Fernando Apparicio de Brinkerhoff Torelly, o jornalista gaúcho que se autointitulou o Barão de Itararé, é saudado no documentário-comédia ''O Brasil que não Houve - As Aventuras do Barão de Itararé no Reino de Getúlio Vargas'', uma produção original do Curta!. O longa é um passeio pela história do Brasil, fazendo conexões bem-humoradas do descobrimento aos dias de hoje, em uma análise, assim como ele, satírica. Inédito e exclusivo, o filme estreia no canal depois de ser exibido na Festa Literária Internacional de Paraty e no Festival do Rio.
Com direção do jornalista e cineasta Renato Terra e do escritor e roteirista Arnaldo Branco, a produção é conduzida pelo ator Gregório Duvivier e tem participação dos comediantes Fábio Porchat e Rafael Portugal, responsáveis por algumas encenações, com imagens de arquivo, jornais da época e animações. A partir de uma superlente de humor de Apporelly - uma junção de Apparicio com Torelly - Duvivier narra uma ''República Generalizada'' e o seu poder natural por avacalhar todas as coisas. Interpreta a carta de Pero Vaz de Caminha e apresenta os feitos do Barão de Itararé e os defeitos de um país que se equilibra entre a graça e a desgraça.
''Se há um idiota no poder é porque os que o elegeram estão bem representados'', brincava o Barão, que tirava sarro desde a República do Café com Leite até os costumes da época.
O menino Apparício se destacou desde cedo. Ainda pequeno, criou o seu primeiro jornal de humor, o Capim Seco, escrito à mão para ironizar os hábitos do colégio jesuíta onde estudava. Anos depois, comandou o jornal “A Manha”, uma publicação jocosa que satirizava a imprensa, os costumes e os políticos, escancarando que a cobertura jornalística naquela época era uma piada. Se consagrou como o grande nome do "jornalismo mentira, humorismo verdade", durante a Era Vargas (1930-1945), em uma época em que comediantes iam para a prisão. E com Apporelly, fichado como agitador e colaborador comunista, não foi diferente, e ele foi preso três vezes.
Muitas frases do Barão continuam atuais e são memes hoje em dia, como “De onde menos se espera é que não surge nada mesmo”, ''Em caso de guerra, ou mato ou morro — ou eu corro pro mato ou eu corro pro morro", ''Todos temos a hora do rato e a da ratoeira'', "Diz-me com quem andas e eu te direi se vou contigo'', ''Negócio importante não se mata amarra com barbante'', ''O fígado faz muito mal à bebida'', entre outras. Além do título de Barão de Itararé, se autoproclamou ''herói de dois séculos'', mas seu humor formou gerações e continua atual.
Ele se tornou o Pai do Pasquim, o avô do Casseta & Planeta e o bisavô do Sensacionalista. O Barão de Itararé nasceu da famosa batalha que ocorreria durante a Revolução de 30, mas que acabou não acontecendo. Sim, a Batalha de Itararé foi desmarcada por conta de um acordo, um conchavo. E o Barão, porta-voz dos eventos que prometeram muito e não entregaram nada, continua como o cronista oficial de um Brasil que não houve.
''O que se leva desta vida é a vida que se leva'', definiu em mais uma de suas frases marcantes.
''O Brasil que não Houve - As Aventuras do Barão de Itararé no Reino de Getúlio Vargas'' é uma produção da Inquietude e foi viabilizada pelo Curta! por meio do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). O documentário pode ser visto no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma um dia após a estreia no canal. A estreia é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 24 de outubro, às 22h.
Obra traz dados e análise de especialistas para debater tema. Crédito: Divulgação/Curta!
Documentário investiga os impactos do consumo excessivo das redes sociais no cérebro
Em um mundo cada vez mais acelerado, os smartphones se tornaram uma extensão de nós mesmos, proporcionando acesso instantâneo a uma infinidade de conteúdos. As redes sociais, em particular, têm um poder magnético graças aos reforços intermitentes habilmente incorporados em nossas experiências digitais. Para jogar luz sobre o tema, o documentário científico ''Dopamina - Os Efeitos das Redes Sociais no Cérebro'', exibido pelo Curta!, parte de pesquisas e depoimentos com especialistas, e questiona com humor nossos hábitos e comportamentos relacionados aos aplicativos. A direção é de Léo Favier, com produção da ARTE France e da Les Bons Clients.
Laurent Madelain, especialista em comportamento humano, nos explica como esses reforços moldam nossas interações com os aplicativos. ''Quando somos recompensados de forma imprevisível, seja com likes, mensagens ou descobertas inesperadas, nosso cérebro entra em um estado de antecipação. A incerteza dessas recompensas cria um loop vicioso, onde nos sentimos compelidos a rolar o feed em busca de mais gratificação'', explica.
Outros especialistas narram que, com o tempo, esse padrão de comportamento se transforma em hábito. A motivação inicial de receber recompensas é substituída pela rotina diária. Ao entrar no metrô ou esperar em uma fila, nosso cérebro automaticamente recorre ao telefone, sem pensar na possível recompensa. É como se a própria situação se tornasse um gatilho para o uso do smartphone.
No entanto, esse hábito não é impulsionado apenas pelas recompensas imediatas. Mesmo que elas se tornem escassas ou inexistentes, ainda continuamos rolando o feed em busca de algo interessante. Essa busca incessante por estímulos novos e agradáveis é alimentada pela memória de experiências passadas e pela esperança de que algo valioso esteja à espreita nas próximas rolagens.
O resultado é um fenômeno crescente: passamos cada vez mais tempo em nossos smartphones, muitas vezes sem perceber a quantidade de horas que se acumulam ao longo do dia. A produção apresenta dados, revelando que na França e na Alemanha o tempo de tela já chega a 3h30 diárias, um aumento significativo em relação a alguns anos atrás. Nos Estados Unidos, esse número ultrapassa as 4 horas, superando o tempo gasto assistindo televisão. E no Brasil, atinge impressionantes 5h30, mais de um terço do tempo em que estamos acordados.
O documentário também levanta questionamentos no que se refere a essa conexão contínua com nossos dispositivos. ''Estamos aproveitando ao máximo nosso tempo de forma produtiva? Ou estamos nos perdendo em um ciclo vicioso de hábitos digitais? É essencial refletirmos sobre nosso uso de smartphones e redes sociais, reconhecendo a importância de estabelecer um equilíbrio saudável entre a tecnologia e o mundo real'', questiona.
Embora as redes sociais proporcionem valiosas conexões e oportunidades, os profissionais entrevistados garantem que é crucial que sejamos mais conscientes sobre nossos comportamentos digitais. Ao estarmos cientes dos efeitos dos reforços intermitentes e dos hábitos que criamos, podemos fazer escolhas mais informadas e construtivas em nosso relacionamento com a tecnologia. Afinal, o poder de moldar nossas experiências digitais está em nossas mãos.
"Dopamina - Os Efeitos das Redes Sociais no Cérebro'' tem produção da ARTE France e Les Bons Clients. O documentário pode ser assistido também no Curta!On – Clube de Documentários, disponível na Claro TV+ e em CurtaOn.com.br. A exibição é no dia temático Quintas do Pensamento, 23 de outubro, às 21h30.
Segundas da Música – 20/10
22h – "O Barato de Iacanga'' (Documentário)
Numa fazenda no estado de Nova York, em 1969, aconteceu o evento mais icônico do movimento hippie, o Festival de Woodstock, inspirando jovens por todo o mundo. No Brasil, ocorreu algo nos mesmos moldes numa fazenda no interior de São Paulo, mais precisamente na cidade de Iacanga. Essa versão brasileira foi chamada de Festival de Águas Claras, que teve edições em 1975, 1981, 1983 e 1984, retratadas neste documentário. O filme é dirigido por Thiago Mattar e tem produção da BigBonsai — viabilizada pelo canal Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual. Vencedor do festival Inedit 2019, o longa é composto por imagens do festival — como a apresentação de João Gilberto cantando ''Wave'', de Tom Jobim, em 1983 —, que conduzem o roteiro ao lado de depoimentos de produtores e artistas que participaram do evento. Direção: Thiago Mattar Duração: 94min Classificação: 10 anos Horários Alternativos: dia 21 de outubro, às 02h e às 16h; dia 22 de outubro, às 10h; dia 25 de outubro, às 13h45; dia 26 de outubro, às 19h45
Terças das Artes – 21/10
22h – "Arquitetura da Cor” (Documentário)
Documentário sobre Beatriz Milhazes, um dos principais nomes da arte brasileira no cenário internacional contemporâneo. Ao lançar olhares intimistas à artista, seu universo e personagens que a cercam, o filme contempla temas ligados à sua carreira, personalidade e processo criativo. Direção: José Henrique Fonseca e Priscila Lopes Duração: 52 min Classificação: Livre Horários alternativos: dia 22 de outubro, às 02h e às 16h; dia 23 de outubro, às 10h; dia 25 de outubro, às 12h45; dia 26 de outubro, às 18h45.
Quartas de Cena e Cinema – 22/10
21h30 – ''Mário Lago'' (Documentário)
A biografia de Mário Lago, um dos maiores artistas do Brasil no século XX. Ator, escritor, roteirista e compositor, suas opiniões ajudaram a transformar gerações inteiras, nunca abrindo mão da lucidez e do carisma tão típicos de um verdadeiro carioca. Direção: Marco Abujamra e Markão Oliveira Duração: 93 min Classificação: Livre Horários alternativos: dia 23 de outubro, às 01h30 e às 15h30; dia 24 de outubro, às 09h30; dia 25 de outubro, às 08h15; dia 26 de outubro, às 01h.
Quintas do Pensamento – 23/10
21h30 - ''Dopamina - Os Efeitos das Redes Sociais no Cérebro'' (Documentário)
Facebook, WhatsApp, Instagram, Tiktok... O que acontece em nosso cérebro para que consultamos compulsivamente esses aplicativos sociais? Bem-vindo ao mundo da dopamina, uma molécula que a indústria de tecnologia sequestrou para melhor capturar nossa atenção e nos tornam cada vez mais viciados. Direção: Léo Favier Duração: 52 min Classificação: Livre Horários alternativos: dia 24 de outubro, às 01h30 e às 15h30; dia 25 de outubro, às 17h; dia 26 de outubro, às 23h; dia 27 de outubro, às 09h30.
Sextas de História e Sociedade – 24/10
22h - ''O Brasil que Não Houve - As Aventuras do Barão de Itararé no Reino de Getúlio Vargas'' (Documentário) - INÉDITO E EXCLUSIVO
Neste documentário-comédia, Gregorio Duvivier narra as aventuras do Barão de Itararé e os tropeços de um Brasil entre a graça e a desgraça. Com humor afiado, o filme revisita a história oficial sob a ótica irreverente de Aparício Torelly, o Barão, que desafiou o poder com piadas — e acabou preso três vezes por isso. Direção: Arnaldo Branco e Renato Terra Duração: 70min Classificação: Livre Horários Alternativos: dia 25 de outubro, às 02h e às 15h30; dia 26 de outubro, às 21h30; dia 27 de outubro, às 16h; dia 28 de outubro, às 10h; dia 30 de outubro, às 22h
Sábado 25/10
19h30– ''Na Trilha do Som'' (Série) - Episódio: ''Gilberto Gil''
Gilberto Gil, em um papo descontraído na Academia Brasileira de Letras, relembra seu passado como trilheiro de músicas incidentais antes de se tornar autor de canções marcantes para filmes como "Eu Tu Eles" e "Gonzaga - De Pai Pra Filho". Direção: Marcelo Janot Duração: 24 min Classificação: 10 anos
Domingo 26/10
18h – ''Histórias da Gente Brasileira'' (Série) – Episódio: ''Império – Moléstias''
Como os anos imperiais entenderam a questão da saúde pública e o tratamento de doenças hoje controladas, como o sarampo e a cólera, que causaram mortíferas epidemias. O surgimento do ensino de Medicina no Brasil - até então, quem curava por aqui eram pajés, benzedeiras, videntes e uromantes. Direção: Beca Furtado Duração: 26 min Classificação: 10 anos
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