Dr. Roberto Kalil e convidados analisam epidemia de obesidade, que deve atingir 1,9 bilhão de pessoas até 2035, no Sinais Vitais

Dr. Kalil debate obesidade em visita ao Mercado Municipal de São Paulo acompanhado da endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês Claudia Cozer Kalil e da chef de cozinha Morena Leite Foto: Divulgação/CNN Brasil

Considerada uma doença crônica pela Organização Mundial da Saúde, a obesidade vem avançando a níveis alarmantes e deve atingir 1,9 bilhão de pessoas até 2035. O alerta é da endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês, Claudia Cozer Kalil, uma das entrevistadas do CNN Sinais Vitais deste sábado (22), ás 19h30. Ao lado dela, a chef de cozinha Morena Leite debateu com dr. Roberto Kalil diferentes aspectos da condição.

“Perdemos muitos hábitos saudáveis nos últimos 20 anos. Eu acredito que nos movimentávamos muito mais. O arroz, o feijão, que são ingredientes básicos do prato do brasileiro, podem ser nutricionalmente muito favoráveis. Agora, temos ingerido muito industrializado. Se comermos de uma maneira mais coerente e saudável, temos um solo e ingredientes maravilhosos para ter uma superalimentação”, diz Morena Leite.

A exposição a alimentos de baixo valor nutricional e muito valor calórico são parte do que Dra. Claudia chama de ambiente obesogênico, ou seja, que promovem o ganho de peso, como a oferta que existe de alimentos ultraprocessados, de baixo custo, associada a uma dificuldade de fazer atividade física. “Essa luta contra o ambiente obesogênico envolve não só a família, a escola, mas os órgãos governamentais, indústria e mídia”, ressalta.

Os especialistas frisam que a alimentação é apenas parte do problema. A obesidade é considerada uma doença multifatorial, ou seja, não há apenas uma causa envolvida. “Eu acho que a obesidade também tem a ver com a questão emocional, porque hoje as pessoas não se alimentam só mais por uma questão nutricional e fisiológica. É emocional, são várias carências que as pessoas descarregam no doce, na pizza, na bebida...”, diz Morena Leite.

A hereditariedade também tem impacto no desenvolvimento da obesidade. “A genética tem um papel importante, ela entra com quase 70%. Mas não significa que essas pessoas estão fadadas a ficarem obesas. Elas têm que se prevenir com um pouco mais de ênfase”, explica dra. Claudia. “Às vezes, você vem de uma família de sobrepeso, você tem um biotipo maior. O importante é ver se você não está a cada ano aumentando de peso. Se você está conseguindo manter o seu peso ano a ano, seus exames e a sua qualidade de vida saudável, esse peso não é tão preocupante quanto a pessoa que todo ano ganha dois ou três quilos.”

Por isso, o importante é prevenção. A endocrinologista orienta que a receita básica deve ser praticar exercícios físicos e não repetir as porções. “É preciso respeitar a saciedade”. E, sobretudo, ela destaca que é importante entender a obesidade como uma doença e ter cuidado ao abordar o problema durante um tratamento. “Quando a gente usa o termo ‘mudança no estilo de vida’, as pessoas entendem exatamente isso: que nunca mais vão poder comer um sanduíche de mortadela, tomar um vinho ou comer um brigadeiro. Na verdade, a receita é equilíbrio, frequência e quantidade”, finaliza.

Anderson Ramos

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