Cinejornal tem entrevista especial com Jeferson De

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Jeferson De é o entrevistado desta terça, dia 14, do Cinejornal, do Canal Brasil. No programa, que vai ao ar às 21h50, o cineasta conversa com o repórter Kiko Mollica, principalmente, sobre seu mais recente longa-metragem, “M-8 – Quando a Morte Socorre a Vida”. Baseado no livro homônimo de Salomão Polakiewicz, o filme foi eleito o melhor longa de ficção segundo o público do Festival do Rio 2019 mas, por conta da pandemia, ainda não tem data de estreia.

Na produção, Juan Paiva vive Maurício, um jovem que acabou de ingressar na renomada Universidade Federal de Medicina. Na sua primeira aula de anatomia, ele conhece M-8, o cadáver que servirá de estudo para ele e os amigos. Nesse dia, ele também se dá conta de que ele e os cadáveres são os únicos corpos pretos naquele ambiente.

"Esse trabalho é um grito, M8 é um grito. Eu sempre fui uma pessoa muito educada de falar, de conversar, de sorrir, mas eu acho que no M8 eu pude falar mais alto. Esse filme é um respiro longo, é um respiro intenso sobre a morte dos jovens negros do Brasil, o sofrimento dessas mães, a tensão da minha própria mãe em saber que eu moro nas capitais - ou estou no Rio ou estou em São Paulo -, o desespero desses meninos e meninas negras que estão em situação de vulnerabilidade", conta De.

O diretor falou também sobre o elenco do filme, que conta com nomes como Ailton Graça, Zezé Motta, Rocco Pitanga, além da participação especial de Lázaro Ramos: “Uma coisa que no decorrer do processo do M8, da escritura do roteiro, eu fui percebendo foi que, além de ser esse meu grito, essa vontade de falar e respirar esse assunto, eu senti também que era a preocupação de muitos outros atores e atrizes brasileiros e muito anteriormente à minha chegada no cinema. Era a preocupação de, por exemplo, dona Léa Garcia, dona Zezé Motta, do Lázaro Ramos, do Aílton Graça, enfim, era muito importante. E a medida que eu fui comentando e convidando para fazer o filme eu tinha que falar: ‘olha, mas o papel é pequeno’. E na verdade, as pessoas queriam estar no filme. É quase um filme quilombo, uma quilombagem, um exercício de como a gente pode transformar um set de filmagem num grande quilombo. É um pouco essa minha razão de ter tantas estrelas no filme, mas ao mesmo tempo tantos trabalhadores e trabalhadoras do nosso cinema nacional que nem sempre têm a relevância necessária".

De fez ainda uma análise do momento atual do país para a juventude negra, sobre as mudanças no Brasil desde sua estréia na direção de um longa-metragem com o filme “Bróder”, no Festival de Berlim de 2010: "Eu acho que [as coisas] continuam de uma maneira muito difícil para quem é jovem, negro e periférico. A única arma que surgiu a nosso favor, e ela é muito contundente, chama-se aparelho de celular. Agora a gente tem a capacidade de gravar e mostrar para o mundo uma série de violências que foram colocadas para a gente desde que os nossos antepassados eram escravizados".

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