CNN Sinais Vitais aborda os riscos da dependência em jogos de aposta, já a terceira mais comum no Brasil

Da dir. para a esq., o Dr. Roberto Kalil, a psicóloga do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas Maria Paula Magalhães e Hermano Tavares, professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP (Foto: Reprodução/CNN Brasil)
Da dir. para a esq., o Dr. Roberto Kalil, a psicóloga do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas Maria Paula Magalhães e Hermano Tavares, professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP. Foto: Reprodução/CNN Brasil

''Um cassino portátil, 24 horas por dia''. É assim que Maria Paula Magalhães, psicóloga do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, define a dinâmica dos jogos de apostas online hoje em dia. Ela, uma das pioneiras no estudo e tratamento da dependência em jogo no Brasil, e Hermano Tavares, professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, são os entrevistados do Dr. Roberto Kalil no ''CNN Sinais Vitais'' deste sábado (14), ás 19h30,  que aborda os transtornos do controle do impulso.

A compulsão pode se manifestar de várias formas, como o uso excessivo de redes sociais, consumo desenfreado de pornografia ou compras excessivas, mas o crescimento de pessoas envolvidas com os jogos de azar tem preocupado os especialistas. “A dependência mais comum é o tabaco. Depois, álcool. Já começando a encostar no segundo vem o jogo. E é grave porque se associa à ruptura familiar, desemprego, endividamento crônico, e ideação suicida”, afirma Tavares, enquanto alerta que, entre os pacientes que procuram tratamento para a condição, 80% já disseram ter considerado suicídio. Maria Paula concorda: ''É arrasador''. Segundo ela, para esses indivíduos ''é insuportável entrar em contato com o tamanho da dívida''.

Mas jogos de azar não são novos; assim como suas consequências. O que mudou então? “Há dois aspectos relevantes para considerar: a internet e o smartphone. E, agora, aqueles ambientes virtuais de jogo, super elaborados, estão no bolso de cada brasileiro. É uma mudança radical na forma de acesso e até de pensar como é essa relação com jogo”, explica Tavares.

Maria Paula reforça que foram eliminadas barreiras que antes ajudavam a limitar o seu alcance e impacto do jogo. ''Hoje, a pessoa pode jogar sozinha. Se vai ao cassino, tem deslocamento, regra, horário de funcionamento; ela cansa e volta para casa.''

Para identificar um quadro de vício, é fundamental observar os chamados três ''Cs''. O primeiro, ''controle'', refere-se à dificuldade de limitar o tempo dedicado ao jogo e os valores apostados, ultrapassando o planejado. Em seguida, o ''confronto'', quando a atividade se torna uma fuga para lidar com emoções negativas. Por fim, a ''caça'', caracterizada pela busca incessante de recuperação das perdas, perpetuando o ciclo de apostas.

Nessas situações, os especialistas reforçam a importância de buscar ajuda. ''De cada 10 pessoas que buscam tratamento, sete chegam até o fim. Dessas, cinco conseguem se recuperar'', diz Hermano Tavares. Hoje, o paciente precisa realizar o tratamento psicológico; e a prescrição de medicamento ocorre quando há uma comorbidade psiquiátrica. Segundo o professor, três em cada quatro jogadores compulsivos que procuram ajuda têm uma patologia associada, como depressão e ansiedade. ''Há uma medicação que foi desenvolvida nos anos 70 para tratar a dependência de opiáceos. Na década de 1990, foi aprovada para o tratamento de dependência de álcool. A aprovação em bula para o tratamento de jogo é uma questão de mais alguns anos. Não é um milagre encapsulado, mas reduz as recaídas em até 30%'', explica.

Anderson Ramos

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