Narrada pela neta Cecília Amado, série inédita do Curta! mergulha nas lembranças de Zélia Gattai

Zélia Gattai e Jorge Amado na série 'Zélia – Memórias e Saudades'.
Crédito: Divulgação/Curta!

O Curta! traz, com exclusividade, um retrato íntimo da escritora e fotógrafa Zélia Gattai na série inédita ''Zélia – Memórias e Saudades''. A obra, dividida em seis episódios de 45 minutos, foi construída a partir de seus registros escritos e é apresentada como uma autobiografia narrada por sua neta, Cecília Amado. A direção é de Carla Laudari, a mesma do documentário “Zélia – Memórias de Amor” (2017).
 
Para ilustrar a história de Zélia, imagens de seu acervo pessoal e entrevistas são costuradas em tom poético, como uma colcha de retalhos de lembranças de toda uma vida. Os episódios “Memórias da Infância”, “Memórias do Nascimento do Amor”, “Memórias do Exílio”, “Memórias do Rio”, “Memórias da Bahia” e “Memórias da Saudade” retratam a infância ao lado da família, o amor por Jorge Amado, as circunstâncias em que os dois partiram para o exílio e o tempo em que eles e os filhos moraram no Rio de Janeiro e, depois, em Salvador. Encerrando a série, acompanhamos a chegada de Zélia à Academia Brasileira de Letras (ABL), onde ocupou a mesma cadeira que pertenceu ao marido até 2008, ano em que ela morreu.
 
A sua infância na década de 1920, em São Paulo, é tema do primeiro capítulo. Estão lá as origens italianas, a formação política dos pais — eram anarquistas e contra Benito Mussolini — e os primeiros contatos com os livros da biblioteca da família, que tinha apreço pela leitura, apesar de pouco estudo formal. Zélia teve uma infância amorosa, cercada por seus pais e irmãos. Também foi marcada pelos ideais do anarquismo — que, décadas mais tarde, influenciariam sua obra “Anarquistas, Graças a Deus” — e por uma educação que entrava em conflito com o que se esperava da formação de uma mulher naquela época.
 
Com o passar dos anos, os registros de Zélia também contemplam as mudanças sociais e políticas que vieram com os anos 1930, como a Era Vargas, a ascensão do fascismo na Itália, a chegada do cinema falado e a demolição de casas que dariam lugar aos primeiros prédios de apartamentos em São Paulo. Ela, cada vez mais, se uniu na luta política ao pai, que chegou a ser preso devido ao seu envolvimento com os anarquistas e comunistas. “Isso, para mim, foi a pior coisa que aconteceu na minha vida. Foi ver meu pai depois de ter sido torturado. Um homem completamente desfeito, um homem irreconhecível”, conta Zélia em entrevista.
 
“Zélia – Memórias e Saudades” é uma produção da Casa Santomé Filmes e foi viabilizada pelo Curta! através de recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A série também está no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br). A exibição é no dia temático Quintas do Pensamento, 30 de maio, às 20h.

Episódio inédito de ‘Histórias da Gente Brasileira’ mostra a dura infância de filhos de escravizados no século XIX

O parto e os primeiros anos de vida das crianças nascidas no Brasil do século XIX são temas de "Império — Infância", episódio inédito da série "Histórias da Gente Brasileira", exclusiva do Curta! e do CurtaOn - Clube de Documentários. A historiadora Mary Del Priore — apresentadora da série — introduz o assunto explicando o contexto do Brasil Império: naquele tempo, não existiam maternidades, parir fora de casa era algo apavorante, o acesso à medicina era precário, e as mulheres dependiam dos conhecimentos que recebiam umas das outras. Algumas delas concentravam esses saberes: eram as parteiras.
 
Uma figura ganhou destaque no meio acadêmico daquela época, Madame Durocher. Ela foi a primeira mulher a ingressar na Academia Imperial de Medicina e fez 5.510 partos ao longo de 51 anos, assistindo tanto mulheres de famílias ricas quanto escravizadas.
 
Além de Mary Del Priore, o episódio traz depoimentos de outros historiadores, como Lucimar Felisberto dos Santos,Ynaê Lopes dos Santos e Hebe Mattos. Eles comentam os diferentes destinos reservados às crianças de mulheres livres e às de escravizadas, mesmo depois da promulgação da Lei do Ventre Livre, em 1871. Lucimar Felisberto dos Santos conta que filhos de mulheres escravizadas ficavam com a mãe até os 7 anos. A partir dos 8 anos, passavam a trabalhar para o Estado ou para o proprietário da mãe, como forma de "indenização", até os 21 anos.

A historiadora Hebe Mattos aponta que essas crianças, quando separadas das mães, eram "uma das maiores fontes de insubordinação, insurreição, suicídio e assassinato de senhores (de escravos). Então, é muito comum você vender a mãe com as crianças". A separação de famílias era usada como ameaça de punição aos trabalhadores escravizados até 1869, quando surgiu uma lei que proibiu essa prática.
 
“Histórias da Gente Brasileira” é uma produção da Giros viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A série também pode ser assistida no CurtaOn – Clube de Documentários, streaming disponível no Prime Video Channels — da Amazon —, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma. A estreia do episódio no Curta! é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 31 de maio, às 23h30.

Segundas da Música – 27/05

23h – ''George Harrison: Living In The Material World'' (Série) - Episódio 1

“Living In The Material World” é o nome do quarto álbum solo do ex-beatle George Harrison, lançado em 1973 e dedicado à espiritualidade asiática. Também é o título deste documentário dirigido por Martin Scorsese sobre o guitarrista. Ao longo da produção, dividida em quatro partes, Scorsese retrata a jornada de Harrison, desde suas raízes em Liverpool até se tornar um dos músicos mais talentosos e influentes de sua geração. Através de entrevistas com o próprio guitarrista e com Paul McCartney, Ringo Starr, Yoko Ono, Eric Clapton, George Martin e Phil Spector, além de farto material de arquivo, incluindo performances, o filme nos oferece um vislumbre raro da mente criativa por trás do lendário artista. A primeira parte do documentário mergulha nos primeiros anos de George como membro dos Beatles, começando com os shows iniciais em Hamburgo e abordando a ascensão meteórica da beatlemania. A narrativa conduz o público através da fase psicodélica da banda e explora o profundo envolvimento de Harrison com a religião e a música indianas, um aspecto central de sua vida que o distinguiu dos outros membros dos Beatles. Direção: Martin Scorsese. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 28 de maio, terça-feira, às 3h e às 17h; 29 de maio, quarta-feira, às 11h; 01 de junho, sábado, às 16h e 02 de junho, domingo, às 23h.

Terças das Artes – 28/05

23h – ''As Aventuras da Arte Moderna'' (Série) - Episódio: ''Paris, Capital do Mundo''

O nascimento da palavra “surrealista”, que se tornou moeda comum nos círculos de arte de todo o mundo. A morte de Modigliani e o fim da era boêmia. Direção: Pauline Gaillard e Amélie Harrault. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 29 de maio, quarta-feira, às 3h e 17h; 30 de maio, quinta-feira, às 11h e 01 de junho, sábado, às 17h.

Quartas de Cena e Cinema – 29/05

23h – ''Coreografia, O Desenho da Dança no Brasil'' (Série) - Episódio: ''Décio Otero & Marika Gidali'' - INÉDITO NO CANAL

Os bailarinos e coreógrafos Décio Otero e Marika Gidali formaram o pas de deux perfeito, nos palcos e na vida. Fundadores de uma das companhias particulares mais importantes da dança brasileira, a Ballet Stagium, eles percorreram por diversas vezes o Brasil inteiro, levando arte e dança para quase 2 milhões de espectadores em mais de 3 mil espetáculos. Direção: Fernanda Heinz Figueiredo. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 30 de maio, quinta-feira, às 3h e às 17h; 31 de maio, sexta-feira, às 11h; 01 de junho, sábado, às 8h e 03 de junho, segunda-feira, às 3h.

Quintas do Pensamento – 30/05

20h – “Zélia - Memórias e Saudades” (Série) - Episódio: “Memórias da Infância” - INÉDITO E EXCLUSIVO

O primeiro episódio da série “Zélia - Memórias e Saudades” retrata com sensibilidade e delicadeza as memórias de infância da escritora Zélia Gattai, na São Paulo dos anos 1920, como filha de imigrantes italianos anarquistas. Direção: Carla Laudari. Duração: 45 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 31 de maio, sexta-feira, às 00h e às 14h; 01 de junho, sábado, às 10h; 02 de junho, domingo, às 16h30 e 03 de junho, segunda-feira, às 08h.

Sextas de História e Sociedade – 31/05

23h30 – “Histórias da Gente Brasileira” (Série) – Episódio: “Império – Infância” - INÉDITO E EXCLUSIVO

As crianças nos anos imperiais. Era comum, entre as famílias ricas, entregar o bebê para uma ama de leite. Mas os médicos passaram a condenar esta negação materna sobre a amamentação, e a ama de leite se tornou um signo de atraso. As preocupações médicas almejavam combater as altas taxas de mortalidade infantil e os modelos educacionais eram amparados pela violência física. Direção: Beca Furtado. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 01 de junho, sábado, às 03h30 e às 11h; 02 de junho, domingo, às 18h; 03 de junho, segunda-feira, 17h30 e 04 de junho, terça-feira, às 11h30.

Sábado – 01/06

22h30 – "Augusto Boal e o Teatro do Oprimido” (Documentário)

Sob direção de Zelito Viana, o documentário mostra a trajetória do teatrólogo Augusto Boal. O longa-metragem traça a evolução de sua maior criação, o Teatro do Oprimido. Os principais objetivos dessa técnica teatral são a democratização dos meios de produção, o acesso das camadas sociais menos favorecidas e a transformação da realidade através do diálogo e do teatro. Diretor: Zelito Viana. Duração: 62 min. Classificação: Livre. Horários Alternativos: 02 de junho, domingo, às 13h30 e 03 de junho, segunda-feira, às 00h45.

Domingo – 02/06

20h15 – ''Belchior - Apenas um Coração Selvagem'' (Documentário)

Belchior foi um dos artistas mais singulares e misteriosos do cenário brasileiro. Para jogar luz sobre esse personagem, o filme se utiliza de um rico material de arquivo, principalmente entrevistas e apresentações musicais. Com base nesse acervo, é narrada a história de vida de Antônio Carlos Belchior, que nasceu em uma família numerosa de 23 irmãos, em Sobral, no Ceará. O documentário fala de sua formação em medicina e de sua mudança para São Paulo, investindo na possibilidade de ser músico profissional, e reflete sobre essa experiência e outros temas importantes para ele. Sua relação com o sucesso e com a opinião pública — que ora o considerava um ‘sex symbol’, ora um rebelde — também é um assunto frequente. Entre as músicas apresentadas ao longo do documentário, estão clássicos como “Apenas Um Rapaz Latino-Americano”, “Alucinação”, “Galos, Noites e Quintais”, “Medo de Avião”, “Paralelas” e, entre as últimas cenas do filme, “Tudo Outra Vez”, que, de forma autobiográfica e emocionante, resume a trajetória do artista contada até ali. Diretora: Camilo Cavalcanti e Natália Dias. Duração: 90 min. Classificação: Livre.

Anderson Ramos

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