Divulgação Globo/Fábio Rocha |
A vida de Amanda (Letícia Colin) sempre foi, aparentemente, normal. Uma família estruturada, de boa condição financeira e pais sempre presentes e amorosos a levaram ao privilégio de seguir suas escolhas. Já adulta, a vida ganha novas cores e desafios ao encontrar seu grande amor e ao descobrir a paixão pela medicina. Só que, mesmo com tudo ao seu alcance e todas as necessidades materiais resolvidas, ela começa a se fazer perguntas para as quais não encontra respostas.
Na cidade de São Paulo, nos dias atuais, Amanda vive fragilizada. Em casa, o casamento com Miguel (Daniel de Oliveira), por quem é apaixonada, passa por um momento de desencontro de desejos. O pai, David (Fábio Assunção), a mãe, Sofia (Mariana Lima), e a irmã, Julia (Manu Morelli) a admiram e a amam, mas se agoniam com as turbulências provocadas pelo seu desequilíbrio emocional.
As delicadas questões de família nunca tratadas, até então de maneira clara, o idealismo e a autoexigência na profissão de médica, escolhida por vocação e também por grande admiração ao pai, causam desconforto e aflição em Amanda, que se intensificam a cada dia que passa, na emergência do hospital onde trabalha. Amanda enfrenta, diariamente, a proximidade com a morte e se frustra quando não consegue salvar vidas e curar seus pacientes.
Numa jornada vertical, ela tenta entender como e por que foi tão fundo na droga. O coração de Amanda pede serenidade e amor, mas, com as dificuldades provocadas pela dependência química, ela fica cada dia mais vulnerável. Em busca do que pensa ser sua paz e calmaria e para saciar suas vontades e fugir do seu pesadelo, ela procura refúgio nas drogas.
“O ser humano é vulnerável e isso é lindo, é o que nos faz se identificar com o outro, abandonar as nossas defesas, pedir ajuda. A nossa capacidade de amar vem de ser vulnerável. E a vulnerabilidade é o que nos fragiliza também, nos confunde, nos angustia, nos desencoraja, nos aprisiona. A Amanda é jovem, sensível, inteligente. É uma personagem contemporânea, uma mulher que vive numa cidade cosmopolita como São Paulo e que tem desafios profissionais e pessoais. Ela quer se provar uma médica tão boa quanto o pai e não aceita sua limitação e suas falhas. Ela não dá conta da vida como todos nós porque é uma ilusão achar que temos controle sobre a vida. E Amanda transborda, perde as rédeas. Acho que lidamos muito mal com a vulnerabilidade. O mundo condena a vulnerabilidade do outro, aponta como uma fraqueza, como uma displicência, sendo que isso é a única condição que nos faz todos iguais. Tudo na Amanda é muito forte. É uma personagem tão humana porque é imperfeita, como nós”, define Letícia Colin.
O primeiro episódio da série original Globoplay ‘Onde Está Meu Coração’ será exibido hoje, dia 03, no Tela Quente, da TV Globo e estreia na íntegra na plataforma amanhã, dia 04. Série original Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo, ‘Onde Está Meu Coração’ é criada e escrita por George Moura e Sergio Goldenberg e tem direção artística de Luisa Lima, com supervisão artística de José Luiz Villamarim.
A importância do afeto
Estar por perto, definitivamente, não é estar por inteiro. A família Meirelles sente uma distância interminável mesmo estando todos sob o mesmo teto. Enquanto cada um enfrenta seus fantasmas e pesadelos particulares, o afastamento acaba sendo inevitável e, apesar de não desejado, acaba deixando para trás laços familiares que parecem ser impossíveis de desatar.
A mãe, Sofia, apoia a filha incondicionalmente durante sua luta contra as drogas, deixando de lado seu trabalho como executiva e abdicando até mesmo da dedicação ao seu casamento com David. Tudo isso fica ainda mais frágil com a chegada de Adriano (Rodrigo dos Santos): um novo funcionário de sua empresa que irá fazê-la repensar sobre seus sentimentos pelo marido. “Essa família passa pelo desespero, pela ruptura, mas ela tem que fazer a trajetória do acolhimento, que é a única possível para uma família ou para um ser humano. Eu tenho muito amor pela Letícia e acho que esse amor das personagens transborda e transforma”, Mariana Lima reflete.
O pai, David, a grande inspiração de Amanda, a vê como herdeira de seu legado na medicina. A dor que sente ao ver o desequilíbrio da filha lembra o fantasma de um grave problema controlado no passado. Assim como Sofia, deixará que tantos contratempos agravem a vulnerabilidade de seu casamento e acabará seguindo por novos rumos, encontrando em Marta (Bárbara Colen), sua assistente no consultório. “A série aborda questões emocionais e humanas. Ninguém sabe lidar previamente com os problemas que aparecem nesta família. O David foi preparado para ser pragmático na vida, mas essa densidade emocional e o drama vivido pela filha transformam todas as relações. Ele vai se revelando um cara frágil, vulnerável e tem uma curva dramática muito bonita. Ele e a Amanda têm uma identificação muito grande; ela tem o temperamento do pai e se torna médica por causa. É uma série muito sensível, emocionante e que vai provocar reflexão no público”, explica Fábio Assunção.
Já a irmã Julia ama Amanda, apesar de nutrir uma disputa de atenção comum entre irmãos e atribuir à Amanda todos os problemas enfrentados por sua família. Por conta disso, se enxerga como a única capaz de resgatar a paz em sua casa, buscando esse consolo na religião e fazendo uma promessa que provoca uma turbulência em seu namoro com Eugênio (Antonio Negrini).
O marido, Miguel, um arquiteto bastante ambicioso, é também um dependente, mas de dinheiro e status social. Tem em Amanda seu grande amor, mas a relação dos dois acaba sendo atingida em cheio pelo colapso emocional da esposa, ganhando um reforço com a sedução e obstinação de Vivian (Camila Márdilla), sua cliente no escritório de arquitetura, em conquistá-lo a qualquer custo. “Quando alguém usa drogas, todos os familiares ao redor são prejudicados, como é o caso de Miguel e Amanda. Ele tenta ajudar ao máximo oferecer a mão para ela neste momento difícil”, Daniel de Oliveira conta.
Os quatro, sem exceção, são arrastados pela dependência química de Amanda, num caminho que parece sem saída. Tornam-se codependentes, adoecem junto com a jovem médica, anulam-se de forma inconsciente na tentativa urgente e desastrada de salvar quem amam.
Mesmo no meio de um vazio imenso, segurando a mão de Amanda, os pais, sua irmã e seu marido são sua mais importante fonte de esperança e ajuda. São a sua rede de amor que pode salva-la e fazê-la se reinventar para voltar a ser quem sempre sonhou.
“Alguns dependentes químicos se curam pela religião, outros somente com força de vontade própria, outros com internação, mas, sobretudo, é o afeto a maior colaboração que pode existir nesses casos”, explica George Moura. “As redes de familiares e de amigos têm a capacidade de salvar as pessoas, e isso devemos entender por completo, de forma clara”, completa Sergio Goldenberg.
PERFIL DOS PERSONAGENS
Amanda (Leticia Colin) – A médica idealista e apaixonada pela profissão, vem de uma família estruturada e amorosa. Filha de Sofia (Mariana Lima) e David (Fábio Assunção), irmã de Júlia (Manu Morelli) e esposa de Miguel (Daniel de Oliveira), se vê imersa em um mergulho profundo na dependência química e acaba carregando junto consigo todos os que ama. Do ponto de vista material, sempre teve tudo, mas, acaba encontrando na droga um alívio para o seu próprio abismo existencial. É amiga de Inês (Ana Flávia Cavalcanti), que trabalha no mesmo hospital.
Sofia (Mariana Lima) – Mãe de Amanda, é uma mulher inteligente, bem-sucedida, de muita força e que, por conta de todas as responsabilidades no trabalho, se vê muitas vezes agindo dentro de casa como se estivesse gerenciando uma grande empresa. Enfrenta um desgaste em seu casamento com David (Fábio Assunção) e acabando se deixando envolver por Adriano (Rodrigo dos Santos). Mesmo fragilizada, está incondicionalmente ao lado da filha em sua luta contra a dependência química.
David (Fábio Assunção) – Pai de Amanda, é um excelente médico, idealista como a filha, que acredita que o ofício da medicina se baseia essencialmente em ajudar o próximo. Teve um problema de saúde no passado e vê na dependência química da filha uma luta também sua. Casado com Sofia, em um relacionamento longo, porém difícil, David se envolve com a médica Marta (Bárbara Colen).
Miguel (Daniel de Oliveira) – Arquiteto renomado, casado e apaixonado por Amanda, tem nela o seu grande amor. Sempre em busca de conquistas materiais, sofre, de algum modo, com a dependência de consumo e status. Tem sua vida completamente atingida e em risco por conta da dependência química de Amanda. Terá, no meio da turbulência, um relacionamento extraconjugal com Vivian (Camila Márdilla), cliente do seu escritório de arquitetura.
Júlia (Manu Morelli) – Irmã de Amanda, nutre uma disputa de atenção com ela, apesar de amá-la muito. Se vê inferior e em segundo plano aos olhos dos pais, que concentram seus esforços e dedicação ao momento delicado que a irmã enfrenta. Namorada de Eugênio (Antônio Negrini), lida com questões em relação à sua sexualidade.
Vivian (Camila Márdilla) – Cliente de Miguel no escritório de arquitetura, é uma mulher rica e ambiciosa. Está acostumada a conseguir tudo o que quer. Quando se apaixonar por Miguel, fará tudo de para conquistá-lo.
Marta (Bárbara Colen) – Médica, trabalha com David em sua clínica e se envolve com ele, que a vê como uma fuga para todos os seus problemas.
Adriano (Rodrigo dos Santos) – É contratado por Sofia para ajudá-la na administração de sua empresa, no porto de Santos. É um homem atraente, educado e irá despertar um novo sentimento na mãe de Amanda.
Inês (Ana Flávia Cavalcanti) – Grande amiga de Amanda, trabalha com ela na residência do hospital e é uma de suas aliadas na luta contra a dependência química.
Alexandre (Michel Melamed) – Médico, será responsável pelo tratamento de Amanda durante sua internação em uma clínica de reabilitação.
Beto (Rodrigo Garcia) – Traficante responsável por apresentar as drogas para Amanda.
Anjo (Mariah Teixeira) – Parceira de Beto no tráfico de drogas.
Eugênio (Antonio Negrini) – Namorado de Júlia.