'Mestre do Sabor' a uma semana da estreia do reality

Divulgação Globo/Camilla Maia
Um país com mais de oito milhões de quilômetros quadrados como o Brasil, e um diversidade cultural tão grande quanto seu território, não poderia deixar de ter a gastronomia como uma de suas grandes paixões. Para além dos ingredientes oriundos da flora e fauna brasileira que resultam em pratos típicos de Norte a Sul do país, estão os chefs que se destacam localmente com a missão de apresentá-los. E são eles as grandes estrelas do ‘Mestre do Sabor’, que estreia sua segunda temporada no dia 30 de abril, na Globo, e 1º de maio, no GNT. No SKY Pós Pago, você poderá curtir a nova temporada do reality em alta definição e nas plataformas de Streaming. 

Claude Troisgros e Batista, que comandam a atração, ganham uma nova colega: Monique Alfradique. Ela se junta ao time para cobrir os bastidores do programa. ‘Mestre do Sabor’ conta ainda com Léo Paixão, Kátia Barbosa e José Avillez no elenco, no papel de mestres. Eles também ganham companhia, o chef carioca Rafael Costa e Silva chega ao programa para substituir o chef português José Avillez, que precisou voltar a Portugal para gerenciar de perto seus restaurantes diante da pandemia por coronavírus.   

Na nova temporada, 18 chefs serão selecionados para participar da competição, que passa a ter sete fases: Prato de Entrada; Na Pressão; Duelos; Repescagem; Na Peneira; semifinal; e final. A avaliação dos pratos continua sendo às cegas e os participantes ainda têm acesso ao mercado sempre antes das provas. Serão quatro finalistas, um vencedor. O primeiro lugar leva um prêmio de R$250 mil e é nomeado o Mestre do Sabor.   

Mestre do Sabor’ é um formato original Globo, com direção artística de LP Simonetti e direção geral de Aida Silva. A segunda temporada do reality gastronômico estreia na Globo no dia 30 de abril, logo após ‘Fina Estampa’. O programa também será exibido no GNT semanalmente, sempre às sextas-feiras, com estreia no dia 1º de maio, às 22h. 

Um Mestre com sabor e novidades nas provas   

Ainda mais dinâmica, a segunda temporada de ‘Mestre do Sabor’ traz uma nova etapa, que é sempre sinônimo de sucesso com o público quando o assunto é competição: a repescagem. Após a primeira fase, Prato de Entrada, quando os chefs são avaliados para entrar ou não no programa; a etapa Na Pressão, com duas rodadas de provas, o Menu Confiança e a Batalha dos Cucas; e os Duelos, quando há um “mata mata” entre dez chefs; haverá uma repescagem com os cinco chefs que perderem os duelos no episódio anterior. Como ela funciona? Após uma prova individual, os três melhores chefs disputarão uma segunda prova e quem vencer, volta para a competição.   

Depois da repescagem, haverá a prova Na Peneira, quando os chefs competem para garantir a imunidade e ir direto para a semifinal. Os demais disputam uma segunda prova, quando um deles será eliminado e os que passarem estão na semifinal. A final está prevista para ser exibida ao vivo, assim como foi feito na primeira temporada.   

Saiba mais sobre cada prova:   

Prato de Entrada   

Chefs profissionais disputam um lugar no programa, preparando um prato que será avaliado pelos mestres. Os chefs finalizam um prato, ao lado de Claude e Batista, e os mestres experimentam. Se algum deles gostar, o candidato entra para o programa. Se mais de um mestre gostar, o chef escolhe em que time irá ficar. Cada mestre ficará com seis chefs em seu time, totalizando 18 competidores. 

Na Pressão    

Esta etapa tem duas rodadas de prova. Na primeira, o “Menu Confiança”, os times executam um menu de três pratos, que serão avaliados por Claude e Batista. O melhor time estará imune para a semana seguinte. A segunda rodada é a “Batalha dos Cucas”, com os dois times restantes – antes do início da prova, cada mestre salva um ou dois chefs. Os que ficam, realizam a segunda prova individualmente. Dessa vez a avaliação é dos mestres. Podem ser eliminados um ou dois chefs por episódio.   

Duelos   

Os duelos são um “mata-mata” entre os chefs. Os vencedores seguem na competição e os demais vão para a fase de repescagem, no programa seguinte.   

Repescagem   

Os chefs que perderam os duelos, no episódio anterior, fazem uma prova individual. Os três melhores disputam uma segunda prova. Quem vencer, volta para a competição.   

   

Na Peneira   

Na primeira prova, os chefs competem para garantir a imunidade. Os três melhores vão direto para a semifinal. Os que ficarem cozinham numa segunda prova. Um chef deixa a competição.   

Semifinal   

A semifinal tem duas provas. A primeira conta com a participação de cinco chefs. Claude avalia e salva dois chefs, que se tornam finalistas. Na segunda prova, os mestres avaliam os pratos de três chefs: um deles é eliminado.   

Final   

São duas etapas. Na primeira, quatro chefs cozinham e os dois melhores seguem na disputa. Na segunda, quem vencer é o novo Mestre do Sabor.  

Entrevistas  

Entrevista Claude Troisgros  

De uma família que há quatro gerações faz história na culinária, tendo sido responsável por colocar a cidade de Roanne, na França, no mapa da gastronomia mundial, Claude Troisgros é hoje um dos grandes nomes da gastronomia internacional e o principal construtor da ponte entre as cozinhas francesa e brasileira. No Rio de Janeiro, já apaixonado pelo Brasil, lançou-se em uma nova perspectiva culinária que se tornou uma espécie de marca registrada: a combinação de ingredientes e sabores brasileiros, como caju, jiló, mandioca e açaí, com clássicos como foie gras e caviar.  

Em 40 anos no Brasil, abriu sete restaurantes e tornou-se consultor de muitos outros. Conquistou estrelas no guia Michelin – a mais alta premiação da gastronomia mundial – e foi eleito, por diversas vezes, o chef do ano. Também no país conheceu Batista, seu primeiro funcionário e um dos grandes amigos. Depois de uma primeira experiência juntos na TV, eles formam, agora, a dupla que comanda a competição de ‘Mestre do Sabor’.   

Na entrevista a seguir, Claude fala sobre sua relação com a TV, sobre o que mudou em sua vida após a primeira temporada do reality e sobre sua relação de amizade com Batista, seu companheiro no palco.  

Você e Batista são os anfitriões do ‘Mestre do Sabor’ e os primeiros a terem contato com os chefs que chegam para a competição. Qual é o sentimento que se destaca nesta etapa?  

Os chefs que entram na competição são profissionais. A maioria trabalha na profissão há bastante tempo. Outros já têm restaurante e têm a sabedoria de como funciona a cozinha de um restaurante. A questão é que todos têm uma base profissional, então mandar alguém para casa é sempre difícil.   

Qual é o melhor momento do programa para você?  

Sem dúvidas, a degustação. Principalmente no início, quando ainda não conhecemos muito os chefs. A gente começa a entender a personalidade deles pelo sabor dos pratos, pela técnica de cada um, a acidez, a escolha do prato regional ou não, entre outros detalhes. Gosto muito dessa parte onde você entende as pessoas. É maravilhoso esse momento para mim. Brinco mentalmente de tentar adivinhar quem esteve à frente daquele prato. Muitas vezes não acerto, mas vale a brincadeira.   

De chef de cozinha a apresentador de TV. Como aconteceu?  

Nos anos 1990, eu tinha um restaurante em Nova York e fui procurado por uma equipe da TV Food Network, que filmava chefs franceses e americanos. Eu tinha o CT em Nova York e era um restaurante de muito sucesso, então eles me convidaram para participar de alguns programas. Quando voltei em 1998 para o Brasil, conversei com a Marluce (Dias da Silva, então diretora), contei para ela que estava voltando, falei da minha experiência em Nova York na frente das câmeras e pensamos em algumas possibilidades. Foi assim que comecei no GNT, com a direção da Marluce. Fiquei 15 anos lá, até que a gastronomia começou a ganhar mais espaço no canal aberto. Comentei com Boninho que, caso ele quisesse fazer algo na Globo, eu estava à sua disposição. Passou um tempo, até achei que ele tinha esquecido da nossa conversa, quando me ligou e disse: “está pronto!”. Respondi: “está pronto o quê?” (risos). E estamos aqui hoje, felizes em estrear essa segunda temporada.    

O programa ao vivo, tem um sabor especial?  

Ano passado, antes de entrar, eu fiquei bastante nervoso, quando estava ainda sentado no camarim. Mas quando a gente chega no palco e entra ao vivo, é uma continuação do que você já fazia antes. É uma dinâmica rápida, então tudo acontece com mais naturalidade. Quando gravamos, costumamos ir direto também, sem cortes. Ao vivo, portanto, é uma repetição disso. Logo, o nervosismo passa.  

O que mudou ao chegar na TV aberta?  

Senti claramente um movimento na estreia da primeira temporada. Tenho que agradecer porque meus restaurantes sempre estiveram cheios, mas eu e Batista percebemos o crescimento de um público novo. Pessoas que chegam e nos procuram, fazem questão de demonstrar o carinho que têm pela gente.  

Seu próximo restaurante, a ser inaugurado em São Paulo, terá como chef executiva a Carol Albuquerque, candidata da primeira temporada de ‘Mestre do Sabor’. Como essa aproximação aconteceu?  

Entre os muitos presentes que o Mestre do Sabor me trouxe, posso destacar algumas amizades. Uma delas é com Carol Albuquerque, que foi uma das candidatas da primeira temporada do programa, e que eu já conhecia, pois ela era da equipe da Helena Rizzo. Quando a primeira temporada de Mestre terminou, ela me procurou com uma ideia interessante para um programa de TV e cheguei a ajudá-la com algumas reuniões. A ideia do programa não foi pra frente, mas nossa parceria se solidificou quando a convidei para ser chef executiva do Chez Claude, que vou inaugurar em São Paulo. Para minha alegria, além de aceitar o convite, Carol ainda trouxe a Vivi Almeida, que também foi candidata da primeira temporada do Mestre e será nossa chef Tournant.  

Entrevista Batista  

O paraibano Batista mora no Rio de Janeiro desde pequeno. Segundo filho de uma família de dez irmãos, aos sete anos já ajudava a mãe, dona de um self-service em João Pessoa, a descascar alho e cebola. No Rio de Janeiro, prestes a alcançar a maioridade, descobriu uma vaga no Restaurante Claude Troisgros (hoje Olympe), onde ingressou como lavador de pratos. Ali começava sua longa história de parceria com o chef francês. Com o tempo, aprendeu a cozinhar e passou por todas as praças da casa, até ficar craque nas técnicas da gastronomia francesa. “Aprendi tudo que sei com o Claude, mas também ensinei bastante coisa para ele da nossa gastronomia brasileira”, diz com bom humor. 

No palco do reality, ao lado de Claude, ele é responsável pelos melhores e mais divertidos conselhos dados ao apresentador do programa. E foi justamente a cumplicidade entre os dois que o trouxe para a TV. Na entrevista a seguir, Batista fala sobre a experiência da primeira temporada e as expectativas para este ano.  

O que mudou da primeira temporada para a segunda?   

Acredito que na segunda temporada dá pra conhecer melhor os mestres, o que cada um gosta mais. Nessa temporada ficamos sem plateia devido ao coronavírus, por questão de segurança de todos, e eu particularmente senti falta porque gosto de conversar com a plateia, ver as reações diante dos ingredientes que os chefs estão cozinhando. Mas sei que foi a melhor decisão, pensando em todos.  

Acha que ficaram mais à vontade no palco?  

Com certeza. Mas o desafio segue presente e tem sempre uma surpresa. Quando chega a hora de provar os pratos com Claude para imunizar um time, a gente nunca sabe o que vem pela frente e garanto que nessa temporada os chefs se superaram, sempre valorizando os produtos da nossa terra.  

O que mais chama sua atenção nos pratos que prova?  

As técnicas que valorizam os ingredientes. A harmonização entre os produtos. E o mais importante: o sabor final. 

Qual sua expectativa para esta temporada?  

Sempre torço para que os telespectadores possam conhecer mais do nosso Brasil através da cozinha.   
Entrevista Monique Alfradique  

Aos 33 anos, Monique Alfradique diz que se orgulha de ter construído uma carreira artística ininterrupta e de sucesso. Embora tenha estreado na telinha ainda na infância, fazendo campanhas publicitárias e logo em seguida ter sido paquita, foi na dramaturgia, no cinema e no teatro que a atriz levantou voo. A partir do dia 30 de abril, sua versatilidade será comprovada mais uma vez, com a estreia da segunda temporada do ‘Mestre do Sabor’. Monique estará no palco, ao lado dos apresentadores Claude Troisgros e Batista, fazendo a cobertura dos bastidores da competição.  

Sempre divertida e espontânea, Monique irá interagir com os mestres e candidatos durante as provas, trazendo um pouco de leveza para a tensão entre os chefs que estarão em plena disputa. No bate-papo registrado abaixo, Monique conta mais sobre os bastidores do programa e fala sobre como ela e sua família têm enfrentado o período de isolamento social devido à pandemia por COVID-19.  

Já tem um mês que terminaram de gravar o programa. Quando você olha para trás, qual sentimento fica?  

Sentimento de gratidão e realização. Gratidão em todos os sentidos, de poder viver algo novo na minha carreira, de ter tido a oportunidade de estar ao lado de tantos profissionais incríveis desde os apresentadores, mestres, direção, competidores e toda a equipe que faz o programa acontecer. Agora, estou animada pra ver a estreia dia 30. E ainda temos o programa da final que será ao vivo. A recepção dos chefs comigo foi da melhor forma possível! Todos muito atenciosos e receptivos.  

O que mais gostou durante as gravações?  

As gravações eram diárias e passávamos todo o dia juntos. Era sempre emocionante e divertido. Apresentar as provas para os chefs era um momento de adrenalina para eles e responsabilidade pra mim que adorei tocar essa bola com o Claude e Batista.  

No programa, eles falam bastante de prato afetivo. Aquele que, além de você gostar do sabor, tem um significado especial. Qual seria o seu e por quê?  

Sopa de frutos do mar. Meu pai sempre fazia pra mim quando pequena e eu amava.  

Esse prato afetivo é também o que você mais gosta?  

Sim. Adoro peixes e frutos do mar. Até hoje ainda peço pra ele fazer pra mim. E minha mãe fazia bolinho de chuva, que eu também adorava.  

Além de Mestre do Sabor, você estava envolvida em algum outro trabalho? Precisou parar devido à pandemia?  

Sim. Eu ia iniciar a turnê do meu primeiro monólogo e projeto cultural “Como ter uma vida quase normal”. E também outros projetos que tive que pausar por conta da pandemia. Logo após o início do isolamento social coloquei de pé o projeto ‘’De Quinta com Monique Alfradique’’ em meu perfil social, que mostra ainda mais esse meu lado de apresentadora, onde toda quinta eu faço um bate-papo descontraído e leve com artistas e também especialistas, que sempre dão dicas bacanas para aliviar esse período de quarentena.  

Hoje, além da estreia do Mestre do Sabor, no que mais está envolvida?  

Estou com o projeto ‘’De quinta com Monique Alfradique’’, como disse, e também estou no Multishow com a série Vai Passar, que estamos gravando de nossas casas e fala divertidamente sobre esse momento em que estamos isolados. Tem Leandro Hassum, Rodrigo Santana e outros. E outros projetos que consigo tocar fazendo reuniões virtuais.  

E para depois que o isolamento acabar, algo para ser tirado do papel?  

Por ora, pretendo voltar com o meu monólogo “Como ter uma vida quase normal” e entender os cronogramas dos meus próximos trabalhos.  

Com quem você está passando esses dias isolada?  

Estou com meus pais, na casa deles.   

Como tem sido?  

Tem sido ótimo, apesar do momento em que estamos vivendo. Mas estarmos juntos nesse momento tem sido especial, algo que não conseguia mais fazer por conta da rotina profissional.   

O que vocês mais gostam de fazer juntos?  

Minha mãe e eu fazemos vários vídeos brincando, cozinhamos juntas, fazendo a unha uma da outra, assistimos séries todos juntos... 

E sozinha, o que mais tem feito?  

Trabalhar, eu continuo trabalhando de casa, com os projetos nas redes sociais e também com a série do Multishow. Sou muito ativa e gosto de escrever. Tenho praticado mais esse lado. Estou sempre criando.   

Qual é a primeira coisa que pensa em fazer quando o isolamento acabar?  

Neste momento penso nesse desafio para as relações humanas. Estávamos numa corrida desenfreada e agora é um momento para refletir quais serão os aprendizados e como poderemos nos unir mais em prol do outro.  

Entrevista José Avillez  

Um dos maiores nomes da gastronomia de Portugal, o chef José Avillez tem entre suas marcas a curiosidade, o gosto pelas viagens e a vontade incessante de experimentar e aprender sobre diferentes culturas. Isso tudo sem nunca deixar de lado a tradição culinária de seu país, sua grande fonte de inspiração. 

Avillez formou-se em Comunicação Empresarial, mas, sempre com a gastronomia como objetivo, fez estágio em diversos restaurantes em Portugal e no exterior. Em 2008, assumiu como chef executivo do histórico restaurante Tavares, em Lisboa, onde, no ano seguinte, ganhou sua primeira Estrela Michelin. Em 2011, decidiu abrir seu próprio restaurante. Hoje é responsável por diversos estabelecimentos, em diferentes países. Cada casa tem conceito próprio, mas todas revelam a paixão de Avillez pela cozinha e o charme da gastronomia portuguesa.  

A seguir, confira as expectativas do chef para sua primeira estreia de TV no Brasil.  

Conta pra gente por que precisou deixar a segunda temporada durante o programa?  

Essa segunda temporada estava sendo maravilhosa para mim. Temos cozinheiros do mesmo nível da primeira temporada, o que é ótimo. Mas nos últimos dias de gravação tive que transmitir para a Globo e para o meu time que precisaria me ausentar por um tempo. Mas pretendo voltar para a grande final ao vivo. Não sei como estará tudo quando isso for ao ar, mas nesse momento estamos com uma pandemia por causa do COVID-19 e eu tenho muitas pessoas que trabalham comigo em Portugal. Decidi voltar porque acredito que neste momento tenho que estar perto delas. A Globo, muito atenciosa, me deu esse espaço. E fico tranquilo também porque havia um cara para se passar o bastão que é ainda muito melhor do que eu. O chef Rafa Costa e Silva, mestre que gosto e admiro muito, e que tenho certeza que cuidou muito bem de minha equipe. 

Como foi essa conversa com o time?  

Eles ficaram um pouco para baixo, até porque eu não dei a notícia completa, então eles não sabiam ainda que o Rafa Costa e Silva seria meu substituto. Mas, por outro lado, tivemos um bom desempenho no início do programa, o que os deixou felizes. Aprendi muito com estes maravilhosos cozinheiros brasileiros, com os ingredientes brasileiros. O Brasil é um lugar onde me sinto em casa. Foi uma decisão muito difícil para mim, mas acho que todo mundo vai compreender. E o Rafa abraça esse projeto com muita vontade.   

Qual sentimento fica de ter que deixar o programa?  

Fiquei muito aliviado quando soube que teríamos o Rafael Costa e Silva para me substituir porque foi uma decisão muito difícil para mim. Passei algumas noites em claro porque queria deixar meu lugar entregue em boas mãos. Só ia voltar para a Europa se encontrássemos a pessoa certa. E apareceu a pessoa certa, não poderia ser melhor. O Rafa Costa e Silva é formado nos EUA, tem experiência na Europa e tem um restaurante de cozinha brasileira contemporânea.   

Você tem alguma dica para o Rafael?  

Posso dizer a ele que a produção é maravilhosa e faz com que a gente se sinta em casa quando respeita nossas vontades e nossas preocupações. É muito bom contar com cozinheiros de todo canto do Brasil. Perceber o carinho e emoção vindo deles. Eu não imponho nada ao meu time, pois são todos cozinheiros profissionais. Tento tirar o melhor de cada um deles, perceber quem anda melhor sozinho para deixá-lo sozinho e quem precisa e quer uma companhia. A qualidade dos pratos é subjetiva, assim como a prova do Claude e do Batista. Tem também a questão do tempo. Eles não estão habituados a cozinhar com tempo. Por isso, minha dica é que você se organize com seu time com um tempo menor, para que não haja atraso ou que algo deixe de ser feito conforme o planejado. O tempo passa voando e é preciso uma disciplina. Mas é um time muito bom, de grandes profissionais. São pessoas que têm respeito um enorme pela culinária brasileira.   

Uma das coisas que eu mais gosto de fazer na vida é cozinhar, esse é um programa de televisão, então é preciso se divertir. Estar para frente. Se divertir, respeitar uns aos outros, puxá-los sempre para cima. Eu não estou para ensinar a cozinhar, mas para dividir a experiência que já vivi.  

Como está a expectativa para voltar para a final, ao vivo?  

Espero muito estar presente! Construímos uma relação muito bacana com toda a equipe, produção, mestres, apresentadores e candidatos. Criei esse apego com as pessoas, com os cozinheiros, que são muito corajosos – eu nunca entraria num programa desses para competir – e tudo isso é algo muito afetuoso. Eu gosto bastante deste sentimento de fazer parte do Mestre. Espero que na final o mundo já esteja mais tranquilo para celebrar essa festa da gastronomia brasileira e que eu possa estar com vocês.  

Algo mudou na sua vida depois da primeira temporada de Mestre do Sabor?  

Foi uma repercussão enorme. Nós, hoje, em Portugal, temos tantos brasileiros quanto portugueses nos nossos salões. Sinto que entrei em outras camadas sociais também e pessoas de todo o Brasil agora vão lá, não só de São Paulo e Rio de Janeiro como antes. Acabo sendo reconhecido na rua quando estou no Brasil. O rapaz na alfândega, no aeroporto, me conheceu, um rapaz na rua, que vendia biscoito de polvilho também. O público nos reconhece e é muito bom esse carinho, mas também nos traz mais responsabilidade, algo que acontece quando viramos pessoas públicas. As pessoas seguem nosso exemplo e nos apontam erros quando fazemos algo errado. Precisamos saber lidar com isso. Pensar, acima de tudo, que nós não mudamos. Somos a mesma pessoa. Isso é importante ter em mente para não nos deixarmos levar por uma falsa sensação de superioridade que pode vir com a fama. As pessoas confiam mais no que eu digo e isso me traz mais responsabilidade.  

Quais critérios leva em consideração para apertar o botão na degustação às cegas?  

Eu me agarro muito ao sabor, à escolha e uso dos ingredientes. São todos profissionais, mas estão expostos na primeira vez a um universo diferente do deles. A maior parte nunca participou de um programa de TV, nem teve 50 minutos apenas para cozinhar. Numa primeira escolha, temos que ter a capacidade de perceber quem sabe fazer melhor do que fez. Depois, temos que pensar em como melhorar. Eu que não sou brasileiro vejo muitos ingredientes e técnicas que não conheço. Por isso, muitas vezes, vejo que escolho pessoas que eu acho que posso aprender com elas. Além disso, eu gosto quando a pessoa pensa em quem vai comer o prato. Independente das técnicas. Alguém que não fez um conjunto de técnicas para ficar bonito, mas pensou que do outro lado tem uma pessoa que vai experimentar. Isso é muito importante, que é quando respeitamos o comensal. Cozinhar para alguém é cuidar de alguém.  

Entrevista Kátia Barbosa  

Kátia Barbosa herdou dos pais, paraibanos, o amor pela cozinha. Nascida no Rio de Janeiro, no bairro de Ramos, a chef não teve recursos para fazer os tão sonhados cursos de culinária, mas nem por isso deixou de aprender. “Como não tinha dinheiro para fazer faculdade, eu ia nas livrarias e ficava horas lendo os livros. Aí corria para as panelas e testava o que tinha aprendido”, conta. Além disso, Kátia já tinha uma bagagem preciosa: os sabores que experimentou na infância, e que sempre a guiaram.   

E é justamente essa mistura de referências nordestinas com elementos do Rio de Janeiro que traduzem suas receitas. Conhecida pelo famoso bolinho de feijoada, que está completando dez anos de história, ela já venceu mais de 30 prêmios e hoje é considerada um dos principais nomes da gastronomia brasileira. O sucesso, Kátia garante, deve-se a todos que a ajudaram e a um ingrediente indispensável: a paixão pela comida.  

Como foi a experiência de participar do Mestre do Sabor ano passado? Mudou algo na sua rotina de lá pra cá?  

Quando fui convidada para o programa, foi algo muito inesperado e levei alguns dias para que a ficha caísse. Só acreditei mesmo que aquilo estava acontecendo quando assinei o contrato. Eu já tinha feito participações em vários programas, inclusive na Globo, mas fazer parte deste projeto do Mestre do Sabor, com esse elenco de peso, me deixou louca de felicidade. Sem dúvidas, depois que o programa começou algumas coisas mudaram. Precisei estar mais presente nos salões das minhas casas porque muita gente passou a me procurar, querer me conhecer, tirar foto, elogiar. É um carinho muito bom que recebemos.  

Você já é muito conhecida entre os cariocas, mas ficou mais conhecida nacionalmente. Você sentiu isso nos restaurantes?  

Sim, mesmo o carioca me conhecia, mas não me abordava para fotos ou coisas do tipo. Eles me viam apenas como uma carioca dona de bar e gente boa. (risos) Hoje a coisa ficou engraçada, até os amigos mais próximos fazem alguma cerimônia, acho muito engraçado e às vezes eu fico meio tímida. Veja só! Eu, tímida. (risos) 

Qual a expectativa para o programa deste ano?   

A expectativa para esse ano é grande, as pessoas esperam muito de nós, do nosso desempenho e alegria. Isso é muita responsabilidade!  

Você conhece vastamente a gastronomia brasileira. Ainda é pega de surpresa nos pratos que experimenta às cegas?  

Sempre me surpreendendo porque há coisas que você não imagina que alguém faria. Aí vem um louco ou louca e te mandam um prato incrível e inesquecível. Realmente, o brasileiro é muito criativo.  

O que faz, por exemplo, você apertar o botão?  

O que me faz apertar o botão sempre é o sabor.  

Nós vemos na cozinha um movimento social entre os candidatos. Você vê chef que aproveita 100% do alimento, outra que investe em produção própria de alimentos orgânicos... Na sua opinião, qual a importância desses temas para a gastronomia?  

Acho muito importante a TV abordar esse tema. O aproveitamento integral dos ingredientes é hoje um dos temas mais pesquisados na gastronomia, por vários motivos. Diminuir a quantidade de lixo é uma delas. E tem outras vantagens, como, em alguns casos, talos e cascas têm um valor nutricional grande.  

Qual é seu prato favorito de fazer? E de comer?  

Gosto de muitas coisas, mas não vivo sem uma boa massa! Agora, por exemplo, estou muito interessada em aprender a fazer pães e massas.  

Como foi para você receber a notícia sobre a saída do Avillez?  

Na verdade, a saída do Avillez foi uma coisa esperada quando vimos a escalada do vírus na Europa. Entendemos que seria difícil para ele, conversamos bastante a respeito, mas foi necessário. Logo que passar, ele estará aí de volta.  

Como foi gravar estes últimos dias sem plateia (devido à pandemia)?  

No início, estranhamos um pouco, a plateia é muito participativa. Eles trazem uma alegria a mais, um sabor especial. Mas entendemos e seguimos em frente.  

Como foi receber Rafa Costa e Silva na equipe?  

Receber o Rafa? Ele é um amigo queridíssimo meu, tem um jeito bem diferente de mim e do Léo, mas nos divertimos muito juntos. Além disso, é de uma qualidade técnica incrível!  

Entrevista Leo Paixão  

Nascido em uma família de médicos e cientistas, o mineiro até tentou seguir a tradição, formando-se, inicialmente, em Medicina. Mas o amor pela culinária sempre o acompanhou. Assim que conseguiu, reuniu recursos para investir em sua paixão e foi para Paris estudar gastronomia, onde fez estágios em restaurantes avaliados com três estrelas Michelin – a mais alta premiação da gastronomia mundial.   

Quando voltou ao Brasil, abriu seu primeiro restaurante, em Belo Horizonte, e apostou na culinária francesa, ganhando vários prêmios. Com o tempo, foi alertado de que seu cardápio estava se transformando, já que começaram a fazer parte do menu pratos como frango com quiabo e rabada. “Era comida mineira contemporânea e eu não tinha percebido”, conta Leo. Foi então que o chef resolveu assumir suas raízes e mesclar os truques da alta gastronomia francesa com a tradição da cozinha mineira. “Hoje eu pratico uma gastronomia mais afetiva, faço releituras das receitas da minha família. Ainda tenho o caderno de receitas da minha avó e bisavó, mas meu referencial na cozinha é o meu avô, que me ensinou a cozinhar quando ainda era menino”, revela.  

Sempre preocupado em oferecer a melhor experiência possível ao paladar, o chef deixa aflorar seu lado cientista na hora de criar as receitas e pratos elaborados e ricos em sabor – uma de suas marcas no reality culinário. Confira, a seguir, suas expectativas para a estreia de ‘Mestre do Sabor’.  

Como foi a experiência de participar do Mestre do Sabor ano passado? Mudou algo na sua rotina de lá pra cá?  

Foi muito legal participar do Mestre do Sabor. Teve uma repercussão incrível. Algo que eu nunca imaginava, um carinho enorme do público. Muita gente veio para os restaurantes em Belo Horizonte, aumentou muito nossa procura.  

Você já é muito conhecido entre os mineiros, mas ficou mais conhecido nacionalmente. Você sentiu isso nos restaurantes?  

Senti, sim! Muita gente vem de fora, recebemos um carinho incrível. Hoje em dia, tem gente que vem para Belo Horizonte só para conhecer meu restaurante. Eu fiquei muito feliz mesmo de poder mostrar um pouco mais da minha culinária para as pessoas. E também por essa valorização da gastronomia brasileira que acontece no programa. É algo genial, incrível.  

Qual a expectativa para o programa deste ano?   

Eu tenho grandes expectativas para essa temporada. Sinto que estamos mais soltos. Tiveram algumas mudanças e a competição está muito interessante! O programa está bem mais consolidado e a tendência é ficar cada vez melhor.  

Com tantas provas, ainda se surpreende?  

Sempre a gente se surpreende, principalmente pela criatividade e qualidade do que os competidores fazem. Eles realmente são incríveis. O nosso Brasil tem gente muito criativa.  

O que faz, por exemplo, você apertar o botão?  

É o sabor. A comida saborosa, bem feita, gostosa, na qual a pessoa conseguiu desenvolver um gosto especial. É claro que a pessoa que mostra domínio da técnica também tem minha atenção, mas o que me faz realmente apertar o botão é o sabor.  

Qual é seu prato favorito de fazer? E de comer?  

Frango com quiabo, é o que eu mais gosto. Sou alucinado.  

Como foi para você receber a notícia sobre a saída do Avillez?  

A saída do Avillez foi inevitável diante do que estava acontecendo na Europa (devido à pandemia por coronavirus) e muito triste. Ele é um grande amigo, um mestre, uma pessoa com quem eu aprendi muito, por quem eu tenho um carinho enorme. E espero que ele esteja de volta nas próximas gravações porque ele faz muita falta.  

E como foi receber a notícia sobre a chegada do Rafa Costa e Silva?  

A chegada do Rafa Costa e Silva foi um alento para a tristeza que sentimos com a saída do Avillez. O Rafa é um grande chef que eu admiro. Então, a presença dele foi um fator muito importante pra gente continuar as gravações e manter a qualidade do que estávamos fazendo antes. O Rafa é incrível, sou um grande fã.  

Como está sendo gravar sem plateia nos últimos dias?  

É triste gravar sem plateia. Mas está dando tudo certo, está ficando bom. Espero que na próxima temporada a gente já os tenha conosco pra interagir bastante porque realmente eles são uns queridos.  

Entrevista Rafael Costa e Silva  

Rafa Costa e Silva é detentor de inúmeros prêmios de gastronomia mundo afora - incluindo uma estrela no Guia Michelin depois de figurar entre os 50 melhores restaurantes do mundo com o Lasai. O chef carioca iniciou suas atividades gastronômicas em Nova York, onde estudou e trabalhou antes de passar dez anos na Espanha, em San Sebastián.  

Ele foi convidado para substituir o chef português José Avillez, que precisou voltar à Europa durante as gravações devido à pandemia. Rafa entra na metade da competição, em um programa emocionante no qual Avillez passa o bastão para ele. Confira suas expectativas na entrevista a seguir.  

Como foi para você receber o convite para substituir Avillez durante a competição?  

Foi uma honra, mas também foi algo desafiador porque o Avillez é um ícone da gastronomia mundial. Eu mesmo, quando fui ao seu restaurante, cinco anos atrás, tive uma mudança de chave. Foi muito bom, lembro de todos os pratos que experimentei, são inesquecíveis.  

Ele deixou algumas dicas para você?  

Sim. Conversamos sobre o fato de todos serem ali cozinheiros profissionais e, portanto, chefs com experiência. Nosso trabalho é tentar dar uma direção a eles durante as provas, observar e entender quem atua melhor quando está sozinho e quem atua melhor em grupo, com alguém do lado. Também falamos sobre como é subjetivo a qualidade dos pratos e a prova do Claude e do Batista. Mas a dica mais importante foi sobre o tempo, como usá-lo em seu favor durante as provas.    

Chegou a traçar alguma estratégia?  

Penso que em uma competição como esta, a melhor estratégia é não ter estratégia. Porque você não vai lembrar qual era o plano na hora que estiver cozinhando. O que eu sempre repito nos meus restaurantes, e repeti também para o time, é que precisamos ter uma visão panorâmica de tudo que estamos fazendo. Para isso, é preciso dar um passo para trás e colocar tudo em perspectiva. E experimentar, provar os pratos, sempre.  

Expectativa?  

Ganhar.  

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