o dia, ele se viu responsável pela sua família e teve de assumir o escritório de advocacia deixado pelo pai. Ben não conseguiria isso sem a ajuda de Lumiar (Carolina Dieckmann), a mulher com quem construiu uma vida profissional bem-sucedida. Viveu uma paixão com Sol (Sheron Menezzes) na juventude e ficará mexido ao reencontrá-la. 

Fábio (Zé Carlos Machado) - Era cantor, ator e, principalmente, um galã que levava uma vida agitada até conhecer Dora (Claudia Ohana), que o fez repensar o que realmente é ser feliz. Juntos, eles construíram o Refúgio Paz de Lumiar, local da região serrana do Rio de mesmo nome que deram para a filha, Lumiar (Carolina Dieckmann). É também pai de Lui Lorenzo (José Loreto), com quem não tem muito contato, por causa do ressentimento de Wilma (Renata Sorrah), sua ex-companheira de cena e caso eventual.  

Dora (Claudia Ohana): Terapeuta holística, se relaciona facilmente com estranhos, mas tem profunda dificuldade para se aproximar de sua própria filha, Lumiar (Carolina Dieckmann). Vive no Refúgio Paz de Lumiar junto com Fábio (Zé Carlos Machado). Ela acredita no amor livre, vive um relacionamento aberto com Fábio, mas, ao longo da novela, começa a ficar com medo de perdê-lo.

Núcleo Theo

Theo (Emilio Dantas) - Se porta socialmente como um homem respeitável e um pai de família exemplar, mas passa longe disso.  É casado com Clara (Regiane Alves) e pai de Rafa (Caio Manhente). Theo enxerga no amigo Benjamin (Samuel de Assis) a dicotomia de tudo o que gostaria de ser e tudo o que mais despreza. Conheceu Ben e Lumiar (Carolina Dieckmann) na faculdade, mas nunca se formou. Com o amigo, saía das baladas da Zona Sul para os bailes funk da Zona Norte. Nos bailes, ele conheceu Orfeu (Jonathan Haagensen), que se torna seu “sócio oculto” em uma empresa de importação e exportação, que traz mercadorias lícitas pagando menos imposto. Mas ninguém sabe disso.

Clara (Regiane Alves) - Mulher da alta sociedade carioca, é insegura e leva uma vida cercada de futilidades, passando os dias mergulhada em perfis de fofoca, lendo sobre dietas milagrosas ou vendo séries românticas. É casada com Theo (Emilio Dantas), com quem tem o filho Rafa (Caio Manhente), um adolescente melancólico. Culpada, Clara tenta ajudá-lo, mas não sabe como. Até porque precisa se ajudar primeiro. Clara vai precisar amadurecer e encontrar forças para lidar com as dores do filho. Clara se sente perdida, impotente. O casamento com Théo está longe de ser uma relação bonita e saudável, e ela não percebe os danos que ele lhe causa.    

Rafael, o Rafa (Caio Manhente) - Filho de Theo (Emilio Dantas) e Clara (Regiane Alves). Adolescente melancólico e sedentário, Rafael muitas vezes se recusa a fazer terapia. A forma como sua mãe lida com sua personalidade é nociva para o rapaz. Quem consegue tirá-lo, às vezes, de seu desânimo com a vida é o melhor amigo, Fred (Henrique Barreira). 

Helena (Priscila Steinman) –  Clara (Regiane Alves) e Helena se conhecem na academia do prédio, onde Helena é personal trainer, e passarão a ter uma relação de cumplicidade e afeto.

Núcleo Lui Lorenzo

Lui Lorenzo (José Loreto) - Cantor pop, Lui cresceu à sombra de uma mãe intensa e exuberante, sem a presença do pai, Fábio (Zé Carlos Machado). A postura ressentida da mãe, Wilma (Renata Sorrah), foi afastando cada vez mais pai e filho. A fama veio após a participação em um programa de calouros, levado pela babá. Lui é um artista de gosto duvidoso e passou a ser empresariado pela mãe depois que os convites para o trabalho como atriz desapareceram. O menino carente se tornou um homem hedonista e edipiano ao extremo. Bonito e sedutor, é infalível em suas conquistas, desconhece o que é o amor pulando de caso em caso. Isso até encontrar Sol (Sheron Menezzes). 

Wilma Campos (Renata Sorrah) - Mãe de Lui (José Loreto). Wilma é egoísta, vaidosa, durona, sem filtro e tenta ser chique em meio à cafonice ao seu redor. Da carreira de grande atriz de teatro, cinema e televisão ficaram o ressentimento e as lembranças, pois com o passar dos anos os convites para atuar sumiram. Volta e meia, cita alguma fala de uma personagem que interpretou ou de um autor que admira. Ela cuida da carreira do filho, que considera ligeiramente brega, para dizer o mínimo. Mas é Lui quem garante o sustento da mansão em que vivem.

Vitinho (Luis Lobianco) - Irreverente, criativo e um amigo de verdade. Formava, na juventude, o ‘trio do poder’ com Sol (Sheron Menezzes) e Bruna (Carla Cristina Cardoso), quando frequentavam os bailes funk nos anos 2000. Tentou se lançar como MC, mas suas letras não emplacaram. Ao trabalhar numa agência para artistas, conheceu Wilma (Renata Sorrah) e Lui (José Loreto). De mero assistente, se torna o compositor dos hits de Lui.

Érika (Leticia Salles) -  Ex-dançarina, backing vocal e affair de Lui (José Loreto), migra para o mundo das notícias de fofocas on-line após ser demitida por Wilma (Renata Sorrah). Não tem pudor, tampouco remorso ao usar de verdades e mentiras para alavancar o engajamento das redes sociais de Anthony Verão (Orlando Caldeira). Érika é linda, sexy e má. 

Anthony Verão (Orlando Caldeira) - Formado em jornalismo, iniciou sua trajetória como assistente de um famoso colunista social. Após brigar com o chefe, resolveu seguir carreira solo explorando o potencial viciante e de amplitude das redes sociais. Anthony tem um bom instinto, sabe enxergar uma boa treta de longe. Começa a ultrapassar os limites éticos quando Érika (Leticia Salles) se torna sua assistente.

Ivy (Azzy) - Dançarina e backing vocal de Lui Lorenzo (José Loreto). Parece avoada e desinteressada, mas é esperta e tem uma moral flexível o bastante para fazer de tudo para segurar seu emprego na banda.  

Naira (Tati Villela) - Segurança de Lui Lorenzo (José Loreto), despachada e durona.

Jairo (Lucas Oradovscki) - Segurança de Lui Lorenzo (José Loreto), muito fiel aos patrões, mas um tanto machista.  

Núcleo universidade

Isabela, a Bela (Clara Serrão) - Jovem do interior de Minas Gerais, estudou no melhor colégio da cidade, mas se sente desconcertada na grandeza do Rio de Janeiro e da elite da faculdade. O novo contexto e uma decepção a fazem refletir sobre suas angústias e identidade de mulher preta, proporcionando uma transformação na jovem. Vai se apaixonar por Fred (Henrique Barreira), um rapaz de outra realidade social.

Frederico, o Fred (Henrique Barreira) - Faz parte da elite intelectual e socioeconômica da faculdade. Líder do DCE atual, ele rivaliza, inicialmente, com o grupo de bolsistas. Mas a interação com eles vai permitir que Fred amplie sua visão de mundo. 

Otávio, o Tatá (Gabriel Contente) - Vem da periferia, mas estudou em colégio particular. Depois de várias tentativas, conseguiu bolsa no curso de Direito, se identifica com o grupo dos bolsistas e se apaixona por Jenifer (Bella Campos). 

Yuri (Jean Paulo Campos) - Apesar de ser extrovertido e excelente orador, é tímido nas questões do coração, hesitando se aproximar de Jenifer (Bella Campos), seu interesse amoroso. Vai vivenciar dilemas morais na sua vivência política estudantil.

Guilhermina, a Guiga (Mel Maia) - A jovem estudante de Direito é arrogante, esperta, fútil, fashionista e influencer nas redes sociais. Ganha um bom dinheiro com seus perfis on-line. Não sente o menor constrangimento ao fazer publiposts disfarçados ou recomendar produtos de procedência duvidosa. Ela vai sofrer com as peripécias do pai corrupto, que cometeu um sério crime financeiro e vai preso. O caso vai respingar em Guiga.

Simas (Marcos Veras) - Amigo desde a juventude de Ben (Samuel de Assis) e Theo (Emilio Dantas). Está “preso” à sua vida de 20 e poucos anos, quando era o rei das rodinhas de violão. Artista frustrado, ex-DJ, trabalhou fazendo jingles para algumas agências publicitárias. Com o trabalho escasso, investiu suas economias num barzinho perto da faculdade, um clássico point da universidade. Namora Bia (Flora Camolese), uma das alunas. 

Bia (Flora Camolese) – Namorada de Simas (Marcos Veras), estuda na universidade. Vai trabalhar como estagiária no escritório de advocacia de Ben (Samuel de Assis) e Lumiar (Carolina Dieckmann). 

Sabrina (Cris Werson) - Mãe de Bia (Flora Camolese). Quando sua filha chora as pitangas pelo namorado mais velho que partiu seu coração, ela resolve ir tirar satisfações e passa a frequentar seu bar.

Núcleo Piedade

Bruna (Carla Cristina Cardoso) - Mulher batalhadora e independente, teve a filha Kate (Clara Moneke) um pouco depois de sua amiga Sol (Sheron Menezzes) ter Jenifer (Bella Campos). Chegou a se casar com o pai da menina, mas o relacionamento não avançou. Ele hoje tem uma nova família na Região Serrana e só paga pensão quando Bruna ameaça o colocar na cadeia. Bruna se vira nos trinta para sustentar a casa. 

Kate (Clara Moneke) - Kate sempre acompanhou os perrengues da mãe Bruna (Carla Cristina) para prover a casa e prometeu para si que sua vida seria diferente. Longe do subúrbio, de frente para o mar. E para realizar esse objetivo vai romper pouco a pouco sua barreira moral.  

Hugo (MC Cabelinho) - Parou de estudar quando entrou para o crime. É afilhado de Orfeu (Jonathan Haagensen) e ex-namorado de Kate (Clara Moneke). 

Orfeu (Jonathan Haagensen) - Orfeu trabalhou para o tráfico de drogas da comunidade em que morava e, após cumprir alguns anos de prisão, saiu disposto a mudar de vida. Mas não conseguiu. Se associou a Theo (Emilio Dantas) em uma empresa de importação e exportação, que traz mercadorias lícitas pagando menos imposto.

Bryan Lucas (Felipe Rodrigues) - Se considera o melhor amigo de sua vizinha Duda (Manu Estevão). É o ombro amigo da menina para todas as horas. Extrovertido, vai ser sentir desprezado com a chegada do novo vizinho Gil (Nego Ney), com quem terá de dividir a atenção de Duda. 

Gil (Nego Ney) – Garoto introvertido que chega no bairro e na escola para abalar a relação entre Duda (Manu Estevão) e Bryan (Felipe Rodrigues). Seus pais morreram na pandemia e ele vive agora com o avô.

Meire (Nathalia Costa) - É a garota mais popular da escola, que acabará se tornando amiga de Duda (Manu Estevão). 

Neide (Neyde Braga) - Avó de Bryan (Felipe Rodrigues), mãe de Joel (Waldo Piano) e vizinha e amiga de Marlene (Elisa Lucinda). Frequenta a mesma igreja que a família de Sol (Sheron Menezzes).

Joel (Waldo Piano) - Amigo de Carlão (Che Moais) e motorista de aplicativo de entregas. Pai solo de Bryan (Felipe Rodrigues). 

Pastor Miguel (Adriano Canider) - Pastor da igreja de Piedade frequentada pela família de Sol (Sheron Menezzes). Ele realiza vários trabalhos sociais e é uma referência no bairro.  

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