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Às 23h30 de terça (30), o programa Trilha de Letras recebe o jornalista e escritor Marcus Veras, que traz detalhes do recém-lançado romance “Os últimos dias em preto e branco” (editora Ponteio). A história se passa nos bastidores de uma emissora de TV carioca ainda na era dos televisores em preto e branco.
O autor conversa sobre a escassez de literatura de ficção em que a TV é pano de fundo. "Encontramos muitos ensaios, muitos trabalhos escolares sobre televisão. Mas, literatura mesmo, muito pouca”, relata. “Parece que a literatura brasileira não dá muita atenção à televisão, que vai completar 70 anos no ano que vem. São 70 anos de proximidade com o povo brasileiro, que adora TV, sempre gostou da TV."
O romance mistura personagens ficcionais com figuras que existiram e atuaram no meio audiovisual do Brasil na virada das décadas de 1960 e 1970. Além de se inspirar em histórias reais de bastidores, Veras criou uma televisão que reúne as qualidades e os defeitos das antigas emissoras presentes no Rio de Janeiro, como a TV Rio, a TV Continental e algo da TV Excelsior (que apesar de paulista, era forte no Rio de Janeiro também).
"Criar essa televisão foi muito divertido, porque pude colocar ali todos os meus ídolos, todas as pessoas com quem eu convivi, toda a minha história ao longo de todos esses anos em que trabalhei em televisão também."
Ainda no programa, a jornalista Patrícia Kogut opina sobre os possíveis caminhos para a TV brasileira no séc. XXI.
"É um momento de repensar, de redimensionar, de muita mudança. Isso gera insegurança, gera incerteza”, afirma Kogut. “Ninguém quer ficar parado na televisão dos anos 70, que dominava, que existia sozinha e que tinha todas as audiências só para si. Isso mudou, está todo mundo correndo atrás. Mas isso não significa a extinção da televisão ou o fim do conteúdo. É o fim de um modelo."
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