Qual filme vai passar 'Na Tela da Glô'?

Divulgação Globo / Camilla Maia

''Quais serão os filmes que estarão na Globo essa semana?''. O dono dessa resposta, e de curiosidades do mundo dos cinéfilos, estará de volta a partir desta sexta, dia 2, quando estreia a nova temporada do 'Na Tela da Glô', conteúdo original do canal da emissora no YouTube que tem como objetivo promover a grade de filmes do final de semana e o título do 'Tela Quente', exibido às segundas. A voz – e a cara – por trás desse resumo semanal é de Mckeidy Lisita. Sua voz é amplamente conhecida nas chamadas da Globo e ainda como dublador de personagens famosos de filmes, como o Rocket Raccoon da franquia 'Guardiões da Galáxia'. Mckeidy brinca que treina os resumos de maneira intensa durante o BBB, já que cabe a ele narrar as chamadas do reality durante sua exibição. ''Agora que ficamos órfãos de resumir as aventuras da casa, voltamos para as aventuras da ficção'', se diverte. 
 
Além de comentar sobre os filmes, Mckeidy também traz curiosidades sobre as produções, universo cinematográfico, cultura pop e assuntos da atualidade no meio do entretenimento. O apresentador conta que a segunda temporada vai estrear com novidades no formato, mantendo o caráter interativo com a audiência: "Vamos percebendo como as pessoas respondem a uma brincadeira ou outra, a uma linguagem ou outra. Uma grande característica do ‘Na Tela da Glô’ é ser sensível ao movimento, às pessoas. Ele tem essa mobilidade para reagir a como as pessoas reagem. É um formato extremamente maleável, um lugar de experimentação, de criar novas receitas".  
 
'Na Tela da Glô' é o conteúdo original totalmente produzido pela TV Globo, destinado para as plataformas digitais e redes sociais do canal. O programa conta com 10 episódios, que serão disponibilizados toda sexta-feira, às 18h, no https://www.youtube.com/@tvglobo.
 
ENTREVISTA COM MCKEIDY LISITA 
 
O que você destaca na segunda temporada do 'Na Tela da Glô'? Quais as novidades?
Temos muitas novidades, mas o programa vai sendo sentido ao longo do caminho. Vamos percebendo como as pessoas respondem a uma brincadeira ou outra, a uma linguagem ou outra. Uma grande característica do ‘Na Tela da Glô’ é ser sensível ao movimento, às pessoas. Ele tem essa mobilidade para reagir a como as pessoas reagem. É um formato extremamente maleável, um lugar de experimentação, de criar novas receitas. A minha expectativa para essa nova temporada é das melhores, porque existe uma vontade realizar muito grande entre todos os envolvidos.
 
Como foi a repercussão do público na primeira temporada? O que as pessoas mais comentavam?
A repercussão do público foi curiosa, porque as pessoas não esperavam por um programa como esse. O formato partiu de uma inquietação minha, como locutor, e da TV Globo com essa sede de criar, de abrir novas portas. A repercussão das pessoas foi divertida, porque à medida que elas iam entendendo o que estava rolando, iam ficando mais curiosas. E se perguntavam: ‘O que é que a Dona Glô está fazendo?’. É uma linguagem para a internet, então o que é que uma TV aberta, do porte da Globo, tem a dizer aqui nesse ambiente diferente, nesse ecossistema? As pessoas foram reagindo bem, se interessando e se divertindo. O que elas mais comentavam era sobre a leveza, a descontração, sobre a gente ter espaço para brincar com a própria TV Globo e rir de si mesma. Durante muitos anos, as pessoas tiveram uma relação com a TV Globo com base naquela vênus platinada, parecia algo muito distante. Eu acho que o ambiente da internet aproxima, torna mais palpável, mostra que a empresa está inteirada de todos os aspectos, de todas as linguagens, se comunicando por todas as portas. A intenção é que seja um bate-papo. Da mesma forma como eu faço as locuções, me imaginando batendo um papo na casa das pessoas, o ‘Na Tela da Glô’ também tem essa intenção de ser íntimo, de ser de casa. 
 
Romper a barreira da voz apresentando um programa mostrando sua imagem é muito significativo para você, certo? O que sentiu em relação a isso através do retorno público? É uma curiosidade das pessoas conhecer o rosto dos dubladores?
É muito significativo. Porque, da maneira como a gente está fazendo, é desconstruir justamente essa relação com aquela voz que, em algum momento, passa a ser onipresente. Agora a voz tem rosto, e é curioso conhecer o rosto da voz. Isso estende a relação para um outro lugar, e, particularmente, eu acho muito divertido. Sentir o retorno do público foi muito legal. Algumas pessoas até brincam dizendo: ‘Parece que está sendo dublado por ele mesmo’ (risos). Tem muito de mim nas locuções, e vice-versa. Essa situação de materializar diante de você o dono da voz amplia os sentidos, sai da escuta e vai para a visão. As pessoas vão associando a voz aos personagens, então tem um certo encantamento, um certo sabor de descoberta, saber que aquela voz não pertence só a um personagem, mas a uma outra pessoa. Existe uma sensação de proximidade, porque já ocorreu uma construção antes, de ouvir aquela voz de personagens que criam memórias afetivas muito potentes. 
 
Como trouxe a linguagem da internet para apresentar o programa?
Foi tudo baseado em pesquisas. Sempre que eu ficava gravando as locuções e vendo a programação de filmes, eu pensava "Se eu fosse apresentar presente no vídeo, como é que seria?". Fui buscando referências na internet, prestando atenção em como as pessoas se colocavam diante da câmera, o ritmo de fala, a forma como se apresentam. Uma coisa que eu acho extraordinária na internet é como ela pode ser democrática. Eu fui mergulhando nesses lugares, com a minha própria identidade. Estou ali para criar, para entender como eu funciono dentro daquele vídeo. Tem um pouco da inquietação e da felicidade de fazer parte deste momento. 
 
Você é muito descontraído e imprimiu sua personalidade em todos os episódios. Como pretende explorar sua 'persona' na nova temporada?
Eu sempre fui aquela criança desinibida (risos). Antes de ser locutor e dublador, eu sou ator, e isso faz parte da minha natureza também. A maturidade foi colocando cada coisa em seu lugar. Explorar essas facetas me traz recursos infinitos, porque eu não tenho muito pudor, não tenho vergonha de fazer as coisas. Não tenho a preocupação de parecer bonitinho, o meu corpo é ferramenta para brincar, chamar atenção, provocar as pessoas. Eu acho que o caminho é tentar achar sempre o tom, estar sempre receptivo e com esse caráter experimental. Entendendo o limite do bom senso, da gentileza, da inclusão, do respeito, sem perder a leveza.
  
De que forma você acredita que o ‘Na Tela da Glô’ estimula as pessoas a acompanharem os filmes da programação?
Eu acho que o ‘Na Tela da Glô’ serve como uma grande provocação, porque mesmo que a pessoa já tenha assistido a algum filme, ele estimula como um lembrete. Vira uma agenda eletrônica para a pessoa assistir um filme que ela perdeu no cinema, ou que ela não conseguiu ver antes, que já assistiu e quer ver de novo. Serve a todos esses propósitos, do ineditismo à repetição. Sempre que a gente assiste a um filme, mesmo que já tenhamos visto, percebemos novas nuances e contornos. É sempre uma experiência renovada. 
 
O que os filmes representam na sua vida? Se considera um cinéfilo?
Os filmes representam muito na minha vida, e acredito que na vida de quase todo mundo. Assim como as músicas, os livros, os filmes viram fragmentos da nossa história, e marcam nossa infância, nossa adolescência, nossa maturidade, nossos relacionamentos. Todos os rituais de passagem vão sendo marcados por diferentes aspectos. Eu acho tudo isso muito potente, porque vai alimentando a nossa memória. Quem nunca chorou com uma história no cinema e se identificou? A sétima arte tem esse poder, de inundar a gente de memórias. Eu já tive a oportunidade de fazer chamadas de filmes como ‘E.T. O Extraterrestre’ e ‘A Lagoa Azul’, que trazem uma memória afetiva enorme. Já me aconteceu de fazer chamadas de filmes e me sentir um menino de dez anos. Às vezes, assistir certos filmes com a minha filha, como foi ‘E.T.’, me traz um encantamento absurdo, porque era a tecnologia que havia naquela época e era extraordinário. Assistir hoje parece rudimentar demais, mas tem afeto. Você não está se interessando pela questão técnica, mas pela questão emocional, pelo que o filme te remete. Eu não sei nem se eu me considero um cinéfilo. Estudei Comunicação Social, fiz Rádio e TV, e confesso que há períodos da minha vida em que eu fico mais ativo, mais estudioso e outros assisto só por entretenimento. Agora, vivendo a experiência da paternidade, a relação é outra, de construir memórias com a minha filha. Acho que todo mundo é um pouco cinéfilo, todo mundo tem o direito de ser cinéfilo à medida em que tem suas próprias impressões autênticas e verdadeiras. 
 
E como dublador, quais os trabalhos mais marcantes para você, entre tantos personagens famosos?
Todos os trabalhos são importantes e significativos, porque vão retratar as minhas emoções naquele momento, naquele ano, naquela situação da minha vida. Hoje em dia, quando olho para traz, desde quando comecei a dublar, em 2008, eu fico feliz. Sempre vai existir aquela sensação de que podia ter feito melhor, mas eu fiz como eu tinha condições de fazer, com toda a entrega e com toda a doação. Uma coisa muito legal que eu aprendi foi ter um olhar amoroso e respeitoso com a minha trajetória. Não adianta exigir muito de mim quando eu fiz tudo o que eu podia fazer. E fiz com completude, com extrema verdade. Quando eu me emocionei, eu me emocionei. Quando eu ri, eu ri. Às vezes um personagem se emociona e eu me emociono junto, o trabalho vira uma grande catarse. Você aprende questões técnicas para se poupar, para economizar a voz, mas é preciso se doar muito. Estou agora no cinema com o Rocket, dos ‘Guardiões da Galáxia’ e isso está me dando um feedback muito poderoso e feliz. Outros personagens que as pessoas puderam acompanhar na TV Globo foram o Tom Keen de ‘A Lista Negra’, o Bem Stone na série ‘Manifest: O Mistério do Voo 828’ e o Jonathan da franquia ‘Hotel Transilvânia’. Com este último fizemos uma chamada muito gostosa com o personagem cantando e chamando para a programação. São personagens muito queridos, um pedacinho de mim vai ficando neles, e muito deles vai ficando em mim. 

Anderson Ramos

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