Entrevista com a segunda colocada do BBB 21: Camilla de Lucas

Divulgação Globo/João Cotta

Ao contrário de muitos participantes, seu propósito ao entrar no 'Big Brother Brasil 21' não era o autoconhecimento: o foco no grande prêmio levou Camilla à final da temporada. O milhão e meio não veio, mas a influenciadora digital pôde mostrar com sensibilidade e gentileza sua história ao público do reality – “Prazer, Camilla de Lucas”, declarou em um de seus momentos mais marcantes na casa. A amizade com João Luiz não deixou que a ex-sister permanecesse sozinha no jogo. Apesar do jeito conciliador, a sister escolhia a dedo as brigas que queria comprar e, fiel a seus aliados, estava sempre disposta a estender a mão e suas “previsões” a todos. Mostrou-se vulnerável nas situações em que o jogo a colocou à prova, mas chegou entre os finalistas, tendo como retribuição o segundo lugar no pódio do BBB 21, com 5,23% dos votos do público. “Aprendi a confiar mais em mim e na minha intuição. Lá dentro, quando eu desconfiava de alguma coisa, na maioria das vezes, eu estava certa. Antigamente eu duvidava muito disso, ficava me questionando, às vezes ia pela cabeça do outro. No BBB, eu consegui ir pela minha própria cabeça. Isso vai seguir aqui fora também”, comenta a influenciadora, que, a seguir, detalha sua trajetória no programa a partir do seu próprio ponto de vista.
 
Qual balanço você faz da sua jornada no BBB 21?
Eu acho que eu amadureci bastante lá dentro. Eu percebo que eu cheguei com uma vibe um pouco mais brincalhona, mais distraída, um pouco mais “vida louca” e, quando eu comecei a olhar e perceber que o negócio estava sério, eu dei uma segurada na brincadeira. Eu fiquei um pouco mais séria. Foram várias as situações em que eu precisava ser um pouco mais firme e isso mexeu um pouco com a minha personalidade lá dentro. Mas, em alguns momentos, eu tentava levar na brincadeira, porque não dava para a gente ficar sério o tempo inteiro, na tristeza o tempo inteiro. Eu percebi que eu saí uma pessoa mais forte de lá.
 
Você traçou alguma estratégia para chegar ao prêmio de R$ 1,5 milhão?
Não, nenhuma. Só entrei e joguei e, a partir do momento que a gente passa por aquela porta, nenhum plano que a gente faça aqui fora funciona, porque a gente não sabe o que vai nos esperar lá dentro. Até conversei outro dia com a Juliette sobre entrar planejando fazer uma determinada coisa. Não vai funcionar, porque a gente lida com outras pessoas que têm outros comportamentos. Então, a gente não sabe o que esperar. Não tem como você planejar algo. Se joga e vai. 
 
Esperava ser finalista do BBB 21?
Não vou mentir não: eu entrei porque imaginei que eu talvez pudesse ganhar. Vai que o povo gosta de mim! Certeza a gente não tem, mas pelo menos sonhar... Eu acreditei muito em mim, por isso que eu resolvi aceitar o convite também. No primeiro dia, quando eu sentei à mesa e olhei a quantidade de gente que tinha, eu pensei: “Meu Deus, tem 14 pessoas incríveis aqui. Acho que vai ser difícil”. Mas eu sonhei.
 
Você já havia feito inscrição para participar do programa em temporadas anteriores. Como foi entrar no BBB como integrante do Camarote?
No vídeo da minha trajetória, eu achei engraçado porque eu não lembrava do Caio perguntando para mim: “Você é camarote ou pipoca?”. E eu olhei para ele e falei: “Camarote, né”. Eu me achei naquele momento, porque eu fiquei muito feliz com o convite. Eu entrei ali como influenciadora digital e, nossa, tem várias meninas incríveis que trabalham na internet. Então, receber esse convite, para mim, foi surreal, eu fiquei muito feliz. Em uma das entrevistas, eu falei: “Gente, eu já me inscrevi duas vezes e vocês não me chamaram” (risos). O mundo não girou, ele capotou. 
 
Na casa você falava muito sobre esse seu lado sensitivo, que às vezes trazia algumas previsões do jogo, até mesmo por meio dos sonhos. Houve momentos em que isso te deu pistas reais do que iria acontecer?
Eu tive alguns sonhos sim assustadores, tá? Eu só não previ a minha vitória. Não sonhei e ela não aconteceu. Mas quando a Carla atendeu o Big Fone, eu sonhei e falei. “Carla, você está indo para o paredão e vai ser um paredão falso. Você não grita, você vai quietinha”. E quando aconteceu o paredão e o Tiago anunciou que ela tinha saído, eu me esqueci. Eu realmente acreditei que ela tinha saído. Quando ela voltou, eu falei: “Meu Deus, eu sonhei, eu falei pra ela. Dei dicas, disse ‘olha, cuidado, não grita, assiste tudo o que você puder, volta aqui daquele jeito’”. Mas eu tive vários sonhos. Inclusive, não só sonhos. Eu acertei o número do apartamento do Arthur sem querer, e fiquei chocada. Eu acho que posso fazer consultas na internet agora (risos). 
 
Sua personalidade conciliadora também foi muito comentada pelos brothers, já que, especialmente nas situações de conflito, você tentava acalmar os ânimos. Acha que isso te ajudou a chegar entre os finalistas?
Eu acho que sim e é uma qualidade da qual eu me orgulho. Eu ficava pensando assim: “Nossa, o pessoal não me conhece, conhece uma parte de mim na internet, que eu sou brigona porque eu falo o que tiver que falar”. Mas eu sou o tipo de pessoa que não gosta muito de confusão. Quando eu via o caos instaurado e ninguém raciocinando, eu, com a cabeça um pouco mais firme, tentava conciliar. Eu falava: “Gente, pelo amor de Deus, vocês estão surtando. Vamos manter a calma. Vamos tentar organizar para ver se sai alguma coisa direito”. Eu lembro que era muita briga, muito caos. Teve um dia que aconteceu a briga da Karol com a Carla, no quarto colorido, do Lucas na sala e ainda tinha a Lumena no meio. Alguém tinha que estar lúcido ali para pedir para o povo parar. Eu deixo o povo brigar um pouquinho, falar o que quer, mas chega uma hora que tem que ir lá acalmar, senão o negócio fica doido. 
 
Apesar desse seu jeito, houve algum momento em que você mesma se viu fora do eixo?
Na minha briga com a Karol. Ali eu perdi a cabeça. Eu cheguei calminha, toda feliz. O Gil tinha brigado nesse dia. E aí eu falei: “Nossa, fiquei fora de um ‘B.O.’ que não é meu’. Quando eu fui entrar na casa, ela falou para mim: “Você está do lado do Gil”. E eu: “Eu não estou do lado de ninguém, eu estou do meu lado”. E ela começou a me cutucar, cutucar. E aí a gente começou a discutir. Eu sou paciente, mas não testem minha paciência, não! 
 
Sua amizade com o João marcou a temporada, já que foi a dupla que permaneceu por mais tempo na competição. O que conectou vocês dois desde o início do jogo?
A primeira coisa de fato foi um acontecimento relacionado à maquiagem e eu cheguei a comentar com ele: “Acho que não foi legal isso aqui”. E a gente se aproximou por essa ideia, com a qual ele também não concordou. E depois, foi só a baixaria, os memes, a zoeira. Ele tem uma idade muito próxima da minha, ele também é conectado com a internet. A gente ria de várias coisas. E depois houve os momentos de tristeza, em que ele estava ali comigo. Ele conseguia entender pelo olhar. Mas, a conexão inicial foi pela questão da maquiagem e das brincadeiras. 
 
Quais são os outros amigos que fez lá dentro e pretende trazer para a vida aqui fora?
Eu me aproximei bastante da Juliette do meio do jogo para o final. A gente se aproximou porque nós pensávamos muitas coisas parecidas. A nossa amizade começou por essa conexão. O João, a Ju e a Carlinha são as pessoas que apareceram até no vídeo da minha trajetória, o que me deixou muito feliz. Óbvio que eu quero ter amizade com as outras pessoas também, mas com eles eu tinha conversas mais profundas, conseguia me abrir melhor. 
 
Você se arrepende de alguma coisa ou faria algo diferente, se tivesse a chance?
Antes eu me arrependia pela bebida. Mas faz parte, então não tem nada, não. Estou bem tranquila mesmo. Não mudaria nada. 
 
Quais são as lembranças mais especiais que você vai guardar dessa experiência? 
O momento que eu estava curtindo com a galera, as festas. As conversas sérias sobre a sociedade que eu tinha com a Ju e com o João. Foram os momentos mais importantes. O Gil e o Fiuk também são pessoas que eu quero levar para minha vida. 
 
Não ter ganhado a liderança foi algo que te abalou no jogo?
Não, mas eu fiquei chateada. Eu queria ganhar um líder, dormir naquela cama king size do BBB, poder gritar: “Nossa, ganhei uma prova!”; ter a experiência mesmo. Mas eu tentei, não deu. Eu ficaria mais chateada se eu percebesse que eu não me esforcei, mas eu sei que eu me esforcei. 
 
Qual o maior aprendizado que você leva da sua participação no programa?
Eu aprendi a confiar mais em mim e na minha intuição. Lá dentro, quando eu desconfiava de alguma coisa, na maioria das vezes, eu estava certa. Antigamente eu duvidava muito disso, ficava me questionando, às vezes ia pela cabeça do outro. No BBB, eu consegui ir pela minha própria cabeça. Isso vai seguir aqui fora também. 
 
O que pretende fazer agora após o BBB? Quais são seus planos?
Como eu não tenho o prêmio do primeiro lugar, eu vou tentar ser milionária. Quero continuar trabalhando com internet, que é o que eu faço. Vou seguir, “deixa a vida me levar, vida leva eu” (risos). Eu quero estudar para poder atuar, apresentar e não fazer nada errado. 
 
O 'BBB 21' tem direção geral de Rodrigo Dourado e apresentação de Tiago Leifert. O programa vai ao ar segundas, terças, quintas, sextas e sábados, após ‘Império’, quartas, após o ‘Futebol’, e domingos, após o 'Fantástico'.

Anderson Ramos

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