TV Brasil repercute emergência humanitária na Terra Indígena Yanomami

Foto: Divulgação 

Um ano após a explosão da emergência humanitária na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, o programa Caminhos da Reportagem volta ao local para avaliar o que mudou nesse período. A produção inédita com uma perspectiva sobre a tragédia é apresentada pela TV Brasil neste domingo (25), às 22h.

Em sua nova temporada, a atração jornalística produzida pela equipe da emissora destaca avanços e desafios ao traçar um panorama sobre temas diversos relacionados ao cotidiano dos povos indígenas. A questão do garimpo ilegal é abordada bem como a estrutura de saúde e o acesso à água potável.

Especialistas afirmam que a situação é bastante completa. Apesar disso, há consenso sobre a necessidade do desenvolvimento de iniciativas de longo prazo para transformações sólidas na região com trabalho permanente e estrutural. A produção exclusiva do canal público pode ser assistida no app TV Brasil Play.

Queda extração ilegal

"A gente passava ali no sobrevoo e via as pessoas totalmente tranquilas dentro da terra indígena. Era como se fosse a casa delas. Hoje ainda tem garimpeiro lá dentro, mas você já percebe a mudança: eles não estão mais à vontade como estavam antes", afirma a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.

Ainda segundo o governo, a operação federal para expulsar garimpeiros do território Yanomami, que teve início em janeiro de 2023, provocou uma redução de 80% na extração ilegal. Mesmo com a melhora, a situação ainda exige muita atenção das autoridades.

Procurador da República em Roraima, Alisson Marugal avalia essa diminuição como "espetacular", mas faz ressalvas. "Essas operações contundentes perduraram até agosto, setembro, outubro, quando nós percebemos um enfraquecimento das ações. A partir daí, começaram a surgir denúncias de lideranças indígenas de que o garimpo estava retornando", pondera.

Os repórteres Ana Graziela Aguiar e Sigmar Gonçalves percorreram o território indígena a pé e de helicóptero para observar a realidade local. Os profissionais constatam avanços, mas ainda desafios. A estrutura de saúde, por exemplo, foi ampliada e o número de médicos na região aumentou. Já a água, em muitos pontos, segue contaminada pelo garimpo, o que abre caminho para doenças e desnutrição.

"Agora tem equipamentos e medicamentos. Antes, não tinha nem medicamento para febre. Mas a situação ainda está ruim, principalmente os casos de malária", alerta Junior Hekurari Yanomami, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana.

Importância das ações duradouras

Outro problema é a aliança entre garimpo e narcotráfico, o chamado narcogarimpo. "A partir de 2015, as facções do Sudeste romperam e vieram disputar o Norte", explica o professor Rodrigo Chagas, da Universidade Federal de Roraima.

O programa Caminhos da Reportagem revela que a agressividade dos criminosos chama a atenção. "Eles estão mais violentos agora. Os garimpeiros têm armamento, bebidas e drogas", relata o presidente da Associação Wanasseduume, Júlio Ye’kwana.

A produção jornalística realizada pela TV Brasil destaca a complexa questão. A necessidade de ações duradouras na região é consenso para evitar o advento de outros problemas e ameaças ao bem-estar dos povos indígenas que vivem na área.

"O presidente Lula determinou que a operação federal seja permanente em Roraima. O que o governo mais se preocupou é na transição de ação emergencial para estrutural. Tem que ser contínuo e permanente. Só assim a gente vai conseguir resolver anos e anos de violações de direitos", defende a presidente da Funai, Joenia Wapichana.

Anderson Ramos

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