Caminhos da Reportagem discute tecnologias inovadoras para uso do lixo

Foto: Divulgação TV Brasil

A edição inédita do programa Caminhos da Reportagem destaca iniciativas de negócios que utilizam o lixo como matéria-prima e fonte de renda neste domingo (26), às 22h, na TV Brasil. "O Valor do Lixo" é o tema da produção jornalística. O conteúdo pode ser visto no app TV Brasil Play.

A matéria especial apresentada pelo canal público revela diversas tecnologias inovadoras. Uma delas, desenvolvida pela Universidade de Brasília, permite a reciclagem de bitucas de cigarro, transformando-as em celulose e, consequentemente, em papel. Outra técnica mostrada pela atração converte isopor em uma massa modelável para consertos em metais e em madeiras.

O Caminhos da Reportagem ainda trata de assuntos relevantes como compostagem, resíduos orgânicos e reaproveitamento. Também discute o conceito de economia circular e explica a destinação correta do lixo eletroeletrônico por meio da reciclagem.

A produção ainda sinaliza que o país recicla apenas 4% de todos os resíduos sólidos que gera anualmente. Em 2022, o Brasil produziu cerca de 82 milhões de toneladas de lixo, o que corresponde a 224 mil toneladas por dia. Isso significa que cada cidadão produziu, em média, pouco mais de 1 quilo de resíduos por dia. Os dados são do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2022, publicação da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

Projetos inovadores e soluções para desafios complexos

O programa jornalístico Caminhos da Reportagem mostra histórias de empreendedores que investiram em projetos inovadores. A empresa baiana Reparô, criada por Luciana Luz e seu filho Lucas, desenvolve uma tecnologia que transforma isopor em uma massa modelável. A proposta é criar um material empregado para fazer reparos variados em materiais de diversas naturezas como metais e madeiras.

Para Juliana Borges, analista de competitividade do Sebrae, a Reparô é um exemplo de pequena empresa que encontrou uma solução inovadora para um desafio complexo. "A Reparô hoje ela está crescendo, tem buscado investidores, e eu acho que ela é uma das empresas que a gente vai se orgulhar muito de ser uma iniciativa brasileira na solução de problemas complexos, como a questão do isopor", afirma.

Já Marcos Poiato, dono da empresa Poiato Recicla, conta à equipe da atração que se interessou pela tecnologia há mais de dez anos e implementou uma usina de reciclagem de bitucas em Votorantim, no estado de São Paulo. Atualmente, ela atende a mais de 700 clientes ao recolher as pontas de cigarro, reciclar e fornecer a massa celulósica para aplicações variadas, como a produção de velas e papel reciclado.

Fernanda Romero, gerente de Políticas para Químicos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), ressalta a importância financeira da reciclagem de resíduos sólidos. "Uma vez adotadas as práticas de reuso, recuperação, reparo, remanufatura, a gente pode gerar um lucro líquido anual na ordem de 100 bilhões de dólares", explica.

Compostagem, resíduos orgânicos e reaproveitamento

A compostagem é abordada na pauta da TV Brasil. O Caminhos da Reportagem indica o método de coleta e a separação de resíduos orgânicos. O que é lixo para alguns serve matéria-prima para outros. O empresário Micael Cobelo, por exemplo, fez da compostagem de lixo orgânico o seu ganha-pão com a coleta em residências.

"A gente disponibiliza um kit para fazer a separação dos resíduos, que é um baldinho de 16 litros, mais uma sacola compostável, além de serragem para evitar o mau cheiro. E fazemos a coleta uma vez por semana. Depois da coleta, a gente leva para o nosso pátio de compostagem, onde utilizamos o método termofílico (que utiliza temperaturas elevadas para a decomposição dos materiais). Então a gente consegue compostar tanto cozidos, carnes, cítricos, que são matérias orgânicas não compostadas nos minhocários domésticos", esclarece Micael.

Andréa Almeida, chefe da Unidade de Medição e Monitoramento do Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU), explica que, de todo o quantitativo de resíduos sólidos gerados, aproximadamente 65% é de resíduos orgânicos, 25% de recicláveis (plástico, papel, vidro e alumínio) e 10% de rejeitos (papel higiênico, absorventes, fraldas e máscaras de proteção, entre outros).

A especialista ressalta a importância desse trabalho de reaproveitamento dos resíduos para o meio ambiente e a vida útil dos aterros sanitários. Ela aponta que, quanto menos lixo for enviado para os aterros, mais tempo eles duram, reduzindo a necessidade de criação de novos aterros.   

"Nós recebemos cerca de 500 toneladas por dia chegando no aterro sanitário. E esse material, se fosse segregado na fonte, na casa das pessoas, ele não chegaria ao aterro sanitário. Interessante dizer também que, por mais que você faça a separação, se você fizer ela incorreta, misturar o orgânico com o seletivo, você perde esse material. Ele vai chegar lá nos nossos catadores, no nosso centro de triagem, vai simplesmente passar pela esteira e ele vai como rejeito para o aterro sanitário. Ou seja, ele só passeou", conta Andréa.

Economia circular e reciclagem de eletroeletrônicos

A produção da emissora pública também ressalta a importância da reciclagem de eletroeletrônicos. Para mostrar os benefícios para o meio ambiente, o jornalístico acompanha um dos negócios da Programando o Futuro, no Distrito Federal.

Coordenador financeiro da Organização da Sociedade Civil que foi criada há 23 anos, inicialmente como um projeto de inclusão digital para jovens, Fábio Oliveira Paiva fala sobre a iniciativa no Caminhos da Reportagem. O negócio que era uma ideia para capacitar as pessoas se tornou um projeto dedicado à destinação correta do eletroeletrônico.

"No desenvolvimento do processo, a gente começou a receber doações de empresas, de órgãos públicos, e boa parte das coisas não tinham condições de funcionamento. Então, em vez de resolver um problema, ajudar as pessoas, a gente começou a criar um problema para nós mesmos. O que a gente vai fazer com esse tanto de equipamento que não tem serventia? Não pode jogar no lixo, não pode jogar na rua, o lixeiro não vai levar... e começou a acumular. Foi quando verificamos que parte desses equipamentos, que não têm condições de uso, têm um valor mensurado dentro deles, que podem ser revertidos para as atividades da entidade", conta Fábio.

Hoje, a empresa desmonta os equipamentos que não têm condições de uso, separa as partes de acordo com o material, e dá a destinação correta. Os plásticos, por exemplo, são triturados e vendidos para empresas que fazem a reciclagem desses materiais – serviço fundamental para estender a vida útil do plástico, evitando a retirada de mais petróleo da natureza.

A atração da TV Brasil destaca como a economia circular une o desenvolvimento econômico à sustentabilidade. A dinâmica ocorre por meio de novos modelos de negócios e da otimização nos processos de fabricação com menor dependência de matéria-prima virgem, priorizando insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis.

Anderson Ramos

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