Autora Duca Rachid analisa panorama atual da teledramaturgia no país na TV Brasil

FOTO: Divulgação TV Brasil
O conteúdo das obras da teledramaturgia brasileira e os novos formatos desses textos no país e no exterior pautam a entrevista da premiada novelista Duca Rachid ao programa Trilha de Letras desta quarta (5), às 18h30, na TV Brasil. Durante o papo com o apresentador Raphael Montes, a autora traça um perfil sobre as narrativas contemporâneas produzidas para a televisão.
 
As novelas brasileiras têm um fascínio que mantém o espectador ligado na telinha desde a década de 1950. Algumas tramas já pararam a nação no último capítulo para desvendar mistérios e responder perguntas como "Quem matou Odete Roitman?" na trama de "Vale Tudo", sucesso no final dos anos 1980.
 
O programa literário da emissora pública mostra que além de audiência no país, muitas dessas produções são exportadas e conquistam repercussão no exterior. A teledramaturgia nacional é valorizada internacionalmente com diversos prêmios do Emmy Internacional.
 
Com trabalho reconhecido no Brasil e no exterior, Duca Rachid começou a escrever novelas em Portugal no início dos anos 1990. De volta ao país, a jornalista faz "Tocaia Grande" (1995) para a extinta Rede Manchete e foi colaboradora de trabalhos como "Os Ossos do Barão" (1997) no SBT, além de "O Cravo e a Rosa" (2000) e "A Padroeira" (2001), já na Rede Globo.

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Como autora principal, Duca se destacou em tramas como "O Profeta" (2006), "Cama de Gato" (2009), "Cordel Encantado" (2011), "Joia Rara" (2013) entre outras produções. Ela comenta no Trilha de Letras a parceira nessas obras com a também escritora Thelma Guedes.
 
"Foi um encontro muito feliz. É raro de acontecer. É difícil trabalhar em parceria, principalmente para duas pessoas que são muito autorais. Duas mulheres que têm uma intensidade na vida e no trabalho. Temos afinidades artísticas e ideológicas, empatia. Acho que por isso funciona. A gente tem uma coisa complementar", relata.
 
Advento dos novos formatos e plataformas
 
No programa da TV Brasil, a convidada também reflete sobre a chegada dos serviços on demand. Duca analisa como os autores do gênero lidam com a concorrência das séries estrangeiras, formato que tem obtido cada vez mais adeptos.
 
A escritora aponta caminhos e comenta com Raphael Montes de que modo as novelas podem reinventar-se para resistir às pressões do espectador não só por novos estilos de contar histórias, mas também por plataformas diferentes.
 
Emocionada, a novelista recorda a origem de sua vocação para escrever histórias. "Na infância, a minha única janela para o mundo eram os livros. Eu lia tudo que me caia na mão", afirma Duca. "Com 15 anos, tive uma epifania. Tinha lido 'Gabriela', de Jorge Amado, e vi a adaptação de Walter George Dürst para tevê em 1975. É isso que eu quero fazer", lembra.
 
A autora explica como desenvolveu sua técnica. "Você aprende fazendo. Foi justamente vendo novela que eu me encantei por essa profissão. As pessoas em geral não sabem que têm alguém por trás escrevendo a novela", destaca Duca sobre seu aprendizado.
 
Revelações sobre a pressão na rotina para ajustes nas tramas
 
A novelista também abre o coração para Raphael Montes e revela as dores e as delícias da carreira. "Você tem que ter um preparo físico para aguentar 16 horas no computador por dia. Não é brincadeira", diverte-se.
 
"É uma pressão muito grande. Você tem que ter preparo psicológico para lidar não só com a criação e o volume de texto, mas gerenciar uma equipe e ter na cabeça a logística de produção. Lidar com a equipe de colaboradores, produção, direção, elenco e audiência", enumera.
 
Duca comenta sobre a necessidade frequente de se ajustar os rumos da trama durante as gravações. "É uma obra aberta, um produto industrial que tem que ser visto e dar resultado", explica a autora sobre as novelas.
 
A convidada do programa Trilha de Letras também fala sobre a satisfação de acompanhar o produto desse esforço concretizado na telinha. "Você ver realizado é muito bacana. Tinha um prazer imenso em assistir 'Cordel Encantado' na padaria em frente a minha casa e ver pessoas nordestinas que trabalham ali orgulhosas com a sua cultura tratada com o respeito que merece. Isso me orgulhava muito".
 
O autor e roteirista de telenovelas Marcílio Moraes gravou depoimento para a atração literária da TV Brasil. Ele ressalta a importância feminina na televisão brasileira. "O papel da mulher na dramaturgia, especificamente na telenovela brasileira, é preponderante", avalia.
 
O novelista traz exemplos históricos que ratificam sua tese. "Enquanto personagem, a mulher sempre esteve presente na literatura e no folhetim, desde as obras de Homero com a 'Ilíada' em que Helena desencadeia a história", cita.
 
Ainda nesta edição do programa, a escritora Bárbara Carvalho participa do quadro "Dando a Letra". Enquanto isso, a jornalista Katy Navarro comenta o livro "Dramaturgia de Televisão", de Renata Pallottini, no quadro "Leituras com Katy".

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