Zezé Motta recebe prêmio instituido pela NBCUniversal em sua homenagem


Zezé Motta recebe o prêmio das mãos de Isabel Fillardis.
Fotos: Roberto Filho/NBCUniversal/Divulgação

Emocionada e com o sorriso largo que é uma de suas marcas registradas, a cantora, atriz e ícone das artes e da luta antirracista no Brasil Zezé Motta recebeu na noite de ontem (5) o Prêmio Zezé Motta, criado pela NBCUniversal para reconhecer as trajetórias das mulheres negras que, com suas lutas e conquistas, honram o legado de resistência e superação das gerações passadas. “Muito difícil falar qualquer coisa além de que sou muito grata ao público, aos produtores, diretores e elencos com os quais trabalhei. E a Deus", declarou Zezé, ao subir ao palco para receber o troféu criado pelo artista plástico carioca Lucas Osório das mãos de Isabel Fillardis. “Se sou atriz, é porque você é. Se sou cantora, é porque você é. Se sou tudo o que sou, é porque você é, minha Zeza”, disse a amiga e atriz, sublinhando o papel de Zezé Motta como desbravadora de caminhos para as novas gerações.

Num coquetel que reuniu no Hotel Fairmont, no Rio de Janeiro, talentos e executivos da NBCUniversal, representantes do mercado audiovisual, imprensa e personalidades, apresentações artísticas levaram ao palco uma proposta de celebração da cultura brasileira e reflexão pela construção de uma sociedade mais justa e equalitária. "Não conseguiremos vencer a disparidade de equidade social sem que todos entendam sua responsabilidade em apoiar a diversidade, tanto em suas vidas profissionais quanto pessoais. E eu posso afirmar que sim, nós estamos aqui trabalhando com a Zezé Motta e todos estes talentos, mas também estamos trabalhando PARA eles. Na frente e atrás das câmeras, em cada uma das produções da NBCUniversal", observou Marcello Coltro, vice-presidente sênior de relações de afiliados, marketing e criação da NBCUniversal International Networks e Direct-to-Consumer para a América Latina.

A potência de Zezé Motta e seu diálogo constante com as novas gerações foram celebrados com apresentações especiais, como das talentosas cantoras do reality show musical Vocalizando, Bárbara Assis, Evy, Fabiana Fraga, Hiane Neves, Ju Gomes e Thais Esposito, da performance de dança de Aline Campos, Dandan Firmo e Thiago Rosa, e da rapper MC Soffia, que criou a música e o videoclipe Ela Cresceu especialmente para a ocasião. Zezé é uma potência, por tudo o que fez por nós, mulheres negras. Para mim, ela é maravilhosa, e merece ser homenageada hoje e sempre”, declarou Soffia.

Como não poderia ser diferente, a voz da maior estrela da noite também foi ouvida. Acompanhada pelo músico carioca Jonathan Ferr ao piano, Zezé Motta cantou uma das mais encantadoras canções de seu repertório, Tigresa, composta por Caetano Veloso por inspiração dela.

E já que quanto mais Zezé Motta melhor, a diretora Carla Camurati anunciou aos presentes a chegada de ETERNAS ao Universal+, série documental dirigida por ela e coproduzida com a LC Barreto. "Quando recebi o convite da NBCUniversal para dirigir o especial ETERNAS, aceitei de imediato. Nele a gente registrou a vida de grandes mulheres da história da arte brasileira através de um olhar íntimo e, ao mesmo tempo, atemporal. Estamos vivendo uma nova era do entretenimento no Brasil, onde artistas veteranos estão mostrando o seu valor, um valor celebrado pelo público que lota teatros em todo o Brasil. E é claro que na primeira temporada, além de outros nomes consagrados, dedicamos um episódio a Zezé Motta”, adiantou. 

TRAJETÓRIA E LEGADO 

Referência na cultura afro-brasileira, Zezé Motta é um ícone da negritude brasileira. Além de uma grande atriz, com impacto imensurável no cinema brasileiro, também é dona de uma voz única e inconfundível. Durante seus mais de 54 anos de carreira, ela rompeu barreiras e pôs no centro da cena artística nacional as múltiplas dimensões do protagonismo feminino.

Inspirado por essa trajetória ímpar, o Prêmio Zezé Motta é criado para honrar as mulheres negras brasileiras que, com coragem, sensibilidade e determinação, constroem pontes para uma sociedade mais justa e igualitária. Entre os objetivos do prêmio, estão o reconhecimento do legado de mulheres negras, a inspiração de novas líderes e ativistas, o fortalecimento da representatividade e a mobilização por ações e políticas públicas que combatam o racismo e o sexismo estruturais.

O Manifesto do Prêmio foi apresentado no evento pelas artistas Polly Marinho, Kynnie, Lellê, MC Soffia e Loo Nascimento, que ressaltaram que o Prêmio Zezé Motta surge como um marco de reconhecimento e valorização das mulheres negras brasileiras que, com coragem e determinação, lideram transformações sociais e culturais. Inspirado pela trajetória da artista e ativista Zezé Motta, ícone na luta pelos direitos das mulheres e contra o racismo, o prêmio destaca histórias de resistência, superação e impacto.

Com o objetivo de homenagear o legado histórico, incentivar lideranças, fortalecer a representatividade e promover mobilização social, o Prêmio Zezé Motta reconhece mulheres que enfrentam barreiras e criam caminhos para um futuro mais inclusivo. É mais do que uma celebração; é um compromisso com a equidade, justiça e transformação social.

Zezé Motta, símbolo de coragem e resiliência, empresta seu nome a esta honraria, que reafirma a importância de valorizar a contribuição das mulheres negras na construção de um Brasil mais justo. Cada homenageada será inspiração para novas gerações, reforçando a luta por igualdade como uma missão coletiva.

O Prêmio Zezé Motta, um tributo à força e à liderança feminina negra que transforma o país, será entregue anualmente a uma profissional do mundo artístico indicada pelas vencedoras das edições anteriores. Desta forma, a homenageada do prêmio de 2025 será escolhida pela própria Zezé Motta. 

A ESTATUETA DO PRÊMIO ZEZÉ MOTTA 
 
Foto: Roberto Filho/NBCUniversal/Divulgação

Criada pelo artista plástico carioca Lucas Osório, a obra que representa o Prêmio. Zezé Motta reúne os conceitos que marcam a trajetória da artista com a forma oval. Um símbolo de fertilidade e de eternidade, o ovo carrega associações positivas, como o renascimento, a renovação, a transformação, o divino, a sabedoria e a riqueza. Aqui, ele representa o próprio conhecimento. Adicionando mais uma camada à obra, o artista utilizou o dourado, que se conecta com a espiritualidade de Zezé, filha de Oxum, orixá que governa as águas doces, simbolizando amor, beleza, riqueza, e guardiã do ouro.

O farol foi outro conceito base, como a direção a seguir e a representação da coragem. A obra é feita de bronze, em homenagem às famosas esculturas de cabeça da região de Ifé, localizada no sudoeste da Nigéria, no estado de Ọsun. Considerada pelo povo Yoruba como o lugar onde suas divindades criaram os seres humanos. Além da técnica, os grafismos talhados na peça também se inspiram nas famosas cabeças de Ifé.

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