![]() |
| Foto: Apple TV+ |
O longa-metragem ''Luta de Classes'' (''Highest 2 Lowest'') já pode ser assistido no Apple TV+. Este novo filme de Spike Lee ("Faça a Coisa Certa", "Malcolm X") é protagonizado pelo vencedor do Oscar Denzel Washington ("Um Limite Entre Nós", "O Livro de Eli"), na quinta parceria entre os dois.
A produção é uma releitura de ''Céu e Inferno'' (''High and Low''), filme do cineasta japonês Akira Kurosawa, de 1963. No novo filme, Washington interpreta um super empresário do mundo da música (Washington), com a fama de possuir os ''melhores ouvidos do mercado''. Ele se encontra em um dilema moral de vida ou morte, quando é alvo de um plano de sequestro.
Além de Washinton como ''David King'', o elenco reúne Jeffrey Wright ("Ficção Americana", "A Crônica Francesa", "Batman") como ''Paul Christopher'', Ilfenesh Hadera ("Baywatch: S.O.S. Malibu", "Oldboy: Dias de Vingança", "Master of None") como ''Pam King'' e A$AP Rocky ("Dope: Um Deslize Perigoso", "Zoolander 2", "Divergente") como “Yung Felon”.
O roteiro é assinado por Alan Fox ("The Black Cyclone", "Shared Wisdom") e a produção por Todd Black ("Emancipation", da Apple; filmes "O Protetor") e Jason Michael Berman ("Air - A História Por Trás do Logo", "Nove Dias"). A produção executiva é de Spike Lee, Ko Kurosawa, Kana Idetsu Broadhurst, Peter Gruber, Matthew Linder, Katia Washington e Chris Brigham.
Um dos destaques do longa é a batalha de rap entre os personagens David King (Washington) e Yung Felon (A$AP Rocky).
Confira o clipe de "Rap Battle":
Em entrevistas sobre o filme Luta de Classes, o diretor Spike Lee, o ator Denzel Washington e o ator A$AP Rocky compartilharam insights sobre a inspiração do filme, a dinâmica de suas colaborações e os detalhes de seus respectivos papéis.
Spike Lee e Denzel Washington: Uma parceria de longa data
Tanto Spike Lee quanto Denzel Washington expressaram a alegria de voltarem a trabalhar juntos. Lee comparou a colaboração a "como se fosse ontem", mesmo após 20 anos. Ele elogiou Washington, afirmando que o ator "não perdeu o passo". Da mesma forma, Washington descreveu Lee como um cineasta "visionário, audacioso e brilhante", tornando a decisão de aceitar o projeto "a mais fácil" que já tomou.
A química entre eles é palpável, e A$AP Rocky a descreveu como "mágica". Washington notou que Lee é "mais empolgado" que ele , e Rocky mencionou que Lee é um "pioneiro" que trouxe filmes ambientados no "gueto" para o cinema.
Em entrevistas sobre o filme Luta de Classes, o diretor Spike Lee, o ator Denzel Washington e o ator A$AP Rocky compartilharam insights sobre a inspiração do filme, a dinâmica de suas colaborações e os detalhes de seus respectivos papéis.
Temas e Personagens
O filme é baseado em uma novela de Ed McBain e explora dilemas morais e éticos. Lee espera que o público se pergunte: "O que você faria para salvar um jovem que não é seu filho?".
Washington descreveu seu personagem como alguém que foi "humilhado" e agora tenta usar a fé a seu favor, o que ele achou interessante. Ele considera a história um "conto de moralidade".
Já A$AP Rocky falou sobre a criação de seu personagem, Yung Felon. Ele queria que o papel tivesse sua própria "identidade", descrevendo-o como um "nativo eclético do Bronx" com "tendências de rua". Rocky também reconheceu a ajuda de Jeffrey Wright na construção de seu personagem.
Nova York, Improvização e Inspirações
Denzel Washington, que nasceu em Nova York, notou que a cidade e o Brooklyn mudaram bastante. Ele se recorda de andar a pé pela Ponte do Brooklyn com Spike Lee em 1989. Ele também mencionou a periculosidade de ir de Mount Vernon para o Brooklyn antigamente.
Spike Lee revelou que o filme é uma adaptação de uma novela, mas a inspiração para o projeto veio de Rashomon, de Akira Kurosawa, cuja premissa Lee usou em seu primeiro filme, She's Gotta Have It. Lee tem um retrato autografado de Kurosawa em seu escritório, o que mostra sua profunda admiração pelo diretor japonês.
Uma cena memorável no filme incluiu um momento de improvisação. Lee contou que Denzel Washington o surpreendeu ao improvisar com as letras de Nas, e A$AP Rocky prontamente respondeu, resultando em uma "cena ótima". Washington elogiou Jeffrey Wright como um "ator excelente" e "altruísta" que facilita a colaboração em cena.
Música e o Futuro
Spike Lee, um "conhecedor de música", destacou a importância da trilha sonora em seus filmes, mencionando que trabalhou com artistas lendários como Michael Jackson, Prince e Miles Davis. A$AP Rocky também reconheceu o estilo único de Lee e disse que o diretor sabe como usar a música em seus filmes.
Por fim, Lee comentou sobre a suposta aposentadoria de Washington, afirmando que parou de dizer que o filme seria o último de Denzel, já que o ator continua a aceitar novos papéis. O diretor sugeriu que uma nova colaboração ainda é possível, mesmo que demore "outra pausa de 20 anos".
Entrevista de A$AP Rocky sobre o filme "Luta de Classes"
Nesta entrevista, A$AP Rocky fala sobre a experiência de trabalhar em um filme de Spike Lee, a dinâmica entre o diretor e Denzel Washington, e a criação de seu personagem.
A Magia da Colaboração
A$AP Rocky descreve a química entre Spike Lee e Denzel Washington como "mágica". Ele considera os dois uma "dupla dinâmica" com muitos clássicos em seu catálogo. Para o rapper, fazer parte desse projeto foi um "sonho que se tornou realidade". Ele conta que sua mãe "quase teve um ataque cardíaco de alegria" quando ele a informou sobre o papel.
O Gênio de Spike Lee
Rocky elogia a precisão de Spike Lee em sua cinematografia. Ele nota que o estilo do diretor é "muito único" e "identificável". Para Rocky, é essa característica que faz de Lee "Spike Lee", pois sem ela, ele seria como "todos os outros diretores". Ele o considera um pioneiro que trouxe para o cinema cenários e histórias do "gueto", como filmes de terror ou romances.
A Criação do Personagem
Sobre seu personagem, Yung Felon, A
''A$AP Rocky explica que não queria que ele fosse muito A$AP Rocky". A ideia era que o personagem tivesse sua própria identidade. Ele descreve Yung Felon como um "nativo eclético de Nova York, do Bronx, com tendências de rua". Eles buscaram adicionar camadas e sons "requintados" para criar algo diferente e único.
A Colaboração com Jeffrey Wright
Rocky revela que Jeffrey Wright o aconselhou e o ajudou a melhorar suas cenas. Ele considera Wright uma "pessoa, amigo e ator fenomenal".
Entrevista de Denzel Washington sobre o filme "Luta de Classes"
Nesta entrevista, Denzel Washington discute seu papel no filme "Luta de Classes," sua relação com o diretor Spike Lee, e suas impressões sobre o co-protagonista Jeffrey Wright.
O Personagem
Denzel Washington descreve seu personagem como alguém que já foi considerado um "Deus" em sua indústria, mas que foi humilhado e está em busca de um novo sucesso. O que o interessou no papel foi a ideia de uma pessoa que tenta usar Deus a seu favor. Ele também afirma que a história, em sua essência, é um conto de moralidade que levanta uma questão intrigante para o público: "o que você faria nessas circunstâncias?".
Relação com Spike Lee
Washington considera a escolha de Spike Lee para o projeto como a decisão mais fácil que tomou. Ele o descreve como um cineasta visionário, audacioso e brilhante. O ator também comenta sobre a personalidade de Lee, que muitas vezes grita "All right, bet!" para demonstrar sua empolgação. Denzel ainda revela que a família de Lee é amiga de sua família, e que é interessante ver os filhos de ambos crescendo juntos.
Colaboração com Jeffrey Wright
Washington elogia Jeffrey Wright, chamando-o de um ator "ótimo" e "completo". Ele o descreve de maneira "musical", como um dançarino que é rítmico, suave e "está no ritmo". Washington também ressalta que Wright é um ator "altruísta", o que facilita a colaboração em cena, permitindo-lhes "rebater a bola um para o outro".
Nova York e Brooklyn
Denzel Washington se orgulha de ter nascido e crescido em Nova York, a cidade que ele diz que é "tão boa que foi nomeada duas vezes". Ele nota que a cidade mudou bastante, principalmente o Brooklyn. Ele relembrou que a última vez que andou a pé na Ponte do Brooklyn foi em 1989, com Spike Lee. Ele também menciona que, no passado, ir ao Brooklyn partindo de Mount Vernon era perigoso se você não estivesse com um grupo de pessoas.
O Filme Original
Washington revela que não quis ver o filme original enquanto trabalhava no projeto. Ele temia que o filme fosse tão bom que o fizesse sentir que não seria capaz de fazer um trabalho tão bom ou que isso o intimidaria. Agora que o projeto está quase finalizado, ele está pronto para assistir à versão original.
Entrevista de Spike Lee sobre o filme "Luta de Classes"
Durante a entrevista, o diretor Spike Lee abordou sua inspiração, a colaboração com o elenco e a importância da música em suas obras.
Inspiração e Temas
Lee é um fã de longa data do diretor Akira Kurosawa e assistiu a seus filmes de samurai quando era criança. Ele se inspirou em Kurosawa, especialmente no filme Rashomon, usando a premissa para seu primeiro filme, She's Gotta Have It. Lee até tem um retrato autografado de Kurosawa em seu escritório, que ele considera um de seus "itens de premiação".
O filme
Luta de Classes é uma adaptação de uma novela de Ed McBain. O longa, para Lee, explora questões de moralidade e dilemas éticos. Ele espera que os espectadores se perguntem o que fariam se estivessem na mesma situação que os personagens de Denzel Washington e David King.
Colaboração com o Elenco
Lee e Denzel Washington já trabalharam juntos por muitos anos, e o diretor destaca que a colaboração "foi como se fosse ontem", mesmo após um hiato de 20 anos entre eles. Ele compara o papel do diretor ao de um gerente geral, responsável por montar uma equipe forte. Lee elogia o elenco, afirmando que Denzel Washington gosta de trabalhar com os melhores, incluindo Jeffrey Wright.
Ele também elogia A$AP Rocky, que não é apenas um rapper, mas um ator talentoso e disciplinado que entende a história e é engraçado. Lee conta que Denzel surpreendeu a todos ao improvisar, recitando letras de Nas de cabeça em uma cena, e A$AP Rocky entrou na brincadeira, criando um momento memorável.
A Música
A música é um elemento fundamental nos "Spike Lee Joints". O diretor se considera um conhecedor musical e já trabalhou com lendas como Michael Jackson, Prince, Aretha Franklin e Miles Davis, além de Public Enemy. Ele sabe como usar a música para complementar e aprimorar seus filmes.
O Futuro
Lee revela que parou de dizer que este seria o último filme de Denzel, pois o ator continua a aceitar novos papéis, mesmo depois de sugerir que se aposentaria. Ele ainda considera a possibilidade de uma nova colaboração no futuro, mesmo que demore mais 20 anos.
Entrevista de Ilfenesh Hadera sobre o filme "Luta de Classes"
Nesta entrevista, a atriz Ilfenesh Hadera discute a dinâmica familiar no filme Luta de Classes, sua experiência de trabalho com o diretor Spike Lee e o ator Denzel Washington, e a importância da improvisação no set.
Dinâmica Familiar e Personagem
Hadera, que interpreta
Pam King, a mãe, ressalta que o filme teve uma semana de ensaios, algo incomum, mas que foi crucial para construir a dinâmica familiar. Ela percebeu que, embora o personagem de Denzel, David King, seja o protetor da família , Pam é a "verdadeira protetora" de seu filho, Trey. Pam é a mãe "sensível" com quem Trey se sente confortável para conversar sobre assuntos que ele não discutiria com seu pai, que é uma figura imponente. Hadera explica que ela queria que Pam fosse não apenas uma mãe, mas também uma amiga para Trey, inspirada em sua própria relação com a mãe.
O Processo de Atuação e o Dilema Moral
A atriz aborda o dilema moral do filme, que a fez questionar como lidaria com a situação de um filho desaparecido. Ela ressalta que é importante mostrar que, apesar da tragédia, os pais não se culpam mutuamente. Hadera conta uma história pessoal e "não engraçada" de quando seu cachorro de estimação pulou de uma mochila e se perdeu na manhã de sua audição, e como a experiência de desespero a fez pensar em usar a emoção na cena.
Ela também descreve o filme como um "conto de moralidade", que segue a Regra de Ouro: "Não faça aos outros o que você não gostaria que fizessem a você". Hadera questiona o que o público faria na mesma situação, especialmente se fosse com seu próprio filho.
A Colaboração com Spike Lee e Denzel Washington
Hadera expressa sua admiração por
Spike Lee, notando que ele é tão entusiasmado e apaixonado pelo seu trabalho quanto era há 15 anos. Ela compara Lee a um "técnico" que entra no set com as jogadas do dia, mas que também está disposto a "improvisar" e mudar os planos para colaborar. Hadera revela que a cadeira de Lee no set tinha a palavra "Coach" escrita nela, enquanto a de Denzel tinha "King" e a dela "Pam King".
A atriz também elogia a dinâmica entre Spike Lee e Denzel Washington, que ela considera "única". Ambos são "gênios criativos" no auge de suas carreiras há décadas. Ela destaca a "confiança" que os dois têm um no outro, que permite que eles colaborem e cheguem a um acordo, mesmo quando não compartilham a mesma visão. A atriz comenta que Washington é capaz de "improvisar" e "brincar com as palavras", como um rapper, o que a inspira a fazer o mesmo, mesmo que ela seja mais apegada ao roteiro. Ela menciona que o diálogo de uma cena na Ponte do Brooklyn foi completamente improvisado, o que ela considera um momento divertido e a forma perfeita de encerrar suas filmagens.
Entrevista de Jeffrey Wright sobre o filme "Luta de Classes"
Nesta entrevista, Jeffrey Wright compartilha suas percepções sobre a colaboração com Spike Lee e Denzel Washington, a construção de seu personagem e as referências por trás do filme.
Colaboração e a Dinâmica do Set
Wright expressou sua alegria em finalmente trabalhar com Spike Lee, descrevendo-o como um "genuíno autor" e um dos "grandes cineastas americanos". Ele menciona que eles já vinham "ameaçando" trabalhar juntos há um bom tempo. A experiência foi ainda mais agradável por ter sido gravada principalmente no Brooklyn, perto de sua casa.
O ator ressaltou que a colaboração entre Lee e Denzel Washington, que não trabalhavam juntos há 15 ou 18 anos, foi baseada na confiança construída ao longo de muitos anos. Ele notou que a história deles foi refletida em seu relacionamento no set, o que ele achou "muito legal" e "bastante raro" de se ver.
O Personagem e as Referências Culturais
O filme é uma adaptação de "Céu e Inferno" de Akira Kurosawa, um filme que Wright considera "incrivelmente interessante, bonito e dinâmico". No entanto, a equipe decidiu "remodelar" a relação entre os personagens para torná-la mais "refletiva da sociedade americana contemporânea". No filme de Spike Lee, os personagens de Denzel e Wright cresceram juntos, com um "ascendendo" e o outro não. A lealdade que Paul, o personagem de Wright, deve a Denzel é baseada em uma história compartilhada e favores passados, adicionando uma complexidade que não existe na versão original de Kurosawa.
Wright também discutiu a inspiração por trás de seu personagem, Paul Christopher. Ele e Spike Lee decidiram que Paul, que foi preso e está tentando "reconstruir sua vida", seria um "Cinco Por Cento". Essa filosofia, que nasceu nas prisões, permitiu que o personagem encontrasse um "despertar espiritual" e "significado". Ele ainda mencionou a conexão entre essa filosofia e o "hip hop antigo".
O que significa ser um "Cinco Por Cento"?
Jeffrey Wright descreve essa filosofia como um movimento que surgiu nas prisões. Ele explica que muitos homens negros nos Estados Unidos passam por um tipo de "metamorfose" durante a prisão, onde buscam encontrar "significado e propósito" por meio de um "despertar espiritual". A filosofia dos "Cinco Por Cento" oferece uma maneira de se "reabilitar".
Conexão com o Hip Hop
Wright também destaca que as ideias dos "Cinco Por Cento" foram expressas em muito do "hip hop antigo", e que Paul, seu personagem, provavelmente é um fã dessa música. Essa conexão dá ao personagem uma profundidade e um histórico que não existiam na versão original do filme de Kurosawa.
Na entrevista, Jeffrey Wright fala sobre a colaboração com A$AP Rocky e a história de seu filho, Elijah, no filme.
Relação com A$AP Rocky
Wright elogia A$AP Rocky, descrevendo-o como um "ator maravilhoso" com quem já havia trabalhado no filme Monster. Ele comenta que o rapper tem uma facilidade e um "mistério" que se encaixaram perfeitamente no papel.
A História do Teste de seu Filho
Wright conta que Denzel Washington ligou para ele do celular de seu filho, Elijah, para pregar uma peça. Denzel fingiu que Elijah não tinha conseguido o papel no filme. Wright, no entanto, sabia que eram boas notícias porque Denzel não o teria ligado do telefone de seu filho caso não fossem.
No final, Wright expressa sua alegria por seu filho ter participado do filme e por ter se saído tão bem em sua estreia. Ele considera a oportunidade um "presente" de Spike Lee.
