Foto: TV Brasil/Divulgação |
Para recordar o Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto, a TV Brasil apresenta uma edição especial do Caminhos da Reportagem com o título "Cinta Larga: saúde e preservação" nesta segunda (12), às 23h.
A atração jornalística produzida pela emissora pública destaca a data e valoriza a cultura dos povos originários. A equipe do programa viajou até a Reserva Roosevelt, em Rondônia, para conhecer a rotina dos indígenas da etnia Cinta Larga. O conteúdo fica disponível no app TV Brasil Play.
Entrar no território não é fácil. "A gente é conhecido como povo guerreiro, matador, que prende, né", conta o cacique Daniel 'Rondon' Cinta Larga, responsável pela Aldeia Central da Reserva Roosevelt. "Mas isso acontecia no passado", complementa o cacique da etnia.
A mudança de perfil, no entanto, não significa que eles não defendam seu povo e sua terra com unhas e dentes. "Estão querendo a posse do nosso território, e isso os nossos guerreiros não vão admitir", ameaça o cacique geral da etnia, Gilmar Cinta Larga.
Os indígenas Cinta Larga estão hoje em quatro territórios - Aripuanã, Parque do Aripuanã, Roosevelt e Serra Morena - de dois estados: Mato Grosso e Rondônia. Assim como os Yanomami, os Cinta Larga convivem com a presença ilegal de invasores. "Garimpeiros continuam entrando na nossa área", denuncia o cacique Oita Matina Cinta Larga.
Atendimento de saúde para os indígenas
A equipe da TV Brasil conseguiu permissão para entrar na Reserva Roosevelt e viu, de perto, o cotidiano dos Cinta Larga. Já dentro da terra indígena, os repórteres Flavia Peixoto e Rogerio Verçoza acompanharam o atendimento da ONG "Doutores da Amazônia".
Há dez anos, profissionais de diversas formações - de médicos a dentistas e de psicólogos a fisioterapeutas - levam saúde a indígenas da Amazônia brasileira. A visita mais recente foi aos Cinta Larga. "É um processo que envolve mais de 150 voluntários dentro da reserva. Uma ação muito potente", explica o fundador da organização, Caio Machado.
Historicamente, o contato com não indígenas resulta em problemas de saúde para os indígenas. Com o povo Cinta Larga, não foi diferente. "Eles incorporaram a nossa alimentação e isso tem feito muito mal para eles", pontua o otorrinolaringologista Luiz Paulo Monteiro Santos.
Ainda segundo o médico, a dieta na reserva Roosevelt é baseada em muito carboidrato, pouca proteína e quase nada de vitaminas e sais minerais, o que "tem levado a uma série de doenças, disfunções hormonais, dores musculares e, principalmente, em diabetes".
Apesar disso, aos poucos, os indígenas têm retomado bons e velhos hábitos. "Agora tem uma roça comunitária onde a gente planta mandioca, batata e banana", pondera o cacique Daniel 'Rondon' Cinta Larga.
Enfermeiros também fazem parte da ONG "Doutores da Amazônia", entre eles a Talita Freitas Cinta Larga. "Eu moro em Porto Velho, capital do estado, mas sempre venho para o interior para ajudar a minha comunidade. Esse era o meu foco, né? Me formar e trabalhar com a comunidade indígena", relata, com emoção.
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