Pequena África: local de acolhimento e proteção em 'Nos Tempos do Imperador'

Divulgação Globo/Victor Pollak

Em 'Nos Tempos do Imperador', próxima novela das seis, totalmente inédita, que estreia no dia 9 de agosto, a Pequena África é o reduto de negros livres e fugitivos que precisam de proteção. Vivendo nos zungus, habitações coletivas, os moradores se ajudam e mantêm costumes e cultos religiosos. Na trama, escrita e criada por Alessandro Marson e Thereza Falcão, e com direção artística de Vinícius Coimbra, um núcleo de personagens importantes viverá no local, pois é ali que o protagonista Jorge / Samuel (Michel Gomes) é recebido quando chega ao Rio de Janeiro, após ser obrigado a fugir da fazenda em que morava.
 
Mesmo adaptado à cidade, ele vive o preconceito por ser negro, através dos olhares das pessoas da cidade. Nessa época, muitos negros passavam por maus tratos e, para a maioria, a única chance de sobrevivência era a fuga, mesmo que arriscada. Como se não bastasse isso, Samuel sofre ainda com a patrulha exagerada do policial Borges (Danilo Dal Farra), com quem tem um mal-entendido logo nos primeiros dias na capital. Na ocasião, o jovem deixa o documento que o define como homem livre cair no chão, e o policial alega que um negro sem emprego e sem documento deve ser preso por vadiagem. 
 
A abordagem ríspida é presenciada por Dom Olu (Rogério Brito), considerado o Rei da Pequena África. Muito respeitado por Dom Pedro II (Selton Mello), ele interfere na discussão e afirma que Jorge é um dos moradores do local. Diante disso, o policial o solta, mas não vai desistir de prejudicá-lo. 
 
A partir desse momento, Dom Olu apresenta a Pequena África ao mais novo cidadão do Rio de Janeiro. Lá também fica localizado o Cais do Valongo, por onde chegavam os navios com os negros vindos da África, e depósitos movimentados por causa do café, que empregavam a maior parte dos homens. Assim que Jorge / Samuel revela tudo sobre seu passado, inclusive a mudança de identidade, Dom Olu faz o convite para que ele more no local com sua família: a esposa Cândida (Dani Ornellas) e a filha, Zayla (Alana Cabral / Heslaine Vieira).
 
Além de conseguir um lugar para abrigá-lo, eles ainda lhe arranjam um trabalho como entregador, ajudando a vizinha Abena (Mary Sheyla), que é lavadeira e esposa de Balthazar (Alan Rocha), seu mais novo amigo. Nas andanças pela cidade, Jorge / Samuel encontra uma viola e decide consertá-la. Com um talento nato e autodidata para a música, faz uma parceria com Balthazar e, juntos, começam a ganhar dinheiro com a arte. 
 
A Pequena África real
 
A região carioca Pequena África, no centro do Rio de Janeiro, passou a ser conhecida por este nome no começo do século XX, nas obras de Heitor dos Prazeres. Atualmente, é uma área composta pelos bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, desde a Praça Mauá até a Cidade Nova, na região portuária do Rio de Janeiro. No local, onde havia pessoas escravizadas que foram alforriadas e comunidades quilombolas, hoje existe a Pedra do Sal e o Cais do Valongo, construído em 1811 e localizado na Zona Portuária da cidade.
 
O Cais tem o título de Patrimônio Histórico da Humanidade pela UNESCO desde 2017, por ser o único vestígio material da chegada dos africanos escravizados. Ele operou por 20 anos, até a proibição do tráfico de pessoas escravizadas. Lá era local de desembarque e comércio dos que vinham da África para as Américas. Em 1843, com a chegada de Teresa Cristina, que em ‘Nos Tempos do Imperador’ será vivida por Leticia Sabatella, para o casamento com o Imperador Dom Pedro II, interpretado por Selton Mello, passou a chamar-se Cais da Imperatriz. 
 
Para os autores, Alessandro Marson e Thereza Falcão é importante trazer a história dessa região tão pouco conhecida pela sociedade e resgatar a cultura africana. “O papel da Pequena África dentro dessa novela é mostrar esse reduto, de pessoas livres e cúmplices entre si. Ali, havia negros de várias nacionalidades africanas. E esse encontro era algo muito poderoso para se tentar manter uma identidade, no momento em que tudo o que não se queria era uma identidade negra”, destaca Thereza.
 
Nos Tempos do Imperador’, a próxima novela das seis, é criada e escrita por Alessandro Marson e Thereza Falcão, com Julio Fischer, Duba Elia, Wendell Bendelack e Lalo Homrich e tem direção artística de Vinícius Coimbra, direção geral de João Paulo Jabur e direção de Guto Arruda Botelho, Alexandre Macedo, Pablo Müller, Joana Antonaccio e Caio Campos. A direção de gênero é de José Luiz Villamarim e a novela estreia no dia 09 de agosto de 2021. 

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