'Profissão Repórter' celebra 500 edições com programa especial

Divulgação Globo

Comandado por Caco Barcellos, o 'Profissão Repórter' atinge nesta terça-feira, dia 10, a marca de 500 programas exibidos, sempre revelando os bastidores da notícia e o processo de produção das reportagens. Para a edição especial desta semana, a equipe percorre diversas cidades do país pelas quais o programa já passou para reencontrar crianças e histórias do passado e mostrar como estão atualmente. ''O Profissão Repórter completa 500 programas, o que, para nós, significam 1.500 reportagens, já que registramos três ângulos de cada história que contamos. É uma característica do nosso programa acompanhar as histórias. Por isso, para este programa especial, fomos atrás das crianças que já estiveram conosco nestes 17 anos'', afirma Caco Barcellos.
 
No Amazonas, o programa relembra uma reportagem gravada há 12 anos, quando mostrou a realidade de adolescentes de Manaus, entre 11 e 15 anos de idade, que já eram mães.  Na maternidade onde Caco encontrou essas histórias, três adolescentes davam à luz todos os dias.  Uma das jovens mães era a Luciana Carvalho, na época com 15 anos, que lamentou ter abandonado o ensino médio, as aulas de inglês, espanhol e informática, em função da gravidez. No retorno a Manaus, Caco e a repórter cinematográfica Gabi Villaça reencontraram Luciana, hoje uma mulher de 27 anos, e conheceram a filha dela, que já é uma adolescente. A mãe contou como enfrentou a depressão pós-parto, a falta de perspectiva de trabalho e encontrou na própria filha a força para dar uma virada na vida. "Eu voltei a estudar quando ela tinha um ano. Estudava à noite. Levava ela para o colégio comigo. Bebezinha, com um ano, ela já ia para a escola”, conta Luciana que se formou em contabilidade e vive com a filha. 
 
Em 2009, Caco Barcellos esteve na Serra do Cafundó-CE, uma das cidades mais isoladas do Brasil, onde conheceu Janiella Souza, na época com 12 anos, na única escola infantil da região. A menina e seus quatro irmãos percorriam dez quilômetros para estudar. O repórter registrou que a rotina dela era mais dura do que as duas horas e meia a pé, da escola para casa. Janiella estava entre as mais de quarenta famílias que moravam em casas de taipas, sem água encanada, energia, internet, sinal de celular. Quartorze anos depois, a repórter Sara Pavani e o repórter cinematográfico Alex Gomes retornam para a Serra do Cafundó para reencontrar a jovem. 
 
Também no ano de 2009, a repórter Gabriela Lian foi a Santa Catarina para acompanhar um concurso de mini misses. Naquele episódio, o ‘Profissão Repórter’ mostrou as histórias de Bia Passos e Giovana Cordeiro, ambas com cinco anos de idade, que participavam dos desfiles sob o olhar atento de suas mães. Passados quase 14 anos, os repórteres Chico Bahia e Júlia Sena revisitam a história das duas meninas, que já se tornaram jovens adultas. Uma se mudou para o Rio de Janeiro, a outra permaneceu em São Paulo. Uma virou atriz, fez novelas e está em uma turnê com um musical pelo país. A outra mudou de área e hoje estuda e trabalha para ser chef de cozinha. Ao lado de suas mães, as jovens relembram a experiência dos concursos, falam sobre as expectativas que a família depositava em suas carreiras e refletem sobre os rumos que suas vidas tomaram. 
 
Na UTI neonatal do hospital público de Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte de São Paulo, o repórter Thiago Jock fez uma reportagem que durou cinco meses. O ano era 2014 e havia um bebê prematuro extremo, o Ravi, com 14 dias de vida e apenas 620 gramas. Por ser um caso grave, o menino corria riscos enormes de ter sequelas neurológicas. Foram quase seis meses até Ravi atingir dois quilos, peso em que os bebês recebem alta do hospital. Esse ano a criança completa dez anos. Passou por diversas cirurgias, mas cresceu forte e cheio de energia. Hoje, vai à escola, anda de skate, joga bola, toca gaita e é super extrovertido. A mãe se enche de orgulho diante de tantas superações. "A gente não o trata de uma forma diferente, não colocamos ele numa redoma. Ele vai ser o que ele quiser, da forma que ele quiser, diz Paloma.
 
Em setembro de 2021, o ‘Profissão Repórter’ mostrou os impactos da pandemia na vida de quem aguardava por um transplante no Brasil. Na época, a repórter Nathalia Tavolieri contou a história de Lorena dos Santos, uma criança de apenas cinco anos que, há dois, aguardava um coração. Lorena nasceu com uma doença cardíaca grave, que enfraquece os músculos do coração, prejudicando a respiração e o crescimento. Natural de Arapiraca, em Alagoas, ela precisou se mudar com os pais para São Paulo para aguardar pelo transplante. Dois anos depois, a equipe encontrou Lorena em uma passeata na Avenida Paulista pela doação de órgãos. Hoje, aos sete anos, ela continua na fila.  "Há dois anos, Lorena estava no 13º lugar da fila. Hoje, está em 7º ", afirma Bárbara dos Santos, mãe de Lorena. Apesar da espera contínua, a pequena Lorena continua confiante: "Estou há quatro anos na fila, mas continuo torcendo para o meu novo coração chegar logo!", diz a criança.
 
Abaixo um bate-papo com Caco Barcellos sobre a edição 500 do ‘Profissão Repórter’.
 
No programa 500, o Profissão vai retomar reportagens que marcaram esses anos. Este é um compromisso do programa com as histórias que são contadas?
 
Caco Barcellos: Me lembro muito bem da nossa primeira reportagem, em 2006, quando decidimos acompanhar os trabalhadores, cortadores de cana de açúcar do interior do Maranhão, em uma das regiões mais pobres do Brasil. Entramos com eles em ônibus clandestinos para acompanhá-los rumo à São Paulo, para a zona de corte de cana da cidade. Naquele ano, 18 trabalhadores morreram por exposição excessiva ao Sol. Muitos dos que estavam na viagem, migrando nestes ônibus clandestinos, tinham o sonho de mudar de vida. O ônibus estava lotado. Me lembro de um senhor, no meio dessa multidão de trabalhadores, que estava na viagem para comprar remédio para a esposa que estava com câncer terminal. Cada um tinha um propósito. Acompanhamos os primeiros dias de trabalho e, depois de seis meses, quando acabou a safra, o retorno deles para o Maranhão, contando se tinham conseguido realizar o que pretendiam. Passada essa reportagem, a cada dois, três anos voltamos a conversar com eles. É uma característica do ‘Profissão Repórter’ acompanhar as histórias do passado. Por isso no programa de número 500 estamos contando histórias das crianças que já estiveram conosco nestes 17 anos. 
 
Esta é uma marca importante para o ‘Profissão Repórter’, que em 2024 completa 18 anos. 
 
Caco Barcellos: Eu gostaria de dedicar este programa 500 à minha grande amiga Glória Maria, que se foi, embora seja eterna. O  ‘Profissão Repórter’ começou como um quadro do ‘Fantástico’ e ficamos por mais de um ano no programa, que na época era apresentado pelo querido colega, de talento incrível, Pedro Bial, e pela Glória Maria. Jamais vou esquecer da nossa estreia. Ao apresentar o quadro ele vibrava, como o parceiro que é, falando coisas maravilhosas sobre ele. Lá atrás, o programa teve o apoio de muitos amigos e parceiros de trabalho que foram decisivos na nossa história. Claro e, sobretudo, a nossa jovem e vibrante equipe que esteve junto conosco do início até hoje.
 
O 'Profissão Repórter' vai ao ar nesta terça-feira, dia 10, logo após 'Todas as Flores'.

Anderson Ramos

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