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| Série 'Condor'. Foto: TV Brasil/Divulgação |
A TV Brasil estreia os seriados independentes Fronteiras e Condor na programação noturna. As novas atrações inéditas são exibidas pela emissora pública na faixa de 23h. A série documental baiana Fronteiras é apresentada a partir de quinta (5) e a trama de dramaturgia paraense Condor tem destaque na sexta (6). As duas obras independentes foram desenvolvidas por meio do edital Prodav TVs Públicas.
Com direção e roteiro de Victória Álvares e realizada pela produtora Lanterninha, o seriado Fronteiras percorre o país para revelar uma parcela do território nacional desconhecida da maioria dos brasileiros. O conteúdo traz realidades distintas daquelas vividas nos grandes centros urbanos em cinco documentários de 26 minutos.
Já o drama ficcional do seriado Condor acompanha os dilemas de Gabriela, uma jovem que trabalha com a mãe em um ateliê de costura em uma casa na periferia de Belém, mas deseja viajar para longe. Contada em 10 capítulos de 26 minutos, a história tem roteiro de Roger Elarrat que também dirige a série da produtora Visagem.
Produção documental destaca vida nas fronteiras
País com dimensões continentais, o Brasil tem mais de 23 mil km de fronteiras quando se considera as faixas terrestres e marítimas. Esse espaço é uma área que adentra o país em 150 km a partir da linha divisória com outras nações. Isso corresponde a 27% do território nacional.
A série documental exibida pelo canal público busca mostrar essa região muito invisibilizada por conta do isolamento geográfico e do vazio populacional. Mais de oito brasileiros a cada dez moram em áreas urbanas, concentrados em menos de 1% do território do país.
A proposta do novo conteúdo da programação da TV Brasil é esclarecer porque essas fronteiras são pontos nevrálgicos para o desenvolvimento da nação. Nos cinco episódios, o seriado visita os estados de Rondônia, Mato Grosso e Roraima, além do Porto de Suape, em Pernambuco, e do Oiapoque, no Amapá.
Na primeira edição, o seriado convida o espectador a conhecer o modelo histórico de desenvolvimento social e econômico da região de Rondônia, estado amazônico do Norte do país. Lá, a ideia de progresso e riqueza foram construídas com base em um ciclo já conhecido: derrubada da floresta, "limpeza" com o fogo, pasto para criação de gado e plantação de soja.
Ainda que incentivado pelo estado brasileiro desde a década de 1970, este modelo não é sustentável a longo prazo. A produção independente entrevista moradores para entender que outras possibilidades de desenvolvimento são viáveis, além da exploração da terra. A série questiona se é possível obter renda e manter a floresta amazônica de pé simultaneamente.
Trama de ficção num multiverso de possibilidades
Com carga emocional forte, a série de dramaturgia Condor investe em um drama amazônico repleto de nuances que sugerem uma jornada interestelar da protagonista. Mergulhada nos sonhos do seu mundo dos livros e em pensamentos diversos, a jovem Gabriela (Anne Beatriz) viaja no tempo e descobre novas realidades possíveis do multiverso.
A moça trabalha com a mãe Catalendas (Adriana Cruz) no ateliê de costura da família que fica em uma pequena casa na Condor, bairro periférico de Belém. Ela sonha em viajar para longe, e por isso está sempre imersa em livros e ideias sobre outros mundos de contos de ficção científica. Ela compartilha suas aspirações com uma amiga e também envolve-se com amores.
Ao receber uma carta do pai que nunca conheceu, Briela, como a jovem é conhecida, decide colocar em prática um plano para juntar dinheiro para fazer uma viagem cruzando a América do Sul, rumo a Montevidéu. Enquanto se confronta com resistências em casa, a jovem também se debruça em diários sobre sua própria história, como se a vida dela também fosse uma obra de ficção científica.
Apesar da rotina corrida, como no dia em que elas precisam refazer o figurino de rouxinol dourado para um espetáculo, Briela tem novos planos, vindos de sentimentos acumulados e metáforas que encontra nos livros que tanto lê. Talvez ela mesma queira se tornar o pássaro, o condor, e voar para bem longe daquela Amazônia urbana.
Valorização do conteúdo independente
Os seriados Fronteiras e Condor são apresentados pela TV Brasil às quintas e sextas no horário de 23h, com horário alternativo durante a madrugada, a partir das 4h30. As produções são conteúdos audiovisuais selecionados pela linha de fomento do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), através do Prodav TVs Públicas.
A TV Brasil é um dos canais que mais exibe conteúdo independente nacional. Além de ser uma grande apoiadora da produção de atrações dessa natureza no mercado audiovisual do país, a emissora estimula novos realizadores.
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Programação
