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O que era para ser uma aventura romântica de um casal de jovens apaixonados se transformou em tragédia. Um crime perverso, que provocou choque e revolta em todo o Brasil. O cruel assassinato de Liana Friedenbach e Felipe Caffé, cometido pelo então menor Champinha (na época com 16 anos) e seu bando, está no nono episódio do Doc Investigação, disponível no PlayPlus a partir deste domingo (25/02).
Pouco mais de 20 anos depois do crime, a equipe do Doc Investigação volta à região onde tudo aconteceu e refaz os passos dos adolescentes e os trajetos do bandido. A repórter Thais Furlan, acompanhada por um guia local, consegue chegar ao cativeiro em que Champinha manteve Liana presa, antes de acabar com a vida da menina.
''Nenhuma equipe de jornalismo esteve aqui antes, nem a polícia'', diz Arnaldo Candide, guia e morador da área, enquanto acompanha Thais por uma trilha fechada, com muitos obstáculos, até chegar ao ponto onde o psicopata se escondia.
Momentos de terror
Em novembro de 2003, Felipe, de 19 anos, e Liana, de 16, resolveram acampar em Embu-Guaçu, uma área rural na Grande São Paulo. Mas o final de semana de sonho virou pesadelo quando Champinha e Pernambuco abordaram o casal em tom ameaçador.
Desesperada, Liana pediu que os bandidos não os matassem, disse que o pai tinha dinheiro e podia pagar pelo resgate. Os criminosos se empolgaram com a ideia e levaram os dois para um cativeiro. Mas ali estava só começando o calvário dos jovens namorados.
Cruéis, os criminosos estupraram Liana, enquanto Felipe, no quarto ao lado, ouvia tudo. “Ela foi violentada, estuprada, efetivamente, pelo Champinha, e pelo Pernambuco. Eles fizeram um revezamento em relação à Liana”, diz o Procurador de Justiça, Norberto Joia.
No Doc Investigação, Thais Furlan volta à essa casa onde os jovens passaram a primeira noite de terror e mostra como está o imóvel hoje.
Menos de 24 horas após o sequestro, Pernambuco executou Felipe com um tiro na nuca. Após a execução, o matador resolveu fugir.
Crueldade e violência
Champinha manteve Liana como refém, e passou a praticar constantes abusos contra ela, além de circular com a moça pela região e apresentá-la como namorada. Descontrolado, ele ainda ofereceu a jovem, que foi estuprada, também, por colegas dele.
''Ele foi muito cruel. Além de espancar, morder, estuprou a Liana várias vezes ao dia. E pegava os comparsas dele e fazia estuprar Liana na frente dele. Chegou em um ponto de ser tantas vezes estuprada
pelo Champinha e pelos comparsas que ela falou: ‘eu não aguento mais, me mate, por favor''', revela a psiquiatra forense Hilda Morana, à equipe do Doc Investigação.
Três dias após o sequestro, Champinha assassinou Liana com dezenas de golpes de facão.''Ele passou a desferir os golpes de peixeira, freneticamente, nas costas, no peito. No primeiro golpe que atingiu o pescoço da Liana, ela teria se voltado de frente para ele e ele passou, então, a esfaqueá-la no tórax, pescoço, cabeça'', descreve o ex-delegado Silvio Balangio Júnior.
A dor dos pais
Os corpos de Liana e Felipe só foram encontrados oito dias após o desaparecimento dos jovens. E não demorou muito para a polícia prender todos os envolvidos no fato bárbaro.
Duas décadas após o crime, os pais de Liana e Felipe seguem com uma ferida irrecuperável. ''Nem em um filme de terror pensariam num enredo tão punk. Não tem perdão. Com muita dor eu falo: que alívio
que ela morreu, porque passando o que ela passou, não acho que alguma terapia no mundo pudesse trazer ela em condições mínimas de viver'', desabafa Ari Friendenbach.
''Você começa a desacreditar de tudo no ser humano, porque o que foi feito, um ser humano não faz. Aquilo é animalesco. A dor é muito grande, e você não sabe como administrar isso. O filho que você
vê brincando, alegre, sorrindo... De repente, interrompe a vida dele, nós não estamos preparados para isso... Eu, pelo menos, não estava'', diz Reinaldo Caffé, emocionado.
O nono episódio do Doc Investigação - O Caso Champinha, será disponibilizado com exclusividade pelo PlayPlus a partir deste domingo (25/02).