Novos episódios de São Florestas exploram soberania alimentar, saúde comunitária, educação indígena e mulheres na defesa da floresta

Episódio ''Terra Mata a Fome'' da série ''São Florestas'' estreia 4/11, às 20h, no SescTV.
Foto: Santa Rita Filmes.

A série São Florestas segue sua travessia pela Amazônia brasileira, revelando a vida que resiste e se transforma nas margens, nas aldeias e nos igarapés. Em novembro, o SescTV exibe quatro novos episódios, às terças-feiras, às 20h, que dão continuidade à escuta atenta de quem habita e pensa a floresta. Dirigida pelo jornalista e escritor Miguel De Almeida, a produção percorre temas que atravessam o território amazônico e a contemporaneidade brasileira: a fome e a soberania alimentar, a saúde e o equilíbrio ambiental, a educação como ferramenta de autonomia e o protagonismo das mulheres indígenas na defesa do território.

No episódio A Terra Mata a Fome, que estreia em 4/11, a série aborda o movimento por ''comida de verdade'' em comunidades amazônicas. A copeira Cleane Evangelista de Seixas, da Escola São João, em Altamira, relata o desafio de garantir alimentação aos alunos com recursos limitados. O pesquisador Renato Maluf, do CPDA/UFRJ, lembra que, em 2014, o Brasil chegou a sair do Mapa da Fome e analisa o retrocesso após 2016, com o avanço do garimpo ilegal, o descontrole do desmatamento e a pressão da soja e da pecuária sobre agricultores familiares. Já Helene Menu, gerente do Imaflora — organização que há três décadas atua no Pará apoiando cadeias sustentáveis e a sociobiodiversidade — reforça que “a grande missão na região é garantir recursos, mantendo a floresta em pé, produzindo de forma mais sustentável”. Agricultores como Evaldo Soares Alves e educadoras como Sandrenalva Oliveira Alves apontam ainda o papel do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, do Governo Federal, na valorização do alimento local e no fortalecimento das economias comunitárias.
 
Gravado na comunidade Suruacá, em Santarém (PA), o episódio de 11/11, Saúde e Bem-Estar, apresenta o trabalho do Projeto Saúde e Alegria, criado em 1986 para integrar saúde, educação e comunicação comunitária na região. O agente de saúde Djalma Moreira Lima, o Formiga, relembra como iniciativas locais ajudaram no enfrentamento de doenças e na garantia da vacinação. A pesquisadora Luiza Garnelo, da Fiocruz Amazônia, expõe o impacto do desmatamento no avanço de doenças respiratórias e zoonoses, enquanto o coordenador Caetano Scannavino alerta para o aumento da diarreia infantil em áreas afetadas pelo mercúrio do garimpo ilegal. O episódio acompanha ainda o barco-hospital Abaré, que há mais de três décadas percorre o Tapajós oferecendo atendimento às comunidades ribeirinhas.
 
Em Educação de Qualidade, no ar em 18/11, a série chega ao Alto Rio Negro (AM) para apresentar o sistema educacional indígena Baniwa, no qual a escola se torna extensão do território e instrumento de autonomia. Na Escola Pamáali, o educador André Fernando Baniwa relembra o início dessa virada: ''Tinha uma demanda de que a gente lutasse pela formação escolar do povo Baniwa (…) A gente decidiu discutir a nossa própria escola, já que a prefeitura não nos atendia, nem o Estado, nem o MEC''. Ele ressalta que aprender com o mundo externo também fez parte do processo: ''A gente precisava aprender a falar português, a cultura da sociedade não-indígena, pra aprender a dialogar com eles''. O episódio mostra como a educação se expandiu, incorporando práticas agrícolas e saberes locais, e se tornou referência em outros territórios.
 
Encerrando o ciclo de novembro, o episódio Igualdade de Gênero, em 25/11, apresenta as Guerreiras da Floresta, mulheres Guajajara que atuam na proteção do território e da cultura no Maranhão. Lideradas por agentes de saúde, educadoras e jovens, elas organizam ações de vigilância e cuidado ambiental em mais de 172 mil hectares de terra indígena compartilhada com os Awá-Guajá, em isolamento voluntário. O episódio evidencia como o protagonismo feminino tem sustentado práticas de defesa territorial, transmissão de saberes e fortalecimento comunitário em um contexto marcado por ameaças externas e pela necessidade permanente de resistência.

Com exibição sempre às terças, às 20h, e reapresentações ao longo da semana, São Florestas integra a programação do SescTV e está disponível também sob demanda, na íntegra, na plataforma e app Sesc Digital. A série segue reforçando o elo entre floresta e humanidade, convidando o espectador a reconhecer, em cada voz, o que a terra ainda tenta nos dizer.

Anderson Ramos

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