Simone Zuccolotto investiga o papel político do cinema brasileiro na série "De Semelhanças e Coincidências"

Imagem/Divulgação Canal Brasil
Na sexta-feira, dia 2 de novembro, às 21h, estreia no Canal BrasilDe Semelhanças e Coincidências”, série com roteiro e direção assinados por Simone Zuccolotto, que busca trazer nova luz à relevância do debate político no cinema brasileiro. Através de entrevistas com alguns dos mais inspiradores diretores, artistas, escritores e filósofos do país, a atração apresenta uma reflexão sobre a diversidade de narrativas e representatividade e o papel modificador dos filmes na sociedade. O roteiro é pautado pelas discussões identitárias e desigualdades enfrentadas pelas minorias no audiovisual brasileiro.

Nos quatro episódios da série, Simone Zuccolotto entrevista os cineastas Jeferson De, Lucia Murat, Gabriela Amaral, Marcelo Caetano, Maria Augusta Ramos, Silvio Tendler, Eduardo Valente, Hilton Lacerda, Eduardo Escorel e Calí dos Anjos; o jornalista e deputado Jean Wyllys; a atriz Mariana Nunes; o poeta Francisco Bosco; e a artista multimídia Linn da Quebrada. O programa aborda produções do Cinema Novo, com o testemunho de um dos fundadores do movimento cinematográfico, Cacá Diegues, passando pelo processo da ditadura militar e, posteriormente, chegando aos lançamentos mais recentes.

“Política é um conceito muito amplo. A palavra ‘política’ vem de polis, evidentemente, são os assuntos relativos à cidade, portanto, diretamente relacionados à ideia de república, que vem, por sua vez, de ‘res pública’, que é a ‘coisa pública’. Política, portanto, é o campo de interesse comum, tudo aquilo que diz respeito à coletividade social é político. O que ficaria fora da política é a esfera privada. Hoje em dia a gente já perdeu totalmente este sentido da palavra mas, se a gente volta a pensar, ‘privado’ a palavra vem da experiência grega onde o valor maior de uma vida, estava na esfera pública. Então as pessoas que não tinha direito a uma vida pública, tinham uma vida privada – privada  da esfera pública”. É assim, explicando o sentido mais amplo da palavra “política” e que algumas pessoas estão à margem desta vida “pública”, que o filósofo Francisco Bosco abre o primeiro episódio – e dá o tom de toda a série.

Ainda no episódio de estreia, Marcelo Caetano fala sobre de que forma o cinema que ele faz busca introduzir novos, personagens, novos sujeitos políticos, o que fica claro em “Corpo Elétrico”, que retrata homossexuais da classe operária, fora de questões tradicionais da dramaturgia LGBTQ+ - não é um filme nem que trata de questões românticas e nem de aceitação, por exemplo. Já Mariana Nunes fala de filmes como “Café com Canela”, de Ary Rosa e Glenda Nicácio, e “Nada”, de Gabriel Martins, que, apesar de terem elencos formados quase que 100% por atores negros, não falam sobre a temática racial. Gabriela Amaral fala ainda da importância das mulheres na direção, um dos pontos mais altos da pirâmide hierárquica, como forma de se contrapor à hegemonia do olhar masculino, heterossexual e branco no cinema.   

Horários alternativos: sábado, às 15h30 e segunda, às 12h30

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