Canal Arte1 transmite ao vivo versão musical de ''A Hora da Estrela'', com Laila Garin

Divulgação Daniel Barboza

No ano do centenário de Clarice Lispector (1920-1977), uma de suas obras mais emblemáticas ganhou uma versão musical para os palcos, absolutamente original. Após estrear no Rio de Janeiro em março de 2020, "A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa" teve a sua temporada interrompida pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Para celebrar o mês em que a escritora completaria um século de vida, o espetáculo será transmitido ao vivo, diretamente do Teatro 1 do Centro Cultural Banco do Brasil, no dia 20 de dezembro, às 18h, pelo Canal Arte1 e YouTube (canal da BB Seguros, Sarau e Arte1).

"A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa" tem adaptação e direção de André Paes Leme, canções especialmente compostas por Chico César e direção musical e arranjos de Marcelo Caldi. Laila Garin é Macabéa, a mítica protagonista do aclamado romance, ao lado de Claudia Ventura e Claudio Gabriel, que completam o elenco. 

A idealização e produção do projeto é de Andréa Alves, da Sarau Agência, responsável por espetáculos como "Elza", "Suassuna – O Auto do Reino do Sol", "Sísifo" e "Macunaíma". O projeto é apresentado pela BB Seguros e patrocinado pelo Banco do Brasil, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A realização é da Ágapa Criação e Produção Cultural.

"A Hora da Estrela" foi o último livro escrito por Clarice, que faleceu pouco tempo após o seu lançamento. Suas páginas narram a saga de Macabéa, imigrante nordestina cuja vida no Rio de Janeiro é marcada pela ausência de afeto e poesia. Vista pela sociedade como uma mulher desprovida de qualquer atrativo, ela se contenta com uma existência medíocre: ganha menos do que um salário, divide um quarto com quatro pessoas, sofre com um chefe rigoroso e não atrai a atenção de ninguém.

Na obra literária, tal história é contada por um escritor, que vê Macabéa na rua e resolve narrar a vida de uma pessoa tão invisível, comum e sem brilho, em um exercício de alteridade. Para esta nova versão teatral, André Paes Leme propõe uma inversão e esta figura do escritor se transforma em uma atriz. Desta forma, Laila Garin tem o desafio de se alternar entre a Macabéa e a Atriz, que não somente narra, mas também comenta e lança uma série de questões ao longo da encenação.

André Paes Leme, que já assinou elogiadas adaptações de Guimarães Rosa ("A Hora e Vez de Augusto Matraga") e Nelson Rodrigues ("Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados"), teve ainda a parceria de Chico César no processo de criação. As músicas pontuam toda a dramaturgia e aparecem para ilustrar o estado emocional e o interior de cada personagem. Ao longo da montagem, as canções servem ainda para detalhar algum acontecimento e também para tirar as personagens do sofrido estágio em que se encontram, trazendo alguma fantasia para existências tão opacas.

Chico César vem de outra experiência bem-sucedida, ao ter a literatura como base de uma criação musical para teatro. Em 2017, ele assinou a trilha de "Suassuna – O Auto do Reino do Sol", ao lado da Cia. Barca dos Corações Partidos. A experiência rendeu uma série de prêmios e indicações, inclusive ao Prêmio da Música Brasileira pelo álbum. "A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa" vai trazer mais um conjunto de canções inéditas do compositor, com trechos musicados do próprio livro e criações livres, com base no original de Clarice Lispector.

O espetáculo marca ainda a primeira vez em que Laila Garin atua em um espetáculo de composições inéditas, produzidas ao longo do processo de ensaios. Após ser recordistas de premiações por seu trabalho em "Elis – A Musical" e “Gota D’Água [a seco]”, Laila foi dirigida pela lendária Ariane Mnouckine em "As Comadres", no início de 2019. Enquanto segue com uma série de projetos de TV, Laila se consagrou na última década como uma das grandes vozes do teatro musical brasileiro.

A produção adotou todas as medidas previstas na legislação para enfrentamento à disseminação da Covid-19, de forma a zelar pela saúde de toda a equipe contratada e permitir o exercício da profissão com segurança, antes e durante a realização do espetáculo. Antes do início dos ensaios, todos os profissionais envolvidos cumpriram quarentena e fizeram testes de Covid-19. Essa é uma homenagem a todos os artistas que há meses foram impedidos de exercer o seu ofício, que é estar no teatro, com responsabilidade e alegria, com fé e esperança.

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