Destaques da programação Canal Brasil. (Imagem/Divulgação) |
Conheça os filmes em destaques na programação do Canal Brasil de 06 a 12 de novembro.
SEGUNDA-FEIRA, 06 DE NOVEMBRO
“É TUDO VERDADE”: DANADO DE BOM (2017) (75’)
Apresentação: Amir Laback
Horário: Segunda, dia 06, às 22h
Classificação: Livre
Inédito e exclusivo
Direção: Deby Brennand
Sinopse: João Silva é um herói desconhecido da música brasileira. O pernambucano de Arcoverde compôs mais de três mil canções, gravadas por artistas como Luiz Gonzaga, Elba Ramalho e Dominguinhos, entre tantos outros, mas nunca obteve o reconhecimento merecido. Com entrevistas com o próprio protagonista e apresentações de Gilberto Gil, Lenine e Zeca Baleiro, a produção foi laureada com os Calungas de melhor filme, fotografia, montagem e edição de som no Cine PE em 2016.
O documentário acompanha a viagem de volta de João de Recife, onde morou até sua morte, em 2013, a Arcoverde, no agreste pernambucano – o protagonista não chegou a ver qualquer cena do filme, que lhe seria apresentado apenas quando estivesse pronto. Pela paisagem de aridez e poeira do sertão, o compositor vaga narrando casos curiosos de sua trajetória e revela as inspirações para suas peças. Andarilho pelo interior do estado, o menino não deixou as amarras do analfabetismo restringirem sua criatividade, e escreveu versos de canções conhecidas como Danado de Bom – escolhida para batizar o filme – Pagode Russo, A Mulher do Sanfoneiro, Nem Se Despediu de Mim e Não Morrer de Tristeza. Seus xotes, baiões e forrós foram eternizados nas vozes de Luiz Gonzaga, Zeca Baleiro, Gilberto Gil, Lenine, Pedro Luis e Elba Ramalho, entre tantos outros.
TERÇA-FEIRA, 07 DE NOVEMBRO
INTRODUÇÃO À MÚSICA DO SANGUE (2017) (95’)
Horário: Terça, dia 07, às 22h
Classificação: 16 anos
Inédito e exclusivo
Direção: Luiz Carlos Lacerda
Sinopse: Uriel (Ney Latorraca) mora com Ernestina (Bete Mendes) em um pequeno sítio no interior de Minas Gerais. O lugar é simples, ermo e pacato, longe de qualquer civilização e arcaico ao ponto de não possuir sequer rede elétrica – a instalação iminente do cabeamento assombra o cotidiano do fazendeiro, destinado a não permitir a chegada da tecnologia por medo dos elevados custos das contas. A bela e jovem Maria Isabel (Greta Antoine) também reside na humilde casa da zona rural, mas seu passado e sua ligação com o casal são desconhecidos e misteriosos. A chegada de Chico (Armando Babaioff), peão de uma fazenda, altera radicalmente a vida do trio. O rapaz logo se encanta pela moça e a conquista – fato que atrai a ira do velho dono da propriedade, tentado diariamente pela formosura da menina.
O roteiro caminha pelo vagaroso ritmo do sertão mineiro, utilizando planos introspectivos e longos, para discorrer sobre a repressão e as relações fraturadas dos personagens. A resistência de Uriel a aceitar a implantação de uma rede elétrica demonstra o embate entre o arcaico e a modernidade. Dona da casa e extremamente infeliz no convívio conjugal, Ernestina vive em conflito com o marido sem, contudo, tomar alguma ação efetiva para resolver as questões que lhe incomodam. Retratada como tímida e inocente, Maria Isabel tem a sexualidade aflorada após a chegada de Chico, fato que agrava ainda mais os desejos libidinosos do velho fazendeiro. Lacerda explora, em uma narrativa contemplativa, o barulho presente nos silêncios perturbadores da suposta calmaria da zona rural.
QUARTA-FEIRA, 08 DE NOVEMBRO
MADAME SATÃ (2002) (105’)
Horário: Quarta, dia 08 de novembro, às 22h
Classificação: 18 anos
Direção: Karim Aïnouz
Sinopse: Lapa anos 30: o cotidiano e a intimidade de João Francisco dos Santos — malandro, artista, presidiário, pai adotivo, negro, pobre, homossexual — e seu círculo de amigos, antes de se transformar no mito Madame Satã, lendário personagem da boemia carioca.
QUINTA-FEIRA, 09 DE NOVEMBRO
OS NORMAIS (2003) (90’)
Horário: Quinta, dia 09, às 22h
Classificação: 14 anos
Direção: José Alvarenga Jr.
Sinopse: Vani (Fernanda Torres) e Rui (Luiz Fernando Guimarães) estão prestes a se casar. Ela com Sérgio (Evandro Mesquita), em uma cerimônia às 18h e ele com Marta (Marisa Orth), às 20h. Os dois casamentos estão marcados na mesma igreja. É na sacristia que Rui e Vani se encontram e conversam pela primeira vez. Depois do casamento, uma coincidência: os casais são vizinhos! Os Normais - O Filme conta como foi o primeiro encontro entre Rui e Vani. Oito horas depois, suas vidas estariam radicalmente transformadas através de situações e soluções nem um pouco convencionais.
SEXTA-FEIRA, 10 DE NOVEMBRO
“CINEMÃO”: AQUARIUS (2016) (140’)
Horário: Sexta, dia 10, às 22h
Classificação:
Direção: Kleber Mendonça Filho
Sinopse: Indicado à prestigiada Palma de Ouro no Festival de Cannes e vencedor de 20 láureas nacionais e internacionais, o filme de Kleber Mendonça Filho traz no elenco Sônia Braga, Humberto Carrão, Irandhir Santos e Maeve Jinkings. A fita é dividida em três capítulos. De início, o roteiro leva o espectador ao Recife dos anos 1980. Na sala do apartamento com vista para o mar de Boa Viagem é realizada uma festa em comemoração aos 70 anos de Tia Lúcia (Thaia Perez). A música é brevemente cessada para possibilitar um momento de honras e Adalberto (Daniel Porpino) faz um discurso em tributo à esposa, Clara (Bárbara Cohen), em reabilitação de um câncer de mama – o primeiro ato leva o nome de “O Cabelo de Clara” em referência as madeixas curtas da protagonista, recuperando-se da calvície, efeito colateral do agressivo tratamento.
A trama salta da década de 1980 para o presente, sob o título de “O Amor de Clara”. A jornalista e escritora (agora vivida por Sônia Braga) mora sozinha no mesmo apartamento da festa. Seus vizinhos cederam ao assédio da Construtora Bonfim, representada por Diego (Humberto Carrão) e Geraldo (Fernando Teixeira), interessada em demolir o edifício e construir um projeto mais moderno. A única remanescente se recusa a aceitar a oferta dos engenheiros. A câmera acompanha o cotidiano da protagonista propondo questionamentos políticos e sociais. A jornalista parece flertar com o salva-vidas Roberval (Irandhir Santos) em suas idas à praia. Ao lado das amigas, a direção discorre sobre a dificuldade para retomar a vida amorosa aos 65 anos e o tabu relacionado à nudez e sexualidade de uma mulher submetida a uma mastectomia, e a construtora mostra a inescrupulosa pressão das grandes empresas despreocupadas com a manutenção de uma tradição em prol do lucro possível em um imóvel de luxo.
SÁBADO, 11 DE NOVEMBRO
CASA DE AREIA (2005) (125’)
Horário: Sábado, dia 11, às 22h
Classificação: 16 anos
Direção: Andrucha Waddington
Sinopse: A saga de Áurea (Fernanda Torres) começa em 1910, quando, em busca de um sonho que nunca lhe pertenceu, ela chega em caravana a um enorme labirinto de areia no Maranhão, Norte do Brasil. À procura de terras que o marido, Vasco (Ruy Guerra), acredita serem prósperas, ela se vê condenada à vida num lugar inóspito, tendo como única companhia feminina sua mãe, Dona Maria (Fernanda Montenegro). Grávida e inconformada com o destino, a mulher faz de tudo para encontrar uma saída. Mas o tempo vai pouco a pouco transformando essa história embalada por profundos sentimentos, que vão do desespero à plenitude.
DOMINGO, 12 DE NOVEMBRO
“CONE SUL”: EL SACRIFICIO DE NEHUEN PUYELLI
Horário: Domingo, dia 12, às 22h
Classificação: 16 anos
Inédito e exclusivo
Direção: José Celestino Campusano
Sinopse: Nehuen Puyelli (Chino Aravena) é um curandeiro de origem Mapuche, indígenas nativos do sudeste da Argentina e do centro-sul do Chile. O rapaz tem uma vida tranquila cuidando das doenças de seus companheiros de tribo, mas suas atividades místicas sofrem um grande baque após ele ser acusado de envenenar uma idosa e abusar de um jovem de classe alta. A justiça lhe ordena aguardar pelo julgamento atrás das grades e ele é enviado para um presídio de segurança mínima. A casa de detenção tem uma rotina relativamente calma para o que se espera de uma carceragem, principalmente devido aos esforços de Ramón Arce (Damián Avila), um detento prestes a conquistar a tão sonhada liberdade e obstinado a manter a paz no espaço. Criminosos mais violentos também recém-chegados, no entanto, ameaçam o equilíbrio do local.
O roteiro trabalha com dois dilemas comuns ao cotidiano de uma casa de detenção: os jogos de poder internos, com hierarquias nascidas a partir de situações violentas e grupos formados por motivos de sobrevivência, e preconceitos étnicos e xenófobos – indígenas são ainda vistos como uma tribo inferior, vítimas de modelos modernos análogos à escravidão. Os protagonistas, com trejeitos que os afastam do maniqueísmo comumente impresso em detentos, iniciam um convívio próximo de ajuda mútua, longe da definição de amizade, sempre visando escapar da morte e de outras formas de agressão dentro do cárcere. Crueza, sensibilidade, sordidez, traição e nobreza vão se misturar ao longo da obra quando cada personagem perceber a prisão de suas próprias vidas independentemente das barras que os cercam.