![]() |
Divulgação TV Brasil |
Escrever sob outro nome não é uma novidade no mundo da literatura: pseudônimos, heterônimos, anônimos sempre existiram. Mas e quando a opção por uma nova identidade é estética? É sobre isso que a autora baiana Luciany Aparecida conversa com Eliana Alves Cruz na edição inédita do programa Trilha de Letras nesta quarta (17), às 22h, na TV Brasil.
Com obras publicadas sob nomes diferentes, a escritora lançou recentemente o primeiro romance assinado com seu próprio nome: "Mata Doce". No livro, ela conta a história de mulheres em uma vila rural do interior da Bahia. Durante o bate-papo, Luciany lê um trecho do título e também comenta assuntos como criação literária, linguagem e tradição.
A entrevista exclusiva com a convidada desta semana realizada na BiblioMaison para a produção da emissora pública ainda fica disponível no app TV Brasil Play e no canal do YouTube da TV Brasil. O conteúdo tem uma versão radiofônica transmitida no mesmo dia, mais tarde, às 23h, pela Rádio MEC.
No "Dando a Letra", quadro da atração que apresenta uma dica literária, a booktuber Tamy Ghannam recomenda a leitura do livro "Inhamus", obra da autora cearense Kah Dantas. A narrativa acompanha uma jornalista que retorna para sua terra natal no interior e encara um passado que gostaria de esquecer.
Assinatura estética para repensar a escrita
Luciany Aparecida recorda sua relação com os textos desde as experiências na infância e destaca as descobertas com os estudos. A romancista aprendeu sobre autoras que assinavam com outros nomes. "Tive informações sobre mulheres que faziam isso como uma prática de repensar a sua escrita dentro do cenário literário", afirma ao citar Gloria Jean Watkins, mais conhecida pelo pseudônimo 'bell hooks', e a perspectiva de se analisar também a estética. "Não é um heterônimo é uma assinatura estética", define.
A entrevistada conta a origem desse movimento. "Existe uma tradição de mulheres no continente americano principalmente, que estão envolvidas ou querendo repensar o período colônia e a herança da violência patriarcal. Elas reescrevem o nome fazendo referência à avó materna", explica Luciany.
Durante a conversa, a convidada ressalta a origem da assinatura como Ruth Ducaso em alguns de seus livros e fala sobre a motivação para essa iniciativa. "Eu criei o nome Ruth Ducaso em referência a minha avó materna que se chama Ruth. Comecei a inventar essa assinatura com a qual escrevi textos que dialogassem com essas tragédias de um país que passou por movimentos coloniais", recorda.
Tags:
Programação