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(Imagem/Divulgação TV Brasil )
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Diogo Nogueira recebe a cantora Teresa Cristina na segunda edição inédita da sétima temporada do programa Samba na Gamboa que vai ao ar nesta sexta (31), às 21h45, na TV Brasil. Durante o encontro, a artista fala sobre o disco em que celebra a obra de Noel Rosa e canta sucessos do saudoso sambista como "Palpite infeliz", "Com que roupa?", "Feitiço da Vila" e "Conversa de Botequim".
Lembrada por muitos como a "Estrela da Lapa", a artista conta para o apresentador episódios de sua história desde os tempos em que contribuiu de forma determinante para o sucesso e a revitalização do tradicional bairro boêmio do Rio de Janeiro.
Se ano passado, na turnê em que esteve ao lado de Caetano Veloso, a cantora foi elogiada por sua interpretação de clássicos de Cartola para plateias do mundo inteiro, hoje a menina nascida no subúrbio carioca de Bonsucesso ocupa os holofotes com o álbum "Teresa Cristina canta Noel: Batuque é um privilégio". Neste mais recente trabalho, a artista tem como diretor o ídolo baiano.
Acompanhada do famoso violonista Carlinhos Sete Cordas nessa edição do Samba na Gamboa, Teresa defende o legado não só artístico, mas também político do poeta. Ele recorda que em suas letras, Noel falou sobre temas avançados para a sociedade dos anos 1930.
A convidada cita assuntos como malandragem, jogo do bicho ("Conversa de Botequim" corrupção ("Onde está a honestidade?") e até a condição feminina da época ("X do problema"). Para ilustrar as canções, ela e Diogo Nogueira cantam esses clássicos.
Apaixonada por pesquisa musical, a diva do samba explica que incluiu no repertório do disco músicas menos conhecidas até para o público do samba, como "A vida me fez assim" e "Deixa de ser convencida". Seu objetivo não foi fazer uma coletânea só de sucessos, mas traduzir no palco a alma do compositor e privilegiar as obras mais propícias a seu timbre.
Cantora consciente da importância e o alcance de sua voz, Teresa Cristina também declara nesta edição do programa Samba na Gamboa por que deixou de entoar músicas como "O teu cabelo não nega" ou "Feriado na roça".
Para ela, conforme a sociedade evolui é preciso deixar de enaltecer letras que traduzem preconceitos da época, com temáticas racistas e machistas. Na conversa com Diogo Nogueira, a cantora também reflete sobre a trajetória da mulher no samba.
Nascida em Bonsucesso e criada na Vila da Penha, Teresa foi influenciada desde cedo pelas composições de Candeia. Depois de ter trabalhado como manicure, fiscal do DETRAN e vendedora de cosméticos, sua voz brilhou em rodas de samba e bares de vários bairros do Rio, principalmente Madureira.
Ao participar do projeto "A Cria", no Planetário da Gávea, foi descoberta pelo poeta Chacal, que a convidou para o projeto "CEP 20.000". Em seguida, foi levada para se apresentar no bar Semente, quando se tornou conhecida do grande público.
Teresa Cristina também brilhou em casas noturnas famosas da boemia, como Carioca da Gema e Centro Cultural Carioca. Ao final, revela aos espectadores do Samba na Gamboa, o novo projeto de um trabalho totalmente autoral. Afinal, como Noel ensinou, batuque é um privilégio.
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