As obras de George Gershwin são um legado atemporal. Sua música oferece um vislumbre do século XX, capturando a essência de uma cultura americana única — cativante, vanguardista e inovadora. Em um marco histórico, a revista “Time” estampou a figura de Gershwin em sua capa, em julho de 1925, destacando não apenas o renomado compositor de musicais da Broadway, mas também o arquiteto de um novo som americano. Aos 27 anos, já era aclamado como o rei de Nova York, transbordando talento e fluindo livremente entre o universo popular e o clássico. O documentário inédito "Gershwin: O Clássico Americano", a ser exibido no Curta!, desvenda a trajetória desse visionário musical.
A produção detalha que George Gershwin, nascido nos Estados Unidos, tinha fortes conexões com o antigo mundo e criou uma música que refletia a identidade da América. Filho de imigrantes judeus russos, foi pioneiro na música popular americana. Em parceria com seu irmão, Ira Gershwin, criou letras e ritmos que ficaram marcados no imaginário popular. O piano era o elemento central de todas as suas criações.
No documentário, a professora de História Afro-Americana da Universidade de Michigan, Naomi Andre, comenta que George Gershwin teve uma forte ligação com o Harlem, passando tempo em lugares frequentados pela comunidade negra. “Através da música afro-americana, da música judaico-americana e da música judaica, diferentes elementos religiosos se mesclavam, formando camadas de interação musical ricas e complexas”.
O professor de Musicologia da mesma universidade, Mark Clague, revela que o primeiro trabalho de Gershwin foi como ‘song plugger’, um demonstrador de partituras. “Naquela época, o lançamento de música americana era dominado por grandes editoras, e George trabalhava com uma delas. Sua função consistia em ajudar músicos amadores que não eram pianistas a ouvir como seria a canção que desejavam comprar. Esse era um importante meio para atrair cantores da Broadway e popularizar suas composições”.
Além de sua contribuição para a música clássica, Gershwin também compôs trilhas sonoras para musicais e filmes de Hollywood, totalizando cerca de 500 canções. Seu irmão mais velho, Ira, foi o letrista de muitas de suas melodias, incluindo sucessos como "I Got Rhythm", "Embraceable You" e "Summertime", interpretados por diversos músicos de jazz.
A vida de Gershwin foi marcada por desafios, enfrentando o antissemitismo da época e as questões raciais nos Estados Unidos. No entanto, demonstrava empatia com a comunidade afro-americana, inspirando-se para criar obras como "Porgy and Bess" para vozes negras. Assim, ele deixou uma significativa contribuição para a música lírica afro-americana. Outra composição reconhecida do músico é "Um Americano em Paris", criada em 1928 durante sua estada na Europa, onde conheceu Igor Stravinsky. Com ela alcançou mais sucesso ainda, principalmente após a adaptação para o cinema que teve Gene Kelly como protagonista.
"Gershwin: O Clássico Americano” pode ser assistido também no Curta!On – Clube de Documentários, disponível na Claro TV+ e em CurtaOn.com.br. Novos assinantes inscritos pelo site têm sete dias de degustação gratuita de todo o conteúdo.
O documentário tem produção da ARTE France e Jean-Frédéric Thibault assina a direção. A estreia é na Segunda da Música, 7 de agosto, às 23h.
'Viagem Através do Cinema Francês' traz o cinema na época da ocupação alemã
“O Cinema sob a Ocupação Alemã”, quarto episódio de "Viagem Através do Cinema Francês", série inédita exibida com exclusividade no Curta!, mergulha no período sombrio da ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial. Bertrand Tavernier (1941-2021), diretor da produção, conduz a narrativa. Ele explora o espírito de resistência e a imigração de novos diretores, forçados a deixar seus países por motivos políticos. Ao longo do episódio, Tavernier compartilha suas visões pessoais sobre esses diretores, revelando suas influências e impacto no cenário cinematográfico francês, por meio de cenas memoráveis, entrevistas e análises.
O episódio conta as histórias de cinco diretores: Victor Tourjanski, Robert Siodmak, Jean-Paul Le Chanois, Albert Valentin e André Cayatte. Eles enfrentaram resistência, mas deixaram sua contribuição para a indústria do cinema.
Segundo Tavernier, Jean-Paul Le Chanois demonstrou talento como roteirista e realizou obras estimáveis, como "L'École buissonnière" (1949) e "Sans laisser d'adresse" (1951). Ele também esteve envolvido em batalhas para defender o cinema francês, especialmente em 1946, contra os Acordos Blum-Byrnes, que sugeriam o fim do contingenciamento que limitava o número de filmes americanos exibidos na França.
“Essas medidas catastróficas ameaçavam destruir completamente o cinema francês. Felizmente, os acordos foram renegociados e permitiram que os cinemas passassem filmes franceses por 13 semanas e restabeleceram o contingenciamento de filmes americanos. Essa ideia brilhante salvou o cinema francês e foi incompreendida pelos americanos, que acreditavam que o cinema francês era subsidiado pelo governo, quando na verdade era autorregulado e financiado por suas próprias bilheterias. Steven Spielberg, que compreendeu o sistema, considerou-o genial e a melhor maneira de lutar contra o imperialismo”, relembrou Tavernier.
Outro diretor notável nesse contexto, segundo o narrador, é Albert Valentin, cujo filme "La Vie de plaisir" (1944) enfrentou forte oposição. Com temática controversa, que atacava os poderes da Igreja e do dinheiro, chegou a ser proibido. Valentin, por meio de seu protagonista, questionou o julgamento moral que impedia o reconhecimento de outras formas de prazer.
"Viagem Através do Cinema Francês" pode ser assistida também no Curta!On – Clube de Documentários, disponível na Claro TV+ e em CurtaOn.com.br. Novos assinantes inscritos pelo site têm sete dias de degustação gratuita de todo o conteúdo.
A produção é da Gaumont, Little Bear Productions e Pathé Production. A estreia do episódio é na Quarta de Cinema, 9 de agosto, às 23h.
Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 07/08
23h – “Gershwin: O Clássico Americano” (Documentário) - INÉDITO
As obras de George Gershwin influenciaram gerações de compositores. A sua música ilustra o início do século XX e, ainda hoje, permanece inigualável. Conheça a história do músico que inventou uma certa cultura americana - atraente, desinibida, moderna e sempre inovadora. Direção: Jean-Frédéric Thibault. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 08 de agosto, terça-feira, às 03h e às 17h; 09 de agosto, quarta-feira, às 11h; 12 de agosto, sábado, às 16h30; 13 de agosto, domingo, às 23h00.
Terça das Artes (Visuais, Cênicas, Arquitetura e Design) – 08/08
23h30 – “Companhias do Teatro Brasileiro” (Série) - Episódio: “Cia. de Revistas Walter Pinto” - INÉDITO
Surpreendentes e com truques geniais, as peças da Cia. de Revistas Walter Pinto foram sucesso de bilheteria nas décadas de 1940 e 1950. Walter Pinto aposta na grandiosidade do teatro de revista e suas estratégias para atrair o público para grandes espetáculos. Direção: Roberto Bomtempo. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 09 de agosto, quarta-feira, às 03h30 e às 17h30; 10 de agosto, quinta-feira, às 11h30; 12 de agosto, sábado, às 18h30; 13 de agosto, domingo, às 08h30.
Quarta de Cinema (Filmes e Documentários de Metacinema) – 09/08
23h – “Viagem Através do Cinema Francês” (Série) - Episódio: “O Cinema sob a Ocupação Alemã” - INÉDITO
O espírito de resistência e a imigração de novos diretores, forçados a deixarem seus países por motivos políticos: Victor Tourjanski, Robert Siodmak, Jean-Paul Le Chanois, Albert Valentin e André Cayatte. Direção: Bertrand Tavernier. Duração: 52 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 10 de agosto, quinta-feira, às 03h e às 17h; 11 de agosto, sexta-feira, às 11h; 12 de agosto, sábado, às 13h; 13 de agosto, domingo, às 18h.
Quinta do Pensamento (Literatura, Filosofia, Psicologia, Antropologia) – 10/08
19h30 – “Caminhos dos Orixás” (Série) - Episódio: “Oxalá - O Alá da Paz” - INÉDITO
Criador do homem, senhor absoluto do princípio da vida, da respiração, da sabedoria, da paz, da harmonia, da perfeição moral e do ar, Oxalá é chamado de “o grande orixá”. Divindade muito generosa e sempre disposta a ajudar, apresenta-se de duas formas: Oxaguiã, jovem guerreiro, e Oxalufã, velho apoiado num bastão de prata chamado opachorô. Direção: Betse de Paula. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 11 de agosto, sexta-feira, às 05h30 e às 13h30; 12 de agosto, sábado, às 07h30 e às 20h30; 13 de agosto, domingo, às 10h30.
Sexta da Sociedade (História Política, Sociologia e Meio Ambiente) – 11/08
23h – “Cuba, A Revolução e o Mundo” (Série) - Episódio: “Os combatentes”
Cuba se recusa a ser um mero peão no xadrez político e toma frente ao lado de movimentos de libertação ao redor do mundo, construindo seu próprio caminho na cena internacional. Desde o início, Cuba fez sua revolução em escala mundial. Fidel Castro e Che Guevara estão decididos em posicionar Cuba na vanguarda dos movimentos de libertação nacional e anti-imperialista da África e da América Latina. Direção: Mick Gold. Duração: 59 min. Classificação: 14 anos. Horários alternativos: 12 de agosto, sábado, às 03h e às 12h; 13 de agosto, domingo, às 16h45.
Sábado, 12/08
22h – “Joan Miró de perto” (Documentário)
Joan Miró é uma figura icônica no mundo artístico. Quanto mais o tempo passa, mais seu trabalho se torna universal. Este documentário traz a excepcional presença de Joan Punyet Miró, seu neto e administrador de seu espólio, e acessa seu estúdio, revelando arquivos nunca vistos para descobrir a faceta menos conhecida do artista: sua privacidade. Direção: Albert Solé. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horário alternativo: 13 de agosto, domingo, às 14h45.
Domingo, 13/08
21h30 – ''O Bom Cinema'' (Documentário)
Uma escola católica, um momento político conturbado e um grupo de cineastas transgressores. O longa-metragem cruza esses elementos para contar a história do surgimento do Cinema Marginal. O filme apresenta a criação da primeira escola superior de cinema de São Paulo, peça-chave para esse movimento. O Bom Cinema é um convite à valorização do cinema brasileiro e da autonomia da criação artística. Direção: Eugenio Puppo. Duração: 81 min. Classificação: 12 anos.
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