''O Brasil é, também, o país do futebol de cegos. E a gente precisa contar a história dessas pessoas: quem é essa seleção? Quem são essas pessoas? De onde elas vêm e o que elas constroem?''. A provocação da jornalista Isabelly Morais, presente no documentário FUTEBOL DE CEGOS: O JOGO MAIS DIFÍCIL, sintetiza o espírito deste novo filme dirigido por André Bushatsky, com apoio do Comitê Paralímpico Brasileiro. A obra mergulha nos preparativos da seleção brasileira para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 e tem estreia prevista para novembro no sportv, em seguida, chega ao globoplay.
Bushatsky tem desenvolvido vários trabalhos audiovisuais voltados ao esporte paralímpico. Em seus projetos anteriores, como a série DA INCLUSÃO AO PÓDIO e o documentário O INSTANTE DECISIVO, ele já explorou a rotina diária de atletas paralímpicos, focando em seus preparos para grandes eventos. Em MULHERES NO PÓDIO aborda os desafios das mulheres dentro de um universo que há muito tempo é dominado por homens. E para fechar a trilogia, chega FUTEBOL DE CEGOS: O JOGO MAIS DIFÍCIL, no qual a equipe de filmagem segue a invicta seleção penta campeã paralímpica por quase dois anos.
"O futebol de cegos é uma das expressões mais puras da alma do esporte brasileiro. Nossos atletas jogam com o coração, com instinto e confiança total uns nos outros. O documentário de André Bushatsky mostra isso com muita legitimidade. O que existe por trás da trajetória vitoriosa é muito mais do que medalhas: é trabalho, amizade e uma crença inabalável no poder do esporte de transformar vidas", afirmou José Antônio Freire, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.
O filme busca mostrar o cotidiano intenso de um time que opera sob regras e sentidos menos visíveis, onde ouvir, tocar e se mover com precisão são habilidades centrais. A frase do atleta Cássio Reis revela bem essa perspectiva: ''Através do esporte, eu pude visualizar um futuro muito grande e me apeguei, me dediquei e me entreguei''.
Além das filmagens nas quadras e seus entornos, o documentário também traz imagens dos atletas em treinos especiais na praia, explora a ciência por trás da preparação, discute os bastidores da seleção permanente em João Pessoa, capta momentos de descontração como a visita a pontos turísticos em Estrasburgo durante um campeonato mundial (onde os jogadores conhecem a cidade também por meio do toque) e a música como um elo da amizade entre o time.
FUTEBOL DE CEGOS mostra o que acontece antes, durante e depois das partidas: as estratégias, as mudanças de plano, os conflitos e o apoio da comissão técnica. Mesmo em meio à pressão esportiva de um palco internacional, o filme opta por um recorte de observação: quem está ali não é um herói que venceu a limitação, mas um atleta que desempenha sua profissão com garra e resiliência.
