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| Foto: Divulgação |
Nesta segunda-feira (15), a TV Brasil exibe, às 23h, um novo episódio do programa Caminhos da Reportagem que tem como tema ''O que tirou o Brasil do Mapa da Fome''. A produção apresenta as principais medidas adotadas para a mudança desse cenário, além de evidenciar o que ainda precisa ser feito para evitar um novo retrocesso.
Em julho de 2025, um anúncio esperado há anos finalmente chegou: o Brasil estava fora do Mapa da Fome – a triste, mas necessária amostragem feita pela FAO, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para Alimentação e Agricultura. Na prática, isso significa que menos de 2,5% dos brasileiros estão subnutridos atualmente.
Ao Caminhos da Reportagem, o representante da FAO no Brasil, Jorge Meza, explica que sair do Mapa da Fome depende de um conjunto de ações. ''O primeiro é ter decisão política, ou seja, colocar a temática no contexto da política nacional como uma prioridade; o segundo aspecto é a articulação intersetorial para solucionar o problema e, também, a disponibilidade financeira específica'', explica. Segundo ele, a participação social é fundamental, com o apoio da solidariedade.
Essa é a segunda vez que o país atinge a meta da ONU; a primeira foi em 2014. O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias, afirma que é missão do Governo do Brasil “tirar essas pessoas da fome e garantir que os que saíram não voltem”.
Tipos de insegurança alimentar
De acordo com os pesquisadores, existem três graus de insegurança alimentar. No leve, a família consegue garantir quantidade e qualidade de alimentos, mas não sabe até quando. No moderado, já se reduz a quantidade ou a qualidade da alimentação e, no grave, falta comida.
Na busca por entender como o Brasil saiu do Mapa da Fome, o programa foi ao semiárido baiano, em uma das cidades mais pobres do estado, e encontrou iniciativas que excluem agrotóxicos e ultraprocessados, valorizando produtos locais.
Um dos exemplos é o de Umburanas (BA), onde um grupo de mulheres se uniu para produzir alimentos saudáveis. ''A gente viu a necessidade de se juntar para agregar valor ao que já fazíamos, que era agricultura familiar'', conta a presidente da Associação Mulheres do Sertão, Diana Santana.
O trabalho da associação promove roças coletivas, perfura poços artesianos e doa legumes e verduras para quem não consegue produzir. A 370 quilômetros dali, no município de Uauá (BA), o agricultor Alcides Peixinho e seu grupo conciliam a lavoura com a recuperação da Caatinga. ''Nós temos a coroa-de-frade e o próprio mandacaru, com receitas voltadas para a alimentação. O xique-xique também'', aponta.
Organizados, os moradores da região superaram a pobreza. No entanto, isso não significa que a batalha foi vencida. Segundo levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social, 3,6 milhões de brasileiros ainda enfrentam insegurança alimentar grave.
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