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Durante a década de 1960, em plena Guerra Fria, o governo de Fidel Castro, em Cuba, aproximou-se da União Soviética e do bloco de países socialistas da época. Esse período, que se seguiu à Revolução Cubana, foi de turbulência e incertezas. Nesse panorama político pós-revolucionário, o então novo governo se firmava, muitas vezes através da força, enquanto também era combatido por grupos contrarrevolucionários de forma violenta. O terreno era fértil para disseminação de rumores, como o de que famílias perderiam o pátrio poder e de que crianças e jovens seriam tutelados pelo estado. Nasce aí a chamada “Operação Pedro Pan”, que dá nome a um documentário inédito dos diretores Kenya Zanatta e Mauricio Dias.
A operação, orquestrada clandestinamente por forças anticastristas, com forte apoio dos Estados Unidos e da Igreja Católica, levou mais de 14 mil crianças e adolescentes cubanos a embarcarem em um voo sem volta para os Estados Unidos, enviados por suas próprias famílias. “A Operação Pedro Pan era parte de um processo maior de migração de Cuba. O processo era assim: o governo dos Estados Unidos dava autorização para que várias agências pudessem conceder isenção de visto. Ou seja, isso significa que crianças que saíssem de Cuba não precisariam de visto. Poderiam entrar num avião e ir para os Estados Unidos”, revela um dos vários depoentes do filme. Ao chegar aos Estados Unidos, as crianças e jovens eram recebidos pela Igreja Católica de Miami.
O que teve a intenção de proteger menores de idade de uma suposta ameaça, acabou por promover uma longa e dolorosa separação nessas famílias. No documentário, muitos cubanos enviados aos EUA quando crianças ou adolescentes descrevem o impacto da Operação Pedro Pan em suas vidas. O longa, produzido pela Grifa Filmes e viabilizado pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), também entrevista especialistas americanos e cubanos e apresenta imagens de arquivo que, aliadas aos depoimentos, explicam o contexto histórico da época. A estreia é na Sexta da Sociedade, 17 de julho, às 22h30.
Fragmentos da vida e da obra de Elza Soares constroem documentário sobre a artista
Elza Soares, que acaba de completar 90 anos, é um verdadeiro símbolo de força, de superação e de talento. O documentário “My Name Is Now, Elza Soares” fragmenta momentos de sua vida, imagens de sua carreira e performances exclusivas gravadas pela artista.
Tudo isso é condensado pela diretora Elizabete Martins Campos, que conta, de forma pouco convencional, a história de uma grande mulher negra que nasceu pobre, sofreu violências, conviveu com a dor de perder alguns de seus filhos e, no entanto, sempre renasceu e se reinventou como uma fênix.
“My Name Is Now, Elza Soares” é uma produção da IT Filmes vencedora do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro nas categorias: “melhor longa-metragem documentário”, concedido pelo júri popular, e “melhor trilha sonora original”, concedido pelo júri oficial da premiação. A exibição é na Segunda da Música, 13 de julho, às 21h.
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