Foto Beatriz Oliveira |
Nesta terça-feira (13/2), Marcelo Tas conversa no Provoca com o humorista Claudio Manoel. No programa inédito, ele fala que atualmente todo mundo é veículo de comunicação, a diferença entra a palavra popular no Brasil e nos Estados Unidos, sobre o Bussunda, com quem trabalhou no Casseta & Planeta, e muito mais. Vai ao ar na TV Cultura, às 22h.
Manoel comenta a respeito da mudança dos veículos de comunicação. “Hoje todo mundo é veículo de comunicação (...) têm meninos com mais seguidores do que as redes de televisão (...) entrou no negócio, disputando audiência, patrocínio (...) então você não sabe direito o que a pessoa está emitindo por ela ou o que ela está emitindo para essa arquibancada, audiência hipotética (...) isso é novo, democrático, revolucionário”, diz.
Em outro momento da entrevista, o humorista comenta sobre as pessoas que falam em nome do povo. “Muita gente que fala em nome do povo, primeiro não tem nem ideia do que o povo consome e, muitas vezes, não gosta (...) o popular aqui é algo que tira valor, e nos Estados Unidos é totalmente ao contrário, é pop”, explica.
‘Ninguém falou mal do Bussunda?’ Fale alguma coisa mal do Bussunda para mim", brinca Tas. “Teve um incidente uns 10 dias antes dele morrer, que ele estava com uma coisa que não deu importância e algumas pessoas falaram que ele escondeu e ele disse que não, que era uma ferida no braço. Aí a ferida infeccionou e ele começou a esconder porque não queria atrapalhar o trabalho. Até que não deu jeito, precisou ir para o hospital, ficou dois dias suspenso por septicemia, com risco de amputar o braço (...) a pedido do produtor, eu cheguei e falei com a galera para não esconder doença, que tá todo mundo no mesmo time, se alguém tiver alguma coisa, fala antes de ficar grave, porque a gente não pode ter mais nenhum desfalque (...) e o Bussunda, que era o Buda, nunca tinha visto ele falar assim, disse: ‘tá maluco, meu irmão?, aqui é Copa do Mundo, você vai perder Copa do Mundo porque machucou o joelhinho? Vou logo dizendo para todo mundo: eu escondo sim’. Aí eu disse: ‘vou logo dizendo para todo mundo: eu falei’”.
Manoel continua contando sobre como foi o dia da morte do parceiro. “Ele passou mal em um jogo de futebol, era verão lá, já era 8 da noite, mas estava sol ainda e aí fomos dormir. Só que antes de dormir, às 11 horas da noite, eu decidi ligar para o quarto dele, eu nunca fiz isso na vida, e falei: tá tudo bem? ‘Se me deixarem dormir vai ficar', respondeu. Porque estava todo mundo ligando para ele. Aí eu fui dormir e aconteceu o que aconteceu. Eu soube depois que ele desceu às 6h30 da manhã (...) tinha passado mal a noite toda. Ele disse ao diretor de fotografia: ‘comi demais, fiquei com uma náusea, gases, não passei bem’. E ele falou: ‘tu não está legal não, vamos chamar o médico’. E Bussunda disse: ‘vamos chamar o médico nada, eu não vou perder Copa do Mundo por causa de babaquice’ (...) ele passou a noite toda negociando com a dor e o desconforto em nome de não perder a Copa do Mundo. Se é para falar mal, isso eu fiquei com raiva’, conta.
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