''Tá Rindo de Quê?'': O humor brasileiro em tempos de repressão

Agildo Ribeiro em entrevista para o filme “Tá Rindo de Quê? - Humor e Ditadura”
Divulgação Curta!

Fazer rir em tempos de censura, tortura e perseguições políticas. Essa era a nobre missão de comediantes brasileiros que atuaram durante a ditadura militar. Dirigido por Cláudio Manoel, Álvaro Campos e Alê Braga, o documentário “Tá Rindo de Quê? - Humor e Ditadura”, que chega ao Curta!, conta a experiência desses artistas que fizeram do riso sua arma contra a repressão. O filme também está no Curta!On - Clube de Documentários, disponível na ClaroTV+ e em CurtaOn.com.br. Novos assinantes têm acesso gratuito por sete dias.

A narrativa do filme se costura através de diversos depoimentos de quem vivenciou a época, apresentando diferentes experiências e oferecendo um panorama bastante aberto para quem assiste. Entre os depoentes, estão comediantes como Ary Toledo, Agildo Ribeiro, Bemvindo Siqueira, Carlos Alberto de Nóbrega, Patrícya Travassos, Regina Casé e Eliezer Mota; os cartunistas Chico Caruso, Jaguar e diretores como Daniel Filho e Hamilton Vaz Pereira.

São, portanto, muitas as histórias de quem ousou fazer comédia em um cenário tão sombrio. “Eu fui preso três vezes porque desobedeci a ordem da censura. (...) Meu show estava chegando ao fim e eu falei: ‘Não posso falar tudo o que eu tenho vontade e vocês sabem por quê. Eu estou jogando com as armas que eu tenho e, como diz o ditado, quem não tem cão caça com gato e quem não tem gato caça com ato’. E aí me levaram preso”, relembra Ary Toledo.

A produção apresenta as diferenças entre as abordagens feitas pelos artistas do humor – desde o mais ácido e político, ao mais jocoso e experimental. Traz ainda formatos diversos, como revistas, jornais, peças de teatro e programas de TV; além de percorrer os quase 30 anos da ditadura militar e suas diferentes fases do regime, dos anos mais duros à abertura política.

O documentário relembra, por exemplo, a Revista Pif-Paf. Lançada por Millôr Fernandes em 1964, e composta por um time que incluía cartunistas como Jaguar e Ziraldo, teve apenas oito edições até que os autores desistiram de dar continuidade devido à perseguição que sofreram. Também destaca o resistente “O Pasquim”, jornal semanário que “sobreviveu” a prisões de seus integrantes e ataques à bomba, mas que fazia tremendo sucesso à época.

Para além deles, o filme relembra de programas de TV que ora burlavam a censura, ora se dedicavam apenas ao riso em tempos sisudos. Entre eles, os televisivos de Jô Soares e Chico Anysio, além d’Os Trapalhões. Em meados dos anos 1970, uma companhia de teatro marcaria a história do humor brasileiro dali em diante: o “Asdrúbal Trouxe o Trombone”, que revelou talentos como os atores Regina Casé, Evandro Mesquita e Luís Fernando Guimarães e o diretor Hamilon Vaz Pereira. A estreia é na Sexta das Sociedade, 23 de setembro, às 22h20.

Ancestralidade é tema de novo episódio de “Estados da Arte”, com artistas do Norte e Nordeste

A ancestralidade como inspiração é o tema de episódio inédito da segunda temporada de “Estados da Arte”, série dirigida por Eduardo Goldenstein, que vem sendo exibida no Curta! com exclusividade. Nesta temporada, o foco são as experiências e as obras de artistas do Norte e do Nordeste do Brasil e, neste capítulo, foram convidados: Tiago Sant’ana (BA), José Rufino (PB), Gê Viana (MA), Gustavo Caboco (RR). Os quatro, de certa forma, reinventam suas memórias ancestrais a partir do reencontro com suas origens indígenas e africanas.

“Estados da Arte” é dividida em 13 episódios temáticos: Insurgências, Ancestralidade, Floresta, Alegorias, Fé e Religiosidade, Fabulações, Migrações, Corpos, Outras Geometrias, Grafismos, Materialidades, Pedagogias e Oralidades/Sonoridades. Estarão disponíveis no Curta!On – Clube de Documentários no dia seguinte à estreia no canal Curta!. Novos assinantes têm sete dias para desfrutar da plataforma gratuitamente. A série foi produzida pela Aion Cinematográfica e pela Caboré Produtores Associados, e viabilizada pelo Curta! A estreia do episódio é na Quarta do Cinema, 14 de setembro, às 23h30.

Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 19/09

22h – "Nelson Freire” (Documentário)

O documentário acompanha a rotina do pianista mineiro Nelson Freire na intimidade de sua casa e em salas de concerto, desde o primeiro contato com os pianos desses locais até a recepção dos admiradores no camarim. A singularidade do filme está na ausência de depoimentos sobre Nelson. Não há testemunhos de amigos ou parentes, de outros músicos, de críticos e nem de admiradores. A exceção é a renomada pianista argentina Martha Argerich, que manteve com Nelson — morto em 2021 — uma amizade de mais de quatro décadas. Em foco, está a intimidade do artista, que surgiu como menino-prodígio no interior de Minas Gerais e se tornou um dos mais consagrados pianistas clássicos da atualidade. “Nelson Freire” foi filmado no Rio de Janeiro, em São Paulo, na França, na Bélgica e na Rússia, entre maio de 2000 e agosto de 2001. Diretora: João Moreira Salles. Duração: 107 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 20 de setembro, terça-feira, às 2h e às 16h; 21 de setembro, quarta-feira, 10h; 24 de setembro, sábado, às 22; 25 de setembro, domingo, às 15h45.

Terça das Artes (Visuais, Cênicas, Arquitetura e Design) – 20/09

20h – ''Estados da Arte'' (Série) – Ep. ''Ancestralidade''

A reinvenção das ancestralidades a partir do reencontro com as origens indígenas e africanas. Direção: Eduardo Goldenstein. Duração: 88 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 21 de setembro, quarta-feira, às 0h e às 14h; 22 de setembro, quinta-feira, às 08h; 24 de setembro, sábado, às 20h;

Quarta de Cinema (Filmes e Documentários de Metacinema) – 21/09

23h30 – ''Grandes Cenas'' (Série) – 2ª Temporada- Ep.: ''Benzinho''

O diretor Adirley Queiroz relembra a empreitada de “Branco Sai, Preto Fica” (2014). O cruzamento entre ficção e documentário está proposto já na cena de abertura, quando Marquim relembra e reflete sobre o que aconteceu na fatídica batida da polícia no baile do Quarentão, nos anos 1980. Direção: Ana Luiza Azevedo e Vicente Moreno. Duração: 20 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 22 de setembro, quinta-feira, às 3h30 e 17h30; 23 de setembro, sexta-feira, às 11h30; 24 de setembro, sábado, às 20h30; 25 de setembro, domingo, às 10h30.

Quinta do Pensamento (Literatura, Filosofia, Psicologia, Antropologia) – 22/09

23h – “A Influência da Geração Beat” (Documentário)

Saiba como a amizade de Jack Kerouac, Allen Ginsberg e William Burroughs originou o movimento literário da Geração Beat. Do início em Nova York, no final da Segunda Guerra Mundial, até o fim, 15 anos depois, com a publicação de "Howl" (Ginsberg), "On the Road" (Kerouac) e "Naked Lunch" (Burroughs). O trio criticou a literatura, lançou as sementes da contracultura e influenciou o estilo de vida das gerações que viriam depois.  Direção: Xavier Villetard. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 23 de setembro, sexta-feira, às 03h e às 17h; 25 de setembro, domingo, às 19h45.

Sexta da Sociedade (História Política, Sociologia e Meio Ambiente) – 23/09

22h20- “Tá Rindo de Quê?” (Documentário)

No período da ditadura militar, mesmo com toda a brutalidade, truculência e obscurantismo inerentes aos regimes de exceção, muita gente fez rir. O humor serviu como arma de resistência, mas também como válvula de escape, criou formas de driblar patrulhas e censuras, revolucionou linguagens, criou, debochou, divertiu, foi perseguido, proibido, encarcerado e, ainda bem, riu por último. Direção: Alê Braga, Claudio Manoel e Álvaro Campos. Duração: 85 min. Classificação: 12 anos. Horários alternativos: 24 de setembro, sábado, às 02h20 e às 14h15; 25 de setembro, domingo, às 20h45 e às 15h; 26 de setembro, segunda-feira, às 16h20; 27 de setembro, terça-feira, às 10h20.

Sábado – 24/09

19h30 – ''Segundo Take'' (Série) – Ep.: ''Guerra Conjugal, com Fellipe Barbosa''

Neste episódio de Segundo Take, o diretor Fellipe Barbosa homenageia um dos seus diretores de cinema mais queridos, Joaquim Pedro de Andrade, nome marcante do Cinema Novo. O filme escolhido para a recriação foi “Guerra Conjugal”, de 1974. Para a nova cena, Fellipe convidou os atores Ittala Nandi e Edwin Luisi. Um detalhe importante: Ittala Nandi foi quem viveu o mesmo papel na versão original do filme. Já Edwin Luisi encena o papel que antes foi de Lima Duarte. Direção: Julia de Simone. Duração: 26 min. Classificação: 12 anos Horários alternativos: 25 de setembro, domingo, às 09h30.

Domingo – 25/09

22h30 – "Som, Sol e Surf - Saquarema'' (Documentário)

Em 1976, um grande show de rock, chamado "Som, Sol & Surf", aconteceu na praia de Itaúna, em Saquarema. Durante três dias, uma multidão de jovens, muitos acampados na praia, curtiu a música de Rita Lee, Ângela Ro Ro (sua primeira apresentação) e Raul Seixas, entre outros. São imagens raras com shows antológicos, assim como os costumes e práticas sociais da juventude daquela época em um país regido pela ditadura militar. O diretor Helio Pitanga resgata esses dias de rock and roll e de surf. Direção: Helio Pitanga. Duração: 80min. Classificação: Livre.  

Anderson Ramos

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