Alessandro Brandão comenta caracterização para viver a Chefe da boate em 'Quanto Mais Vida, Melhor'

Divulgação Paulo Belote/Globo

A boate Pulp Fiction é o centro nervoso de 'Quanto Mais Vida, Melhor'. Entre as atrações que passam pelo palco estão as dançarinas de pole dance lideradas por Flávia (Valentina Herszage) e Cora (Valentina Bandeira) e a dupla formada por Murilo (Jaffar Bambirra) e Vanda (Ana Hikari). A trupe é comandada pela Chefe (Alessandro Brandão). Ela é quem dá o tom às noites da boate mais animada da Tijuca na novela, e quem escala o elenco que se apresenta por lá. A chefe tem dois figurinos. Um mais comportado, mas não menos estiloso para o dia, e outro mais glamuroso paras as horas em que a Pulp Fiction está a pleno vapor.

O espaço ainda conta com a dupla de gêmeos Neco (Carlos Silberg) e Leco (André Silberg), que faz a segurança do local, e, às vezes, de dançarinos também. Muito atrapalhados, os irmãos de Cora não levam muito jeito para o crime organizado. Com certeza, fariam mais sucesso como tiktokers, pelo talento com dança de rua. Ao longo dos capítulos, o elenco do pole vai mudar, assim como o da banda vai crescer e o espaço vai ser cenário de muitas confusões quando Roni (Felipe Abib) sair da cadeia e transformar a Pulp Fiction no seu bunker. Na entrevista abaixo, Alessandro Brandão comenta o que esperar de sua personagem nesse espaço babadeiro da trama.

Como você define a Chefe?
Uma pessoa que não tem medo de se experimentar no mundo, que não se prende a padrões. Que flui entre os gêneros. Uma pessoa muito amorosa, que valoriza as amizades e os encontros.

Como foi seu trabalho para criar essa personagem? Em que se inspirou?
Eu tenho uma experiência já há bastante tempo com a vivência drag. Eu sou a Nina da dupla Sara e Nina, faço esse trabalho desde 2014. Essa vivência drag surgiu da necessidade de, enquanto artista, falar sobre questões que sempre me deixaram alerta. Então ao começar a criar a chefe busquei primeiro nas minhas experiências pessoais, depois comecei a prestar atenção em outras pessoas, outros artistas drags e não drags, como cada um tem sua própria vivência. Cada pessoa lgbtqia+ tem histórias distintas e únicas. Isso foi importante para mim, ficar atento a meus amigos próximos. Porque mesmo sendo uma pessoa LGBTQIA+, sei que é sempre muito delicado falar sobre nós, somos muitos numa mesma sigla, não se pode generalizar nem ser leviano com cada indivíduo. Mas eu também busquei referências em artistas como Ney Matogrosso, David Bowie, Boy George, RuPaul, também na ficção como Jack Sparrow. Queria trazer pra chefe uma personalidade e uma imagem não-binária. A chefe é uma pessoa livre, fluida, e é uma drag queen, e quando não está montada, ela é uma bicha que flui pelos estereótipos femininos e masculinos como quer, sem se definir ou identificar completamente com um.

Fala um pouco do figurino da chefe?
O figurino da Chefe é lindo, sejam as peças de show ou as cotidianas. É tudo muito arrojado, tudo muito cheio de fluidez, vai além de gênero. O percurso dela na trama é lindo, ela traz amorosidade para o núcleo da Pulp Fiction. Tem muito show, muita dança, ela canta, ela faz pole, ela faz vogue. Ela ajuda a Betina (Carol Garcia), a Flávia (Valentina Herszage). Ela, inclusive, desperta o amor de alguém muito especial na trama.

Qual a importância de sua personagem na trama?
Ela tem uma importância social enorme. É uma personagem muito bonita. A gente se esforçou muito para que ela fosse realmente uma drag queen, uma coisa meio David Bowie. Traz essa fluidez e essa visibilidade para a comunidade lgbtqia+. Sei que isso é importante para que a gente tenha outras referências. Ela é verdadeira, sem grandes dramas, com muito amor e muita comicidade. Trazer isso para a novela das sete é muito importante. Passamos já por esse momento do peso LGBT e agora já é o amor, a inclusão.

Conta quando começa seu envolvimento com o universo drag, quando passou a interpretá-las? como surgiu essa ideia?
Entre 2012 e 2014, eu e Gabriel Sanches, que também está na novela, tínhamos um grupo de pesquisa em teatro e dança e na nossa pesquisa começamos a falar muito sobre questões de gênero e sexualidade. E essa pesquisa nos levou a expressão drag. Eu, durante minha carreira de ator e bailarino, interpretei muitas personagens femininas. Em várias peças e vários balés de repertório. Mas sempre protegido pelo teatro, estar em drag me trouxe uma experiência muito potente. Porque a drag está no mundo, eu experiencio o mundo como drag, e isso é uma experiência artística e pessoal. E trago tudo para o meu trabalho de ator. Porque é importante ressaltar que a chefe é uma personagem, ela não é a Nina. A Nina é a Drag do Alessandro, a chefe é uma personagem, que é drag, mas que o ator Alessandro interpreta. 

‘Quanto Mais Vida, Melhor!’ é um convite a uma viagem por um mundo divertido e lúdico, com estreia prevista para novembro. A próxima novela das sete é criada e escrita por Mauro Wilson, com direção artística de Allan Fiterman. Escrita com Marcelo Gonçalves, Mariana Torres e Rodrigo Salomão, direção geral de Pedro Brenelli e direção de Ana Paula Guimarães, Natalia Warth, Dayse Amaral Dias e Bernardo Sá. No elenco, estão nomes como Vladimir Brichta, Giovanna Antonelli, Mateus Solano, Valentina Herszage, Elizabeth Savala, Marcos Caruso, Ana Lucia Torre, Mariana Nunes, Bárbara Colen, entre outros. A produção é de Raphael Cavaco e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.

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