A produção irlandesa-britânica Máquina do Tempo oferece uma experiência cinematográfica que remete diretamente à década de 1930. O filme foi inteiramente captado em película preto e branco, utilizando câmeras e lentes autênticas da época, como as clássicas Bolex e Arriflex de 16mm. Para as sequências de noticiários, foi empregada uma câmera Newman Sinclair de 35mm, equipamento emblemático da década de 1930. O processo de revelação também seguiu métodos tradicionais, sendo realizado em um tanque de 16mm da era soviética, o que confere ao filme uma textura visual que remete aos registros históricos do período.
Dirigido por Andrew Legge, em sua estreia em longas-metragens, o filme adota a estética found-footage – "filmagem encontrada", em português, refere-se a cenas que simulam gravações feitas pelos próprios personagens – para narrar a história de duas irmãs que, em 1941, constroem uma máquina capaz de interceptar transmissões do futuro. A escolha por equipamentos da época não apenas reforça a ambientação histórica, mas também proporciona uma autenticidade rara, transportando o espectador diretamente para o cenário da Segunda Guerra Mundial.
Estrelado por Stefanie Martini e Emma Appleton, Máquina do Tempo foi indicado ao prêmio Swatch de Melhor Primeiro Filme no Festival de Locarno em 2022. A trilha sonora, assinada por Neil Hannon, líder da banda The Divine Comedy, complementa a atmosfera do filme, incorporando músicas de David Bowie, The Kinks e composições clássicas de Edward Elgar.
Com distribuição da Pandora Filmes, Máquina do Tempo estreia nos cinemas brasileiros em 13 de março.
