Dani, Diego, Edson e dona Geni abrem o coração no ''The Noite'' e revelam trajetória marcada por sacrifícios

Esq. p/ dir.: Edson Hypólito, Dona Geni, Dani Hypólito e Diego Hypólito ao lado de Danilo Gentili Créditos: Rogério Pallatta/SBT  

Os convidados do "The Noite" desta segunda-feira, 24 de novembro, são a família referência da ginástica brasileira: a Família Hypólito, atletas campeões e ícones de carisma.

Diego disputou três Olimpíadas; já Dani participou de cinco edições dos Jogos. O outro irmão, Edson, não chegou a competir em Olimpíadas, mas foi inspiração como atleta de trampolim nos anos 1990. Dona Geni, por sua vez, sempre foi uma das maiores apoiadoras dos filhos:

''Quando nos mudamos para Santo André, em São Paulo, a Daniele começou a fazer ginástica na rua, na calçada. Ela sabia fazer mortal sem ter começado. Tinha um senhor no apartamento que não parava de olhar na minha casa. Uma amiga desceu e falou: 'Geni, você não gostaria de colocar a Daniele na ginástica?' Eu respondi: ‘eu gostaria muito, mas não sei onde'. Ela apontou para o homem e disse que ele era coordenador do Sesi em Santo André. Ele tinha falado que ele ia fazer um teste de oito semanas, se ela passasse, ela ficaria. No primeiro dia, ele disse que ela passou [...]. A Daniele ganhou atleta revelação em 2000, ano da sua primeira Olimpíada''.

Para o público, uma das maiores lembranças de Diego, criador de diferentes variações do “duplo twist carpado” , é a medalha de prata nos Jogos Rio 2016. Mas ele revela qual prêmio considera mais especial:

''Tiveram algumas medalhas muito problemáticas na minha vida. O bicampeonato mundial foi muito importante porque foi a primeira vez que eu me classifiquei para as Olimpíadas, que foi em 2007, 20 anos atrás do primeiro título mundial. Eu vou contar uma historinha para vocês de pensar na minha carreira. Eu tive 10 anos entre, pelo menos, os oito melhores do mundo. Vocês imaginam que nesses 10 anos eu operei 11 vezes? Eu operei cinco vezes o pé direito, uma vez o pé esquerdo, duas vezes o joelho direito, duas vezes o ombro esquerdo, rompi o bíceps, tive que enxertar as duas pernas para reconstruir meu pé esquerdo, operei minha coluna, tenho 16 pinos na coluna, e mesmo assim eu me tornei o maior medalhista da história em Copas do Mundo com 69 medalhas do mundo''.

A trajetória da família foi marcada por muitos sacrifícios. Geni e o marido, Wagner, lutaram para sustentar os filhos. Dani começou na ginástica aos quatro anos e, aos nove, migrou para o Flamengo. A família se mudou para o Rio de Janeiro para acompanhar a atleta e enfrentou inúmeras dificuldades:

''Quando morávamos em Santo André, eu fazia cabelo, pé, depilação, costurava, sou professora formada também. Em 1995, recebemos um convite para ir para o Rio de Janeiro, sempre moramos no apartamento do Flamengo. Meu marido foi para lá dois meses depois e assim começamos nossa vida. Quando cheguei no Rio, eu levava eles para a ginástica, voltava, limpava a casa, cozinhava, levava o almoço para eles meio-dia, eles tomavam banho no Flamengo, eu deixava eles na escola e ia para casa, quando chegava 17h30, eu estava no colégio para levar de volta ao Flamengo, porque treinavam duas vezes no dia, e eu ficava lá assistindo, meu marido trabalhava como motorista'', conta Geni.

Diego complementa o relato lembrando o período mais difícil ''A gente vivia em São Paulo uma realidade humilde. A gente tinha um quarto, aí depois tínhamos uma sala, uma cozinha e um banheiro. Nós éramos humildes, mas nunca tínhamos passado nenhum tipo de dificuldade no Rio de Janeiro. Em São Paulo, gente vivia humilde, a gente estudava, fazíamos as nossas coisas. Quando teve essa possibilidade de irmos para o Rio de Janeiro, que era a convite da Dani, que era o grande talento da época, no mesmo período, Dani, você pode contar, o Flamengo acabou o dinheiro. Então todas as possibilidades que tinham do emprego para o meu pai, do emprego para a minha mãe, do salário da minha irmã, nada disso aconteceu. Aí a gente morava num prédio nobre do Rio de Janeiro, porque era um bairro nobre, que a gente morava na Zona Sul, só que o prédio era do clube. Então a gente ficava às vezes seis meses sem energia, oito meses sem energia. A gente ficava sem gás. Então eu acho que é muito importante contar essas histórias, porque a minha mãe muitas vezes não gosta de lembrar desses passados, mas eu acho que isso é o que mais edifica a gente sempre ter tido o pé no chão. Essa mãe representante nacional de uma família da ginástica brasileira, gigante como pessoa, ela teve que fazer muitos sacrifícios para que a gente pudesse chegar onde a gente chegou. Ninguém chega em lugar nenhum sozinho. E a gente tinha períodos que não tinha o que comer dentro de casa. Então por isso foi um período que eu e meu irmão, em conjunto do meu pai, a gente foi às praias de Copacabana para sermos vendedores ambulantes''.

Fundado em 2022, o Instituto Hypolito, administrado por Edson, tem como missão transformar vidas por meio do esporte. As atividades são voltadas para crianças de quatro a 13 anos, com duas unidades no Rio de Janeiro e uma terceira em expansão.

Edson explica: ''São 260 crianças na Penha, a maior unidade, e outra unidade em Macuco com 150 crianças e outra já para o ano que vem com mais de 150 crianças, só não posso falar ainda, porque é segredo''.

E completa: ''Eu acho que o legado está feito agora, o que a Dani e o Diego fazem hoje pelas crianças. E acho que mais atletas deveriam fazer o que eles fazem hoje, porque legado é você dar oportunidade, que é incluir, ensinar e transformar, que é o que a gente fala no instituto. O maior ganho da carreira da Dani e do Diego é eles poderem estar proporcionando isso, porque não é só a ginástica, na verdade, é uma oportunidade, é não somos nós que damos essas oportunidades, são os pais, porque são os pais que levam, que fazem esforço, é a família, são os avós que ficam lá. É muito diferente. Eu tenho um orgulho tremendo de tudo que eles fizeram pelo esporte, mas o que a gente faz hoje, com certeza… eu vou e volto do ginásio todos os dias feliz, porque quem está lá participando sabe o que é proporcionar isso. São crianças de quatro a 13 anos, a gente está querendo avançar um pouco a idade, até os 15, mas depende de novos apoiadores, novos patrocinadores fazer o custo de toda essa operação, porque não é tão barato assim''.

E, falando em projetos, a família revela uma novidade: ''Tem um projeto em vista, porque tinha a programação para o Diego fazer o filho dele, mas depois do BBB com a exposição de falar muito da nossa família, está tendo a oportunidade da gente fazer um documentário da nossa família. Isso mostra a importância de você ter familiares que apoiam seu sonho, lutam por você e você não desista'', explica a ginasta.

O "The Noite" é apresentado por Danilo Gentili e vai ao ar de segunda a sexta-feira, no SBT. Hoje, a partir de 00h00.

Anderson Ramos

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