Elenco comenta a segunda temporada de 'Aruanas', que estreia na próxima terça na Globo

Divulgação Globo

A luta pelo direito fundamental de respirar um ar puro parece cotidiana e fruto de uma causa perdida, mas não para todos. Para as ativistas da fictícia ONG Aruana, essa é uma guerra que não chegou ao fim. Se na primeira temporada de ‘Aruanas’ Natalie (Débora Falabella), Luiza (Leandra Leal), Verônica (Taís Araujo) e Clara (Thainá Duarte) foram apresentadas ao público no combate contra crimes ambientais que aconteciam na Amazônia, nesta segunda leva de episódios, que estreia na próxima terça-feira (9), na TV Globo, depois de ‘Encantado’s’, o quarteto volta em uma nova configuração, enfrentando outros grandes e importantes obstáculos que impactam diretamente a vida de todo o planeta. O desafio agora é contra uma epidemia silenciosa, que faz milhares de vítimas precoces ao redor do mundo e custa bilhões a economias internacionais: a poluição urbana.

A nova temporada começa com a ONG enfrentando uma série de problemas, entre eles, uma grave crise financeira. Toda essa fragilidade teve origem em uma ruptura no grupo de amigas que encabeçam a entidade: Verônica (Taís Araújo) agora está afastada em função do envolvimento com Amir (Rômulo Braga), o ex-marido de Natalie (Débora Falabella). Sabendo que nada pode ser maior que a urgência em salvar o planeta, a dupla Natalie e Luiza (Leandra Leal) precisa se reinventar e criar estratégias para manter a entidade funcionando. Recebem, então, a ajuda financeira de Théo (Daniel de Oliveira). Filho de família rica e tradicional, dona de um frigorífico, Théo propõe inovações à organização, mas acaba instaurando um clima de desconfiança no grupo. E Théo é apenas uma das figuras que cruzarão o caminho das ativistas.

Mesmo fragilizadas, as Aruanas têm de ser ágeis diante da informação de que o governo está prestes a aprovar, em Brasília, uma Medida Provisória para isentar as empresas petroleiras em mais de R$ 1 trilhão em impostos. A ameaça desencadeia uma série de ações na Aruana, entre elas uma investigação na cidade fictícia de Arapós, um grande polo petroquímico que, após uma tragédia ambiental, foi transformada em símbolo de sustentabilidade urbana, sob a administração do prefeito Enzo (Lázaro Ramos). O que o grupo descobre, no entanto, é que, por trás dessa aura de cidade-modelo, pode haver um mistério decisivo para impedir a aprovação da emenda.

Nesta luta, Natalie e Luiza correm risco de morte e enfrentam adversários, como a lobista Olga (Camila Pitanga), que volta mais intensa e incisiva, com uma nova cartela de clientes e interesses. Um deles é Robert Johnson (Joaquim de Almeida), investidor estrangeiro e representante do setor petroleiro, Vito Neri (Cacá Amaral), empresário e proprietário da Petroclima, e Franco (Marcelo Laham), líder do Senado. A força da união feminina será o maior trunfo diante das tentativas de calar suas vozes.

‘Aruanas’ é um original Globoplay, desenvolvido pelos Estúdios Globo em coprodução com a Maria Farinha Filmes. A segunda temporada da série é criada por Estela Renner e Marcos Nisti, escrita por Estela Renner, Marcos Nisti e Carolina Kotscho. A obra tem direção artística de André Felipe Binder e direção de Mariana Richard. A produção é de Isabela Bellenzani (TV Globo) e Mariana Oliva (Maria Farinha). A direção de gênero é de José Luiz Villamarim.

Entrevista com Débora Falabella 
 
O que você pode nos adiantar sobre a Natalie nesta segunda temporada? 
Eu acho que os conflitos pessoais da Natalie estão muito maiores nesta segunda temporada. Ela vem de uma primeira temporada onde acaba rompendo uma amizade e uma parceria com a Veronica, se sobrecarrega na Aruana e ainda tem alguns conflitos com a personagem da Leandra Leal, a Luiza, por conta disso tudo, porque a relação fica um pouco desequilibrada quando a Veronica fica afastada. Acho também que outro motivo são os problemas emocionais que a Natalie não resolveu e que o público acompanhou durante a primeira temporada. Eles vêm de uma forma muito forte, porque entram em contato com o que ela vai viver nesta nova fase. Ela presencia uma cena muito forte e vai lidar com uma história também muito forte na sua investigação, e eu acho que tudo isso amplifica esse estado emocional mais afetado da personagem. Mas, mesmo assim, ela, como profissional, segue na luta pelos seus ideais e de uma maneira muito séria. Então fica essa Natalie que leva muito a sério a sua vida profissional e os seus ideais, mas, ao mesmo tempo, está passando por uma dificuldade emocional muito grande. 
 
De fato, a personagem não se livra de seus traumas do passado nesta segunda fase e parece que ela precisa lidar com essas questões ainda mais intensamente, ao mesmo tempo, em que vive um processo de autodescobrimento. Você acha que ela está mais fragilizada ou mais corajosa? 
Eu não acredito que ela esteja mais fragilizada. Eu acho que a Natalie está vivendo um pouco o seu limite. Acho que nessa temporada ela lida com essa fragilidade de uma forma mais forte e talvez um pouquinho autodestrutiva. Mas acredito que é porque ela está querendo se conhecer e entender todo o sofrimento que passou, então acho que agora a personagem está mais forte e até mais humanizada. Eu já gostava muito da história da Natalie, achava uma personagem muito sensível, mas esse descontrole que ela acaba tendo nessa segunda temporada me atrai muito também. Eu acho muito humano.  
 
Entrevista com Leandra Leal 
 
Na sua opinião, como você avalia a Luiza nesta segunda temporada? 
A Luiza continua movida pelos seus ideais, é uma mulher corajoso e destemida. A ONG Aruana está sem a Veronica, então ela e Natalie estão liderando a equipe sozinhas, o que provoca uma mudança de postura nas duas, gerando conflitos. Ela tem muita dificuldade em equilibrar a sua vida pessoal com o trabalho e acaba se sacrificando mais uma vez. 
 
Na primeira temporada você defendeu a importância de trazer à tona os crimes ambientais que acontecem na Amazônia e a luta de tantos ativistas ao redor do mundo. Nesta nova fase, o desafio é outro e está ligado a uma tragédia silenciosa e comum a muitos centros urbanos, a poluição do ar. Você acha que o público vai sentir um impacto maior nesta segunda fase? 
Acho que, mais uma vez, a série acertou muito na escolha do tema.  A poluição do ar é uma consequência grave do nosso modelo de desenvolvimento urbano, algo insustentável e que precisa ser repensado. 
 
Entrevista com Taís Araujo 
 
Como a Verônica chega nesta segunda temporada?  
A Verônica segue muito machucada por conta do que aconteceu no final da primeira temporada: a ruptura com a Natalie e a saída dela da Aruana. Então, a personagem agora se mostra bem fortalecida profissionalmente, mas muito frágil na esfera íntima.  
 
A personagem se envolveu com o marido da Natalie (Debora Falabella) e isso quase acabou com a ONG Aruana, porque grande parte da força das protagonistas está na confiança e na amizade entre elas. Apesar disso, o time da Aruana, como um todo, parece mais maduro nesta segunda fase. Como você avalia o relacionamento delas neste novo momento? 
Sem dúvida alguma, esse fato abalou as estruturas da ONG. Aruana foi fundada nesses três pilares: Natalie, Luíza e Verônica. Se você tira um pilar... Elas tiveram que dar um ajuste ali. E realmente o time está mais maduro. Engraçado o que acontece nas séries, né?  O tempo conta muito. O tempo da vida real acaba ajudando na dramaturgia e na ficção, e a gente usa isso a nosso favor. Em ‘Aruanas’, está todo mundo mais amadurecido porque a ruptura da Veronica com a Natalie e com a ONG não fez com que ela rompesse com o André e com o Falcão, por exemplo. Nem mesmo com a Luíza. 
 
Entrevista com Thainá Duarte
 
Qual é a sua percepção sobre a Clara nesta segunda temporada?    
Vejo Clara mais segura de si, ponderando mais antes de tomar atitudes, sem deixar de seguir o coração. Ela começa a temporada com uma função bem estabelecida dentro da ONG, deixando de lado o cargo de estagiária. Admiro muito a força que a personagem carrega para lutar pelo que acredita, sempre em constante movimento. Assim como na primeira temporada, vejo nela uma grande força de empatia, o olhar dela para o próximo faz com que a Clara se deixe penetrar pelas histórias individuais de cada um que cruza o seu caminho. 
 
A Clara vai passar por algumas turbulências em sua vida pessoal, logo quando deixa de ser estagiária para virar uma verdadeira ativista ambiental. Isso pode dar a entender que ela ainda não é madura o suficiente para ser uma Aruana?   
Acredito que as turbulências da vida é que nos trazem maturidade, e as situações que Clara passou na primeira temporada fizeram também com que a personagem crescesse ainda mais. Um dos pontos mais fascinantes de ‘Aruanas’ é mostrar a vida desses ativistas sem deixar se humanizá-los, mostrando seus conflitos pessoais, suas dúvidas, medos e receios e como esses conflitos podem servir de motor pra que desempenhem o trabalho deles. Retratar os personagens de ‘Aruanas’ como indivíduos que enfrentam conflitos e ainda assim prestam o serviço de lutar por um mundo melhor aproxima o público da ideia de que ele também pode se posicionar, de que todos podemos ser agentes transformadores da realidade.

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