'Estrela da Casa': Confira os próximos passos e música de Thália

Foto: Globo/ Paulo Belote

Ela entrou no reality aos 45 do segundo tempo, mas viveu e fez valer cada minuto de sua participação. No 'Estrela da Casa', Thália performou pela primeira vez em um palco e evoluiu muito artisticamente, mas também fez amizades verdadeiras, chorou e se emocionou. Agora, a cantora de Acari, no Rio de Janeiro, revela que está aberta ao mercado fonográfico e pronta para aproveitar as oportunidades que surgirem: “Quero ser uma artista de palco, mas também uma artista múltipla. Quero atuar, apresentar e deixar a arte fluir em todas as vertentes. Preciso me firmar como uma artista de palco e mostrar que sou uma boa aposta. E onde a arte quiser me levar, estou disposta”.
 
Na entrevista abaixo, Thália fala sobre as experiências que viveu no reality e reflete sobre os aprendizados que teve ao longo do confinamento. “Entender que eu mereço é algo difícil para mim. É uma construção que leva tempo. O programa me trouxe de volta a vontade de sonhar. Meu sonho era aparecer uma vez na televisão, e eu acabei aparecendo por quase dois meses na Globo! Também percebi que todos erram e que está tudo bem. O carinho das pessoas me mostrou que ser humana é o que aproxima as pessoas de mim”, conta ela.
 
Quais são os fatores que você acredita que tenham levado à sua eliminação? Foi mais a convivência ou o lado musical?
Acho que foi a convivência. Eu vi que os comentários em relação a mim são positivos quanto às minhas performances e à minha parte musical. Eu vi alguns comentários, por exemplo: “A Thália e a Mayarah são maravilhosas, tinham tudo para dar certo, pena que caíram no quarto errado”. Então, acredito que tenha sido muito essa questão da convivência mesmo.
 
Você ganhou duas vezes a prova Dono do Palco e venceu dois Workshops. Qual desses momentos foi o mais marcante e por quê?
Quando eu ganhei a primeira prova de Dono do Palco foi muito importante para mim porque foi uma prova de quebra-cabeça e eu gosto muito disso. E eu ganhei dinheiro, ganhei imunidade e pude cantar no Festival. Mas acho que nada se compara a eu ter conseguido participar da criação de uma música para a Taís Araújo e para o Lázaro Ramos. Esse foi um momento inesquecível. E aquele momento de ter conseguido conversar com a Taís, ter falado a importância da Taís na minha vida, a importância da família deles na minha vida. E ela me acolheu e me deu um beijinho na testa. Esse foi o maior momento do programa.
 
Você se emocionou em alguns outros momentos, como na oficina com o Suricato. Pode contar um pouco mais como foi?
Eu acho que dentro do programa a gente fica muito sensível, né? E eu consegui me reconectar com a arte de uma forma diferente nesse período. A gente nasce artista, sonha em ser artista por amor. E aí, quando a gente vê que a arte também é uma empresa, que a arte também é um mercado, e que em todos os mercados sempre temos dificuldades de estar, de entrar, a gente tira um pouco da magia. A oficina do Suricato me emocionou muito justamente porque fez com que eu me reconectasse com o meu lado artístico. Mas em todos os momentos que eu me emocionei no programa, eu chorei muito porque eu estava vivendo aquilo tudo intensamente. Porque tudo que eu senti ali foi muito real.
 
Diversos artistas passaram pela casa nas Jam Sessions e você chegou até a cantar para o Belo. Qual dessas visitas mais te marcou?
Cara, eu fiquei chocada com esse momento com o Belo. A Mayarah deu a ideia e compartilhou esse momento comigo, porque quem era a Estrela da Semana era ela. Isso me deixou muito feliz, reforçou a nossa amizade. Foi mágico, o Belo é uma pessoa maravilhosa, com uma energia incrível. Ele brinca e faz você se sentir como se fossem amigos de longa data, como se já nos conhecêssemos há anos. A visita de todos os artistas foi muito importante para mim. O Mumuzinho também trouxe reflexões valiosas. Ele sentou na jacuzzi com a gente, conversou e trocou ideias. Essas Jam Sessions foram fundamentais e importantíssimas para mim.
 
O que você aprendeu com essas experiências?
Entender que eu mereço é algo difícil para mim. É uma construção que leva tempo. O programa me trouxe de volta a vontade de sonhar. Meu sonho era aparecer uma vez na televisão, e eu acabei aparecendo por quase dois meses na Globo! Também percebi que todos erram e que está tudo bem. O carinho das pessoas me mostrou que ser humana é o que aproxima as pessoas de mim. 
 
No programa foi a primeira vez que você se apresentou em um palco. Você sentiu sua evolução ao longo das apresentações?
Senti pra caramba. A evolução foi linda. Mesmo com alguns errinhos na última apresentação, foi sincero e bonito. Cantar e dançar, transparecer minha identidade e ver a plateia vibrando foi incrível. Os produtores têm uma magia especial. O Vinicius, o Castilho, eles nos ajudam a evoluir. Eles verbalizam nosso progresso, dizendo o quanto está bonito e o quanto fomos bem em cada apresentação. Isso ajuda muito a entender que estamos no caminho certo. 
 
Vocês tiveram a visita da Katy Perry. Como foi esse momento de ver a Katy de perto?
Quando eu era mais nova, assistia aos shows dela na televisão de tubo. Eu imitava a Katy Perry, mesmo sem saber o que estava cantando, era como se eu estivesse fazendo meu show junto dela. Quando vi a Katy na minha frente, demorou a cair a ficha. Foi tão simbólico! Eu assistia a ela na TV, e agora estava ali, ao vivo. Cantei pra Katy Perry, e ela disse que minha voz era incrível. Esse momento é indescritível e sempre me faz lembrar de onde eu vim. Tudo isso, para mim, tem um simbolismo muito maior do que apenas ver uma artista pop.
 
Dentro da casa, você sempre demonstrou amizade com o pessoal do quarto Laranja. Como surgiu essa identificação entre vocês?
De cara eu estranhei a Mayarah, mas no mesmo dia percebi que, na verdade, eu me via nela. Falei: "A gente precisa ser amiga." Me conectei com o Califfa e o Ramalho também, nós quatro nos unimos rapidamente. Essa identificação vai além de raça, é sobre história e ancestralidade. A gente se conhece há pouco tempo, mas parece que sabemos o que o outro está pensando. É uma amizade sincera, que briga, mas é muito forte. O Ramalho é uma pessoa doce, e o Califfa, mesmo grandão, é acolhedor e divertido. Depois, o Nick entrou no grupo, e eu o achava parecido com meu avô (risos), o Nick adora reclamar. Apesar de algumas brigas, eu sempre gostei dele. A Evellin também fez parte do nosso grupo, e mesmo com algumas diferenças, ela tentou se conectar com a gente. No final, éramos a minoria, mas sempre mantivemos a união. Aqui fora, já recebi mensagens do Califfa, do Ramalho e do Nick, todos dizendo que sentem saudade. Estou feliz de ter feito esses amigos, que são muito mais do que uma conexão de programa. São amigos de verdade, do fundo do meu coração. 
 
Nessa última Batalha, você enfrentou a Mayarah, que foi sua grande amiga no programa. Como foi estar com ela na Batalha?
Cara, eu e a Mayarah sempre levamos tudo na brincadeira. Quando estou estressada, ela sempre me acalma com alguma piada. Eu sou a mais nervosa da relação, e ela é quem me faz rir. Nessa batalha, eu estava muito mais tranquila do que a Mayarah. Apesar de ser uma situação difícil, não teria ninguém melhor para estar comigo nesse momento do que ela. A gente se completa de uma forma muito legal. Às vezes, vencer não significa ganhar o programa. Estamos vivendo um momento muito importante das nossas vidas. 
 
Qual era o seu principal objetivo, musicalmente falando, ao entrar no ‘Estrela da Casa’? Você acredita ter alcançado esse objetivo?
Quando entrei no ‘Estrela da Casa’, o intuito era aprender e me nutrir artisticamente. Minha intenção era aprender técnica, palco e com os artistas da casa. Nunca tive um momento para me desenvolver artisticamente, e eu queria isso. É claro que o meu objetivo também era assinar um contrato com a Universal Music (risos). O dinheiro seria uma grande diferença na minha vida, mas o mais importante era ter um contrato que me permitisse trabalhar sem medos e inseguranças. Acredito que Deus sabe de todas as coisas, e a forma como evoluí artisticamente no programa pode abrir portas aqui fora. Minhas expectativas foram supridas de formas diferentes. Agora, me sinto nutrida e pronta para aprender mais aqui fora.
 
Se você tivesse permanecido no programa, qual seria a música que você lançaria agora na reta final?
Seria "Não Vou Não", do Fat Family. Essa música é muito significativa porque a Deise Cipriano foi uma das minhas maiores referências. Cantar essa música na final seria especial, mas também foi muito legal ter finalizado minha jornada cantando "Dona de Mim". Essa música representa meu momento de emancipação e empoderamento. Falar para mim mesma que eu mereço e que sou dona de mim é fundamental. Além disso, a IZA é uma deusa para mim. Eu disse à Mayarah que, mesmo que não ganhássemos os 10 mil, se a IZA curtisse nosso vídeo, já teríamos ganho. O peso da referência e a importância de um ídolo são enormes. 
 
Você tem algum arrependimento por algo que fez ou deixou de fazer?
Muitos. Mas agora esses arrependimentos estão se transformando em "tá tudo bem". Estou fazendo as coisas de forma tranquila, porque tenho pessoas que me apoiam. Agora tenho fãs! O poder do fã é algo que ninguém imagina. E eu tenho meus ídolos, e eles me nutrem. Tenho arrependimentos, mas não posso voltar atrás. O importante é que agora posso melhorar a partir disso e não repetir os mesmos erros. Um arrependimento foi não ter seguido mais a minha intuição. Às vezes, tentei apaziguar situações que não precisavam disso. Aprendi que não preciso ser mediadora. Também me arrependo de ter ficado nervosa e ansiosa com algumas coisas, porque estava ali para aproveitar.   
 
Já tem algo imaginado para sua carreira daqui por diante? Como gostaria que o mercado musical e o público te recebessem?
Eu me vejo como uma artista de palco. Quero que o mercado me veja assim. Sou uma artista que pode representar muito dentro do R&B, que é uma vertente ainda underground no Brasil. Precisamos correr para que esse gênero tenha mais visibilidade. Fat Family é um exemplo de R&B que alcançou um público amplo. Quero que o mercado me veja como uma nova aposta para fazer esse gênero ganhar força em outros lugares. Temos referências fortes de R&B no Brasil, e quero ser uma delas. Quero ser uma artista de palco, mas também uma artista múltipla. Quero atuar, apresentar e deixar a arte fluir em todas as vertentes. Preciso me firmar como uma artista de palco e mostrar que sou uma boa aposta. E onde a arte quiser me levar, estou disposta.
 
Quais artistas você considera os mais fortes da competição e quem você gostaria que vencesse o ‘Estrela da Casa’?
Eu tenho duas respostas para a primeira pergunta. Em termos de profissionalismo e talento, acredito que tanto o Gael quanto o Lucca são incríveis. O Lucca é um artista de palco que já trabalha há dez anos, enquanto o Gael, com apenas 18 anos, nunca havia cantado em um palco, mas entrega performances de alta qualidade. Gael é um artista completo: canta, atua, dança e apresenta. O Lucca também é um grande cantor, muito articulado e sabe se portar bem. Ambos têm forças diferentes, mas são igualmente impressionantes. Quem eu gostaria que vencesse é o Gael. Ele merece, pois lutou muito para chegar aonde está. É um menino de 18 anos que já tem tanto talento e dedicação. Se ele já está assim com essa idade, imagina vivendo só de arte e com uma equipe ao seu lado. Ele realmente merece esse prêmio por tudo que passou na vida. Então, eu torço e espero que o Gael ganhe.
 
‘Estrela da Casa’ é um formato original e inédito da Globo, com direção artística de Rodrigo Dourado, direção geral de Aída Silva e Carlo Milani, produção de Maiana Timoner e Rodrigo Tapias, roteiro de Edu Sciortino e Rafael Chaché e direção de gênero de Boninho. O programa vai ao ar de segunda a sábado, após ‘Mania de Você', domingos, após o ‘Fantástico’, e tem desdobramentos no Multishow, Gshow e transmissão 24 horas por dia no Globoplay.      

Anderson Ramos

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