Humor volta às noites de sábado na Globo com o melhor do Zorra

Divulgação Globo
Há cinco anos, o 'Zorra'  passou a investir num humor de cotidiano, com a acidez da crítica social, sem deixar de provocar muita gargalhada. A partir do dia 2 de maio, o humorístico vai reunir os melhores programas desde que ganhou novo formato. A equipe que começou a produzir os episódios inéditos de 2020, como outras produções da Globo, teve os trabalhos paralisados como forma de prevenção à transmissão do Covid-19, e, assim que possível, retomará as atividades.
 
Mesmo assim, a diversão de sábado à noite está garantida. Os profissionais da redação e da produção se mobilizaram para escolher os episódios que marcaram esses cinco anos de ‘Zorra’, e o público vai poder rever atores queridos como Mariana Santos, Fabiana Karla, Débora Lamm, Luís Miranda e Érico Brás, que já deixaram a atração, e se divertir com Fernando Caruso, Otávio Muller, Dani Calabresa, Rodrigo Sant'Anna, Maria Clara Gueiros, Welder Rodrigues, Paulo Vieira, George Sauma e toda a trupe que fez parte das mais recentes temporadas. 
 
"É o top do 'Zorra' tentando melhorar a tensão do confinamento e do medo da doença. Nessas horas, não pode faltar humor e crítica. É um presente poder ver esses programas selecionados, que são excelentes e dizem muito do nosso mundo", diz Martha Mendonça, que divide a redação final do humorístico com Gabriela Amaral e Nelito Fernandes desde 2019. "Estamos vivendo momentos muito difíceis. Durante a seleção, teve um dia em que eu estava muito mal com as notícias e comecei a ver programas antigos. Eu ri demais e, durante aquela hora, não pensei em coronavírus. Fiquei feliz de perceber que a gente consegue fazer isso pelas pessoas todo sábado, esquecer um pouco os problemas", resume Nelito.
 
Como, semana a semana, o programa tende sempre a ter uma parte “quente”, alguns esquetes muito datados foram eliminados para que o espectador siga rindo e se divertindo com temas que seguem atuais sobre o dia a dia do brasileiro, com as mudanças do país e da sociedade e seu comportamento. "A gente vê coisas que estavam em voga na época, ‘modinhas’ que caíram, o surgimento de novidades, como o patinete elétrico. O 'Zorra' reflete a realidade e acaba fazendo uma crônica da nossa história nesse período. Fomos ficando mais conectados em redes sociais e, consequentemente, mais polarizados. A política virou time, torcida", observa o redator final. "Se um marciano aterrizasse na Terra hoje e só visse o ‘Zorra’, teria uma ideia bastante razoável de como é a vida aqui no Brasil", completa Martha. 
 
Além dos grandes momentos do programa, a produção montou um esquema de “guerrilha” e trabalhou em uma surpresa inédita para o público nesta estreia atípica: um clipe sobre o tema do isolamento gravado a partir de vídeos caseiros de atores do elenco. Em uma paródia da música ‘Contatinho’, de Leo Santanna e Anitta, nomes como Fernando Caruso, Paulo Mathias, Antonio Fragoso, Flavia Reis, George Sauma, Renata Castro Barbosa, Luísa Perissè, Anselmo Vasconcellos, Patrícia Pinho, Valentina Bandeira, Leo Castro, Candido Damm e Evaldo Macarrão vão representar as atividades e os “perrengues” da vida em isolamento social. O vídeo traz ainda uma mensagem sobre a importância do isolamento como prevenção à disseminação do vírus. “A ideia é passar para o público, de forma bem humorada, que estamos todos no mesmo barco. Teremos reprise porque estamos em casa nos protegendo. Esperamos que público se proteja também. E ria um pouco com a gente. Até porque rir aumenta a imunidade”, ressalta a redatora final Gabriela Amaral.
 
Os melhores momentos do ‘Zorra’ vão ao ar aos sábados, logo após ‘Fina Estampa’, a partir do dia 2 de maio. O humorístico tem redação final de Gabriela Amaral, Martha Mendonça e Nelito Fernandes, direção-geral de Mauro Faria e direção de Alice Demier e Carlos Diegues.
  
Entrevista com os redatores finais Gabriela Amaral, Martha Mendonça e Nelito Fernandes
  
Revendo os esquetes para fazer a seleção dessa temporada especial, vocês conseguem perceber, através das piadas e das situações, uma crônica comportamental da nossa sociedade nesse período? Quais mudanças chamam mais atenção?

Martha Mendonça – Ao rever vários programas, nos deparamos com a história política recente do Brasil e também das mudanças de comportamento, tanto no mundo real quanto nas redes sociais. Se um marciano aterrizasse na Terra hoje e só visse o Zorra, teria uma ideia bastante razoável de como é a vida aqui no Brasil. Do que mudou, destaco o acirramento do uso das redes sociais, dos aplicativos, a vida se resolvendo em cliques cada vez mais frequentes; o mundo delivery crescendo cada vez mais – o que hoje, em tempos de isolamento social por causa da Covid-19, acabou sendo uma bênção para boa parte das pessoas.

Nelito Fernandes – Com certeza. A gente vê coisas que estavam em voga na época, modinhas que caíram, o surgimento de novidades como patinete. O ‘Zorra’ reflete a realidade e ele acaba fazendo uma crônica da nossa história nesse período. Fomos ficando mais conectados em redes sociais e, consequentemente, mais polarizados. A política virou time, torcida. 

Gabriela Amaral – Sim. Mesmo sendo cinco anos tão pouco tempo, muita coisa mudou na nossa sociedade. Acho até que algumas questões tiveram avanços incríveis de lá pra cá, como o empoderamento feminino e a luta antirracista.

Vocês lêem/ assistem jornal já pensando na gama de esquetes que os temas poderiam render?

MM – Sim, não existe mais separação entre a leitora e a redatora do humor. Até porque, além do ‘Zorra’, já faço o Sensacionalista há dez anos. Tudo é matéria-prima. Sem falar que trabalhei em redações como jornalista por quase vinte anos, então, estar sempre informada faz parte do que é a minha vida, minha rotina.

NF – Eu fui jornalista durante 20 anos e, antes, eu lia pensando nos desdobramentos das notícias, o que poderia render matéria. Hoje, leio pensando no que vai sobreviver até o sábado seguinte, o que pode ser tema de esquetes.

GA – Sim. E não só jornais e telejornais. Buscamos estar atentos também a redes sociais, músicas, tendências comportamentais que não aparecem tanto na mídia tradicional, como  é o caso de muita coisa que se passa nas comunidades, nos subúrbios. Nosso programa é sobre cotidiano do brasileiro, ele é a nossa matéria prima. E o Brasil é vasto.
 
O que foi mais difícil e mais fácil de selecionar os programas que vão fazer parte desta temporada?

MM – O mais difícil, ou pelo menos trabalhoso, foi ver tudo de cinco temporadas, quase duzentos episódios, mas fizemos algumas divisões na equipe e um método para ajudar nessa seleção. Rimos tanto que compensou. Deu trabalho também cortar dos programas escolhidos esquetes que eram datados demais, muito ligados a um contexto daquele momento - e que talvez ficassem incompreensíveis hoje.

NF – A maior dificuldade é escolher o material, porque tem muita coisa boa. Alguns esquetes ficam datados e aí é fácil.

GA – O mais difícil está sendo adaptar a rotina de trabalho da redação (que não envolve apenas a escrita) à realidade do isolamento social. Além do desafio de selecionar 16 episódios de um universo de 190. Não só pela quantidade. Pela qualidade também. Muito programa bacana acabou ficando de fora. Mas faz parte. A facilidade veio desta segunda dificuldade. Se, por um lado, é chato ter que abrir mão de programas bons, por outro, que delícia poder escolher diante de opções boas. Queria ter esse privilégio em outros momentos da minha vida. Outra facilidade: a gente conta com uma equipe de redatores fabulosa, competente, motivada, compromissada. Temos também uma parceria muito rara com a direção e a produção do programa. A gente não teria conseguido nunca fazer essa seleção, com esta qualidade, sem estar rodeado por profissionais incríveis.
 
Desde que as gravações foram interrompidas, com tanta coisa acontecendo no mundo e no Brasil, vêm ideias de esquetes o tempo todo com o quente do momento?

MM – As ideias para os “quentes” do Zorra vêm e não temos onde colocá-las por não estarmos no ar. E, com o volume de reprises, ficaremos ainda algum tempo sem ter inéditos. Mas não deixa de ser um presente para o telespectador poder ver esses programas selecionados, que são excelentes e dizem muito do nosso mundo. É o top do ‘Zorra’ tentando melhorar a tensão do confinamento e do medo da doença. Nessas horas, não pode faltar humor e crítica.

NF – Tem um pedaço do cérebro que fica pensando em esquete o tempo todo e não desliga. Estamos vivendo momentos muito difíceis. Durante a seleção, teve um dia que eu estava muito mal com as notícias e comecei a ver programas antigos. Eu ri demais, e, durante aquela hora, não pensei em coronavírus. Fiquei feliz de perceber que a gente consegue fazer isso pelas pessoas todo sábado, esquecer um pouco os problemas.

GA – As ideias surgem sempre. Todos os dias. Tem muita coisa pra falar. Mas é bem provável que nem a quarentena nos detenha. Tanto que fizemos um esquema de guerrilha para conseguir falar deste momento complicado pelo qual todos estamos passando no clipe de abertura, feito especialmente para esta temporada que reúne o melhor dos nossos cinco anos de ‘Zorra’.

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